2024/10/10

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Liceus: Liceu Nacional de António Nobre, Porto

 

- Liceu Nacional de António Nobre -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - o Liceu Nacional de António Nobre, Porto.



(No canto superior direito pode observar-se um pátio. Em baixo, a imagem de alguns pavilhões)


(No topo, a imagem do ginásio. Em baixo, a ficha técnica com a identificação da escola, a dimensão da área coberta, a dimensão da superfície de pavimentos, o custo total das instalações, a data de conclusão da obra, a população escolar e a discriminação das dependências)

 

 

Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre

1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.

 

 

P. M. 



2024/10/07

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: António Feliciano de Castilho (1800 – 1875)



(Fotografia de Feliciano de Castilho retirada da internet)


António Feliciano de Castilho nasceu a 28 de janeiro de 1800 em Lisboa, filho de José Feliciano de Castilho Barreto, médico da Real Câmara, e de Domicilia Máxima Doroteia e Silva Castilho.

Teve vários problemas de saúde na infância que resultaram na cegueira aos 6 anos de idade. Desta forma, não aprendeu a ler nem a escrever, embora tenha sido discípulo do padre José Fernandes com quem estudou latim. Desde sempre mostrou apetência para a poesia, tendo publicado aos 16 anos o Epicédio na morte da Augustíssima Senhora D. Maria I, Rainha Fidelíssima. Em 1918 publicou À faustíssima Aclamação de S. M. o S. D. João VI ao trono e em 1820 a Ode à morte de Gomes Freire e seus Sócios e A Liberdade.

Concluiu a licenciatura em Cânones na Universidade de Coimbra, com o apoio do seu irmão Augusto Frederico de Castilho. Posteriormente, Augusto optou pelo sacerdócio, tendo sido destacado para a paróquia de São Mamede em Castanheira do Vouga. Feliciano viveu aí, junto do irmão, até 1834.

Apesar da conjuntura política instável e das Guerras Liberais, este foi um período em que Feliciano de Castilho se dedicou ao estudo e tradução dos clássicos.

No final de 1834, casou com D. Maria Isabel de Baena Coimbra Portugal que faleceu em 1837, sem filhos.

Em 1839 publicou vários fascículos intitulados Quadros Históricos no jornal O Panorama, com o objetivo de divulgar a história de Portugal. Nesta data celebrou casamento com D. Ana Carlota Xavier Vidal, do qual resultaram sete filhos.

Em 1940 acompanhou o seu irmão Augusto, que tinha contraído tuberculose, à Madeira, onde este acabou por falecer. Regressou da Madeira e em 1841 fundou a Revista Universal Lisbonense da qual foi diretor até1845. Feliciano de Castilho era um escritor apoiante do regime e as suas críticas favoráveis a várias obras da época basearam-se mais na amizade do que na qualidade da escrita.

Em 1845, juntamente com outro irmão, José Feliciano de Castilho, fundou a Livraria Clássica Portuguesa. Neste período escreveu as biografias de Manuel Bernardes e Garcia de Resende.

Em 1846 voltou a sua atenção para o analfabetismo que grassava na população portuguesa. A alfabetização popular, de crianças e adultos foi uma das preocupações dos intelectuais da época. Nesse sentido, procurou implementar um método de aprendizagem rápida da leitura o Método de Leitura Repentina ou o Methodo Portuguez. Tendo como base o método fonológico de Lamare, apostava na criação de imagens ou histórias para a fixação das letras, na aproximação entre a ortografia e fonologia, na decomposição de palavras em sons e escrita apoiada pela leitura. Para Castilho a leitura era uma condição essencial ao desenvolvimento dos povos.

Alvo de grandes polémicas, este método gerou controvérsia nos meios pedagógicos. Castilho foi nomeado pelo governo como Comissário para a Propagação do Methodo Portuguez e teve um lugar no Conselho Superior de Instrução Pública. Apesar de tudo, o método nunca foi adotado nas escolas.

Em 1847 partiu para os Açores, onde viveu em Ponta Delgada até 1850. Durante esses anos, o educador dinamizou culturalmente a região e dedicou-se à escrita. Fundou a Sociedade dos Amigos das Letras e Artes e publicou inúmeras obras, Felicidade pela Agricultura, Tratado de Mnemónica, Tratado de metrificação, Noções rudimentares para uso das escolas, entre outros. Apoiado pelas autarquias, fomentou a criação de escolas primárias e secundárias gratuitas.

Em 1850 regressou à capital, dedicando-se ao seu projeto de leitura inovador. Em 1853 foi nomeado Comissário Geral de Instrução Primária, e nesse âmbito abriu vários cursos de formação do seu método para professores.

Em 1865 deslocou-se ao Brasil para divulgar o Método. Em outubro desse ano, Castilho envolveu-se numa das mais famosas polémicas literárias portuguesas, a chamada Questão Coimbrã ou Questão do Bom Senso e Bom Gosto. Castilho fez uma carta-posfácio do Poema da Mocidade de Pinheiro Chagas em que teceu algumas críticas aos novos modelos literários (praticados por Teófilo Braga e Antero de Quental), enaltecendo a qualidade do poema em questão.

Antero de Quental respondeu com o panfleto Bom Senso e Bom Gosto, rejeitando a poesia clássica e conservadora. Seguiram-se várias reações e publicações de ambos os lados, até que a polémica abrandou em 1866.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.

 

 MJS