2023/06/22

Exposição virtual: "Azulejaria dos séculos XVII e XVIII na Escola Artística António Arroio"

 

O azulejo é uma peça de cerâmica, de forma geralmente quadrada (15 x 15 cm), com uma das faces vidrada e brilhante. Trata-se de um ex-libris da cultura portuguesa, seja monocromático ou policromático, seja liso ou em relevo. Foi utilizado no revestimento de superfícies interiores ou exteriores ou apenas como elemento decorativo isolado. Deriva da palavra árabe “azzellj”, pequena pedra polida.

O azulejo foi usado com maior consistência a partir do reinado de D. Manuel I. Ganhou características únicas devido à diversidade de povos e influências do Império Ultramarino Português e seguiu caminhos artísticos diferenciados.

Durante o século XVI desenvolveu-se a técnica da majólica, importada de Itália. Outra inovação foi o uso dos “enxaquetados”, que se dispõem de forma axadrezada, criando uma interessante dinâmica visual. Por sua vez, o azulejo padrão, apostou na repetição de formas geométricas em grandes superfícies.

No século XVII a produção de azulejos diminuiu, mas regressam no período da Restauração influenciados pelas tendências indianas, persas e chinesas, sobretudo ao nível da cor dominante que é o azul. Tornam-se mias ornamentados e diversificados. Surge assim o chamado “azulejo de tapete” com representações fantásticas e religiosas. A nobreza investiu na construção de palácios revestidos de azulejos com cenas policromáticas.

O barroco trouxe o exuberante para a estética do azulejo que sofrem alterações na volumetria e nos temas. O Rococó traz de volta a policromia com o amarelo, o verde o violeta e o azul cobalto. Após o terramoto de 1755, o azulejo padrão volta a ser produzido em massa devido à necessidade urgente de reconstrução da capital.

Após as invasões francesas e as guerras liberais, o azulejo retomou em força com uma identidade cosmopolita e urbana. Existem dois núcleos de produção principais no país: em Lisboa, a Fábrica Viúva Lamego e no Porto, a Fábrica de Cerâmica das Devesas.

A introdução da Art Nouveau na viragem para o século XX diversificou a produção deste material. Com a ditadura vários nomes se destacaram como Maria Keil, Júlio Resende, Júlio Pomar, Sá Nogueira, Abel Manta ou Eduardo Nery.

Nesta exposição destacam-se alguns fragmentos de azulejos dos séculos XVII e XVIII que se encontram na Escola Artística António Arroio e que continuam a servir de inspiração para novos e atuais trabalhos.


Azulejo

ME/404172/261

Escola Secundária Artística António Arroio

Azulejo de origem portuguesa datado do século XVII. Trata-se de um conjunto de dois azulejos, fragmentos de um painel, onde se encontra representada, parcialmente, uma figura masculina. Está pintado em tons de azul sobre fundo branco. O revestimento é vidrado.


Azulejo

ME/404172/249

Escola Secundária Artística António Arroio

Azulejo de origem portuguesa datado do século XVII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos, mais concretamente de um friso em azul, sobre fundo branco. O revestimento é vidrado.


Azulejo

ME/404172/247

Escola Secundária Artística António Arroio

Azulejo de origem portuguesa, datado do século XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos pintado a azul, branco e amarelo. O revestimento é vidrado.

 

Azulejo

ME/404172/244

Escola Secundária Artística António Arroio

Azulejo de origem portuguesa, datado do século XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos pintado a azul, branco e rosa. O revestimento é vidrado.


Azulejo

ME/404172/242

Escola Secundária Artística António Arroio

Azulejo de origem portuguesa, datado do século XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos com motivos florais pintados a azul e branco, sobre um fundo amarelo. O revestimento é vidrado.


Azulejo

ME/404172/243

Escola Secundária Artística António Arroio

Azulejo de origem portuguesa, provavelmente dos séculos XVII ou XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos, mais concretamente de um friso em azul, sobre fundo branco. O revestimento é vidrado.


MJS




2023/06/19

Educação e Monarquia: D. Pedro II (1648 - 1706)


D. Pedro II (1648-1706), “o Pacífico”, era o filho de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, irmão do anterior monarca, D. Afonso VI. Chegou ao poder através de um golpe palaciano.

Nas Cortes de 1668 foi nomeado regente do reino e, após a anulação do casamento de D. Afonso VI, casou com a cunhada, D. Maria Francisca. Neste ano foi assinada a paz com Espanha no Tratado de Lisboa.

D. Pedro só subiu ao trono em 1683, após a morte do irmão, ano em que faleceu a sua esposa. D. Pedro voltou a casar em 1687 com D. Maria Sofia de Neuburgo.

Ao nível interno foi um reinado marcado pelo incremento da economia interna, destacando-se a ação do Conde da Ericeira que impulsionou a indústria portuguesa.


(Imagem retirada da Internet)

Externamente, houve um envolvimento na Guerra da Sucessão Espanhola. As relações comerciais com Inglaterra também se reativaram através da assinatura do Tratado de Methuen.

Em 1674 convocou a Junta dos Três Estados pedindo apoio financeiro para a defesa da nação, sobretudo os territórios das colónias, onde os os navios enfrentavam graves perigos.

D. Pedro II, devido à chegada do ouro do Brasil, levou a cabo várias obras por todo o país. Ao nível do ensino artístico, em 1689, publicou o Regimento dos Mestres Architetos dos Paços Reais, um documento orientador do ensino da arquitetura civil. Os mestres deviam ter até 4 aprendizes e dar lições diárias.


MJS