(Imagem do autor retirada de Dicionário de educadores portugueses)
Vítor
Manuel Braga Paixão nasceu em Lisboa a 13 de setembro de 1892. Estudou no Liceu
Central de Lisboa, tendo sido um ativo participante na vida estudantil através
do jornal Os Novos, instituindo a
divisa “nós nos educaremos!”.
Concluiu
o Curso Superior de Letras em 1913, iniciando a sua carreira docente no atual
Liceu Pedro Nunes. Participou no movimento de professores sendo sócio da
Associação do Magistério Secundário Oficial desde 1914. Publicou vários textos
em diversas revistas como a Revista de
Educação Geral e Técnica, Boletim
Oficial do Ministério da Instrução Pública, Educação Social e Labor.
Lecionou ainda no atual Liceu Nacional de Angra do Heroísmo durante cerca de 8
anos.
A
partir de 1928 deixou a carreira docente ocupando cargos administrativos e de
coordenação do sistema educativo. Foi nomeado Diretor Geral do Ensino Primário
até 1937 e depois Diretor Geral dos Serviços de instrução Pública de
Moçambique, onde residiu até 1940.
De
regresso a Lisboa assumiu o cargo de Diretor Geral da Assistência e de Provedor
da Casa Pia e da Santa Casa da Misericórdia. Em 1944 tornou-se Diretor Geral do
Ensino Colonial desempenhando o cargo até 1962. Durante este período publicou vários
textos relacionados com a educação e o ensino.
A
produção literária de Braga Paixão compreendeu 3 períodos distintos. Entre 1913
e 1927 dedicou-se a questões educativas sob o ponto de vista do professor. A
obra mais significativa foi Educação
Moral: o liceu, a família, o meio social, em que o autor se debruçou sobre
temas como a educação moral no contexto da laicização do ensino, das interferências
familiares e da sociedade.
A
partir de 1927, as suas preocupações voltaram-se para a política educativa
devido aos cargos ocupou. Situou-se na linha ideológica do Estado Novo com
contornos nacionalistas, tendo criado os Serviços de Orientação Pedagógica e o
Boletim da Direção Geral do Ensino Primário. Neste sentido avançou com a
publicação de Escola Portuguesa,
dirigida para a formação pedagógica de professores.
Após a
experiência em Moçambique, Braga Paixão publicou em 1949 Novos Aspetos do Problema Missionário Português, em que defendeu a
importância da presença de técnicos pedagógicos nos serviços educativos das
colónias. A presença de missionários, encarregues da área do ensino, não era
suficiente para se promover uma educação eficiente.
Os
últimos anos da sua vida foram dedicados à produção de obras ligadas à
historiografia e à escrita biográfica.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS