2011/02/10

Arquitectura escolar: percursos e obras


Muitos têm sido os arquitectos que foram deixando a sua marca no património escolar português. É justo prestar-lhes homenagem. Neste espaço, vamos evocando o percurso de alguns dos «arquitectos escolares» portugueses.
 
Augusto Pereira Brandão é um dos arquitectos portugueses com mais obra feita no campo da arquitectura escolar.
Formou-se em Arquitectura em 1955 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, e desenvolveu posteriormente um longo percurso académico, ligado primeiramente à Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde fez concurso de agregação, em 1968, tendo sido Presidente dos Conselhos Directivo, Científico e Pedagógico entre 1976 e 1984.
No âmbito do processo de reestruturação da Escola Superior de Belas Artes e criação da Faculdade de Arquitectura de Lisboa, foi Vogal da sua Comissão Instaladora, em 1984/86. Mais tarde foi nomeado professor Catedrático da Faculdade, sendo Presidente do Conselho Directivo e Vice-Presidente do Conselho Científico em 1990/91.
Desenvolve, em seguida uma longa colaboração com outras universidades, nomeadamente como Director do Departamento de Arquitectura da Universidade Lusíada, de que foi Vice-Reitor (1991-1994), Director do Departamento de Artes da Universidade Moderna (1993-1998), Director do Departamento de Arquitectura e Design da Universidade Independente (1998-1999). Mais recentemente, encontra-se ligado à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, de que é Pró-Reitor.
A sua actividade como arquitecto desenvolveu-se especialmente na área das construções escolares. Foi técnico superior da Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário e da Direcção-Geral das Construções Escolares entre 1955 e 1974, tendo dirigido o Grupo Técnico que projectou, entre outros, os edifícios dos Liceus Rainha D. Leonor, em Lisboa (1956), da Covilhã (1960), Garcia da Horta, no Porto (1966), de Gondomar (1965), da Maia (1967), de Vila Nova de Gaia (1967).
Participou no Grupo de Estudos sobre Construção Escolar, organizado segundo o "Plano Regional do Mediterrâneo", cuja conclusão foi a construção da Escola Primária Piloto, em Mem-Martins e as Escolas Secundárias de Vila Nova de Gaia e Barreiro.
Dirigiu também o Grupo criado para a concepção e construção das primeiras 20 Escolas Preparatórias das quais já se construíram 30 desde 1968. E dirigiu o Gabinete de Estudos para a construção Universitária da Universidade Técnica de Lisboa, no âmbito do que se projectou a Faculdade de Arquitectura.
Tem ainda uma intensa actividade no âmbito da intervenção e recuperação de património, em Portugal e no estrangeiro. No campo da escrita, tem mais de uma dezena de livros publicados e inúmeras intervenções em revistas de arquitectura.