Alfredo
Betâmio de Almeida concluiu o curso de Desenho na Escola Superior de Belas-Artes
de Lisboa em 1944. Iniciou de imediato a carreira docente no Liceu Pedro Nunes,
fazendo o exame de estágio com o ensaio Desenho
à Vista. A partir de então tornou-se lente efetivo de Desenho nesta
instituição.
Em
1947/48 participou na Reforma do Ensino Liceal de Pires de Lima, elaborando o
programa de Desenho Livre (1.º e 2.º anos) e o manual escolar Compêndio de Desenho para o 1.º Ciclo dos
Liceus, livro único atualizado em 1948 e 1967.
Entre
1957 e 1958, Almeida afirmou-se como pedagogo, tornando-se “professor
metodólogo” do grupo de Desenho e Trabalhos Manuais. Iniciou nestes anos uma
reflexão sobre a didática do desenho e tornou-se cofundador da Palestra – Revista de Pedagogia e Cultura
(1958- 1973).
Em
1968 participou na reforma de Veiga Simão como autor dos novos programas de Desenho
para o 2.º ciclo dos Liceus. Em 1970, como membro da Junta Nacional de
Educação, preparou o novo programa de Desenho.
Após o
25 de Abril de 1974 foi nomeado Diretor-Geral do Ensino Liceal. Em 1975 lançou
o Ensino Secundário Unificado, mas acabou por pedir a exoneração do cargo. Em
1977, e até ao final da sua vida, foi presidente do Instituto de Tecnologia
Educativa – ITE.
A sua
atividade como educador focou-se sobretudo no reconhecimento da sua área de
ensino. Para Almeida, a educação estética deveria processar-se em todas as
disciplinas.
Uma
das suas reflexões sobre a Didática do Desenho teve como base a variável das
competências de aprendizagem relacionada com as idades mentais dos alunos. Isto
permitiu-lhe isolar as características e expressões gráficas do desenho
infantil e do desenho de transição para uma visão adulta.
Para
Almeida, o “desenho livre”, deveria valorizar a atmosfera criativa e ser uma
projeção verdadeira dos alunos. O professor seria responsável por estimular as
necessidades expressivas da criança ou do adolescente e posteriormente
introduzir as melhores técnicas para essa criatividade.
A par
da educação, Betâmio de Almeida foi também artista plástico e historiador local
em Benavente. Teve uma intensa atividade de pintura em tinta pastel, aguarela e
guache, com temáticas relacionadas com naturezas mortas e pintura abstrata.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS