2021/05/06

Património Material de Portugal: Real Edifício de Mafra


O Real Edifício de Mafra – Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco, Tapada - faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 2019.

O Convento de Mafra ou também chamado, Palácio Nacional de Mafra, situa-se no concelho de Mafra, a cerca de 25 quilómetros de Lisboa. As obras da sua construção iniciaram-se em 1717, por ordem de D. João V devido ao cumprimento de uma promessa para ter descendência de D. Maria Ana de Áustria.

Os arquitetos responsáveis foram João Frederico Ludovice e Custódio Vieira. A título de curiosidade, o complexo ocupa cerca 1200 hectares, tem 1200 divisões, mais de 4700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões.

O Palácio e a Basílica são monumentos representativos não só pela sua beleza e dimensão, mas também pelo facto de constituírem um símbolo da afirmação da monarquia portuguesa e do absolutismo. Portugal afirma-se na Europa, junto das grandes casas reais e da Santa Sé e restabelece a grandeza ultramarina após a restauração. O ouro proveniente do Brasil permitiu levar a cabo uma construção desta magnitude.

A Basílica altera as características da arte portuguesa, adaptando o barroco europeu a um estilo único, o barroco joanino. Foi consagrada à Virgem Maria e a Santo António em 1730. Contém um dos maiores conjuntos de estatuária italiana, produzidas em Roma e Florença. Em meados do século XVIII, Alessandro Giusti esculpiu os novos retábulos da Basílica. Este artista fundou a Escola de Escultura, futura Real Academia de Belas Artes.

O convento de Mafra destinava-se aos frades capuchos da Ordem de São Francisco e foi projetado por João Frederico Ludovice. Em 1730 ingressaram nesta instituição cerca de 328 frades. Com posterior extinção de muitas ordens religiosas, em 1820 viviam aqui apenas 40 frades até à sua saída definitiva em 1833.

O Palácio Real foi iniciado em 1717 junto ao convento e projetado igualmente por João Frederico Ludovice, inspirado pelos edifícios barrocos europeus. Trabalho juntamente com o seu filho, João Pedro Ludovice. No entanto, nos últimos reinados da dinastia de Bragança, o palácio deixou de funcionar como residência permanente, abrindo ao público para visita em 1904.

As principais divisões do Palácio são:

    - a Sala de Diana, assim designada devido à pintura que representa a deusa da caça, Diana, no teto, da autoria de Cirilo Volkmar Machado, encomendada pelo futuro D. João VI;

    - a Sala do Trono, onde decorriam as audiências régias. As paredes têm frescos da autoria de Domingos Sequeira, onde estão representadas as oito virtudes reais;

    - o Torreão Norte, onde se encontravam os aposentos do rei;

     - o Oratório Norte;

   - a Galeria Principal, um dos maiores corredores palacianos da europa com 232 metros, ligando o Torreão Norte ao Torreão Sul;

    - a Sala das Descobertas, assim chamada devido à pintura no teto, da autoria de Cirilo Volkmar Machado, onde estão representados os principais episódios de conquistas ultramarinas;

    - a Sala dos Destinos que tem no teto a pintura intitulada “Templo do Destino”, também da autoria de Cirilo Volkmar Machado ,onde se encontram os reis de Portugal;

    - a Sala da Guarda era a antiga entrada do Palácio onde se encontrava a Guarda Real. Tem no teto a pintura de Cirilo Volkmar Machado, “O Precipício de Faetonte”;

    - a Sala da Bênção que se encontra aberta para a Basílica e de onde a família real assistia a cerimónias religiosas;

    - a Sala dos camaristas, onde ficavam alojados todos os colaboradores da família real;

    - o Torreão Sul eram os aposentos da rainha;

    - o Oratório Sul que constituía a capela dos aposentos da rainha;

    - a Sala de D. Pedro V, Sala vermelha ou Sala de espera era o local onde os convidados aguardavam antes de serem recebidos pela família Real;

   - a Sala de Música, Sala de receção ou Sala amarela era um espaço de receção de convidados;

    - a Sala de jogos, onde se encontram vários jogos praticados entre os séculos XVIII e XIX, como o bilhar ou pião;

    - a Sala de caça, assim denominada pela decoração alusiva à caça e aos troféus;

    - a Sala de jantar, onde se realizavam banquetes;

    - o Salão dos frades;

    - as Celas;

   - a Biblioteca, um dos mais importantes locais do complexo, pela sua dimensão, beleza e riqueza bibliográfica. Em 1711 iniciou-se a construção das estantes e a partir de 1792 tiveram lugar acabamentos e a transferência de livros. Esta zona encontra-se junto aos aposentos dos infantes. A organização segue a que foi elaborada por Frei João de Santana em 1809.

Entre o espólio do Palácio encontram-se coleções muito relevantes na área da cerâmica, escultura, ourivesaria, metais, mobiliário, pintura, têxteis e ainda os famosos carrilhões.

A Basílica possui seis órgãos, únicos no mundo, da autoria de António Machado Cerveira e Peres Fontanes datando de 1792-1807. Existem dois carrilhões, elaborados em Antuérpia e em Liège com 92 sinos. São os maiores do século XVIII existentes do mundo. A par destes existe o maior conjunto de sistemas de relógios e cilindros de melodia automática.

 

2021/05/03

Exposição Virtual: "As Crianças em Imagens Parietais"

As imagens parietais foram utilizadas pelo ensino ao longo do século XIX e XX como recurso técnico-didático. Neste caso específico, trata-se de imagens parietais destinadas à aprendizagem de línguas estrangeiras, remetendo para o método de ensino através das imagens. Os alunos deveriam aumentar o seu conhecimento de vocabulário através da observação de imagens que lhes eram familiares.

Os quadros escolhidos apresentam cenas em que surgem crianças, o que permite uma identificação dos alunos, em cenários familiares e quotidianos que lhes permite a compreensão de palavras chave para a aprendizagem da língua.

Provavelmente datados da década de 50 do século XX, tendo em conta o vestuário e os elementos que constituem as imagens, estes quadros apresentam situações comuns do quotidiano: a sala de jantar, com a presença de toda a família a efetuar uma refeição; o quarto de dormir, onde as crianças se vestem e onde se observam alguns brinquedos.

Por outro lado, temos o espaço escolar, destacando-se várias mensagens que são transmitidas: os alunos arrumam a sala de aula depois de trabalhos manuais e brincadeiras ou a importância de cuidar da natureza.

Outro aspeto interessante é a representação de uma ala pediátrica de um hospital, onde se encontram várias crianças acompanhadas pelas mães, aproveitando para brincar. É uma imagem bastante positiva transmitindo uma sensação de conforto.

A importância deste método é indiscutivelmente positiva em todo o processo cognitivo que acompanha a aprendizagem de uma nova língua, aproveitando os momentos do dia a dia.


ME/402436/24

Escola Secundária de Passos Manuel

O quadro, da autoria do desenhador Henri Mercier, apresenta duas faces. Numa das imagens surge um quarto de dormir com duas camas um menino dorme numa delas (à esquerda do quadro) e a outra está vazia, mas desmanchada (à direita do quadro). Num primeiro plano, um rapaz veste-se ao lado de uma menina que brinca com uma boneca. Numa mesa, do lado esquerdo deste menino, estão dois livros, um lápis, uma carteira e um lenço. Na parede do fundo está um roupeiro com uma porta aberta e vê-se roupa de casa: toalhas e lençóis. Existe uma estante de livros e um candeeiro na parede atrás da cama vazia, a outra cama tem uma mesinha de cabeceira com candeeiro e na parede atrás da cama duas pequenas bandeiras. Na segunda imagem encontra-se uma família janta numa sala comum. A sala de jantar está em primeiro plano e a sala de estar está ao fundo tendo uma lareira apagada. O pai e dois filhos, um rapaz e uma rapariga estão sentados à mesa e a mãe, de avental, aproxima-se, do lado esquerdo da mesa e com o auxílio de um pano de loiça segura uma travessa com carne assada. As crianças estão a comer a sopa e o pai corta pão. Sobre a mesa, além da loiça própria de um jantar, encontra-se uma terrina de sopa, uma tábua de queijos, uma fruteira e garrafas de vinho branco, de vinho tinto e de água. Do lado esquerdo da mesa existe um armário de portas de correr com loiça e objetos decorativos por cima. Junto a este armário existe uma grande janela com um aquecedor por baixo. Do lado direito tem um armário com um rádio. Na parte da sala de estar existe sofás, um armário, uma televisão e uma mesinha.

ME/402436/44

Escola Secundária de Passos Manuel

O quadro representa a limpeza e a arrumação de uma sala de aula, talvez de trabalhos manuais. A professora dá a ordem para a limpeza e arrumação, escrevendo-a no quadro no quadro preto. Todas as crianças realizam tarefas: limpam o chão, arrumam tesouras, jogos e outro material didático. A sala tem uma grande parede envidraçada que lhe confere uma grande luminosidade.

ME/402436/62

Escola Secundária de Passos Manuel

O quadro exibe o interior de uma enfermaria hospitalar infantil, com crianças doentes, enfermeiras e mães. Todo o ambiente é luminoso e descontraído, transmitindo uma sensação de conforto. Observam-se quatro camas, ocupadas por crianças que brincam, junto a janelas amplas.

ME/402436/71

Escola Secundária de Passos Manuel

O quadro, da autoria de Cicely Steed, "Fazer e brincar com marionetas" mostra uma sala onde crianças constroem marionetas e respetivos cenários. Algumas crianças experimentam as marionetas já feitas.

ME/402436/73

Escola Secundária de Passos Manuel

O quadro, "Um Painel da Natureza", representa o interior de uma sala de Ciências Naturais. Num primeiro plano, uma aluna e um aluno mudam a água a várias plantas, colocadas em frascos de vidro. Cada flor ou planta está identificada com o respetivo nome, escrito num retângulo de papel. Num segundo plano, na parede ao lado de uma grande janela que dá para o recreio onde brincam várias crianças, está colocado um cartaz com a indicação dos nomes dos alunos responsáveis pela manutenção dos materiais: "Please, look after the Nature Table this week Gwen and Bob".

ME/ESMC/182

Escola Secundária Machado de Castro

Quadro parietal, da autoria da ilustradora Elizabeth Skilton, utilizado nas aulas de línguas para introdução e alargamento de vocabulário. Mostra em primeiro plano uma sala de jantar que comunica, através um cortinado aberto para uma sala de estar, situada no canto superior direito do quadro. Trata-se de um ambiente familiar onde adultos e crianças desenvolvem diferentes tarefas.


MJS