Detetor ou coesor de Branly, isolado sobre uma base de madeira, composto
por um dispositivo tubular de vidro, em cujo interior se encontra limalha de
ferro. Através de um conjunto de vários elétrodos encontra-se ligado a uma
antena e à terra. A ocorrência de uma descarga elétrica oscilatória através de
limalha provoca a passagem de corrente no circuito. A bateria fornece mais
corrente e o interruptor eletromagnético é acionado, emitindo um som audível. O
martelo do mecanismo de campainha bate no coesor de Branly, fazendo com que a
limalha se disperse e haja interrupção da corrente. É o primeiro detetor de
oscilações eletromagnéticas, de sensibilidade suficiente para possibilitar a
construção dos primeiros recetores de rádio de aplicação prática. Está
inventariado com o número ME/400427/106 e pertence ao espólio museológico da
Escola Secundária de Santa Maria Maior.
Édouard Branly (1844 – 1940) foi um físico e médico francês, considerado um
dos precursores da invenção da rádio graças ao seu invento, o chamado detetor
de Branly. Graças aos seus trabalhos na área da radio condução, Marconi efetua
em 1899 as ligações radiotelegráficas que conduziriam à telegrafia sem fios.
Branly foi um aluno brilhante, tendo iniciado os seus estudo em 1852 no
Collège de Saint-Quentin.Em 1869 foi nomeado chefe de trabalhos do laboratório
de ensino de física na Faculdade de Ciências de Paris e da Escola Prática de
Altos Estudos, dirigida por Paul Desains. Em 1876, Branly deixa a Universidade,
tornando-se professor no Instituto Católico de Paris. No que respeita às suas
investigações, os resultados mais importantes foram a descoberta do princípio
da radio-condução (1890) e a invenção da telemecânica (1905).