Para
garantir sistemas de ensino superior inclusivos e com ligação à sociedade são necessárias
as condições certas para que os estudantes possam ter êxito independentemente
do meio de que são oriundos. Isto não se resume à questão de oferecer apoio
financeiro aos grupos desfavorecidos. Para assegurar que o corpo estudantil que
é admitido e termina os estudos nas instituições europeias de ensino superior
reflete a diversidade da população europeia, é necessário melhorar as taxas de
acesso e de conclusão dos estudos por estudantes de grupos desfavorecidos e
sub-representados. Para o efeito, as autoridades nacionais e as instituições de
ensino superior devem:
- adotar
uma perspetiva global da forma como são organizados a admissão, o ensino e a
avaliação;
- pôr em
prática sistemas de mentoria dos estudantes;
- dispensar
apoio académico e não académico.
Os
grupos sociais menos representados no ensino superior são aqueles que mais
probabilidades têm de não dispor de competências de base (literacia, numeracia
e competências digitais), de experiência de aprendizagem autónoma e de uma
ideia clara do que é o ensino superior. Além disso, as pessoas oriundas de
contextos socioeconomicamente desfavorecidos e da migração continuam
a ter muito menos probabilidades de começar e terminar estudos superiores. A
segregação entre homens e mulheres em função da área de estudos continua ainda
a ser uma realidade.
A
Comissão comprometeu-se a:
- disponibilizar
apoio direto através do programa Erasmus+ para
ajudar as instituições de ensino superior a desenvolverem e adotarem
estratégias institucionais integradas para fomentar a inclusão, a igualdade de
género e o sucesso académico, do momento da admissão até à obtenção do diploma;
- promover
o desenvolvimento de programas de estudo flexíveis e modulares que incentivem o
acesso ao ensino superior, através da definição de prioridades específicas para
as parcerias estratégicas no âmbito do Erasmus+;
- apoiar
as instituições de ensino superior que pretendam atribuir créditos do Sistema Europeu de
Transferência e Acumulação de Créditos (ECTS) aos estudantes por
atividades voluntárias e comunitárias, com base em exemplos positivos
existentes;
- apoiar
o reconhecimento das qualificações dos refugiados para facilitar o seu acesso
ao ensino superior.
Para obter dados sobre a dimensão social do ensino superior, a Comissão cofinancia o projeto Eurostudent que documenta as condições sociais e económicas da vida estudantil na Europa, graças à realização de inquéritos regulares.
Para
que as políticas de reforço da inclusão assentem em dados concretos, são
necessários investimentos na identificação de grupos-alvo e desfavorecidos, na
medição dos progressos no cumprimento das metas, na monitorização dos efeitos
intencionais e não intencionais destas políticas e na análise da complexidade
dos fatores subjacentes. É também necessário um maior investimento na formação
do pessoal do ensino superior para melhorar e adaptar as práticas de
aprendizagem e de ensino a estudantes de grupos desfavorecidos.
Para ajudar os estudantes a escolher os estabelecimentos de ensino superior e os programas de estudo, devem ser melhoradas as informações sobre o ensino superior, o leque de escolhas, bem como os sistemas de aconselhamento e orientação disponíveis. A Comissão apoia a U-Multirank, uma ferramenta de comparação de universidades que dá resposta às necessidades do utilizador,
Para
que as instituições de ensino selecionem os seus candidatos de forma mais
equitativa devem-se desenvolver abordagens mais abrangentes para as políticas
de inclusão do ensino superior, com compromissos a longo prazo e um plano de
ação que inclua prioridades e metas políticas:
- ligar
a política de admissão à procura dos estudantes e do mercado de trabalho. criando
um sistema de acompanhamento dos percursos dos diplomados que lhes forneça
dados sobre a relevância dos sistemas nacionais de ensino superior;
- incentivar
os esforços de inclusão social das instituições de ensino superior através de
sistemas de financiamento;
- utilizar
as ferramentas desenvolvidas no âmbito do Processo de Bolonha para
facilitar a transição para o ensino superior;
- disponibilizar
apoio ao pessoal docente e administrativo das instituições de ensino superior
para melhorar a qualidade da aprendizagem e do ensino.
Desta
forma, é igualmente fundamental promover o reconhecimento mútuo automático de
qualificações de ensino superior, de ensino e formação secundários, e de
resultados obtidos durante períodos de aprendizagem no estrangeiro. Com a
recomendação do Conselho, os Estados-Membros da UE assumem um compromisso
político no sentido de tomar medidas para introduzir o reconhecimento
automático até 2025.
Fonte: https://education.ec.europa.eu/pt-pt
MJS
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