2024/05/20

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Agostinho de Campos (1870 – 1944)

 

(Imagem do autor retirada da internet)


Agostinho Celso de Azevedo Campos nasceu no Porto a 14 de fevereiro de 1870, numa família da pequena burguesia comercial. Teve um percurso escolar comum e ingressou no curso de Direito da Universidade de Coimbra que concluiu em 1892.

Não foi um curso que o estimulasse e Campos optou pelo ensino da língua e cultura portuguesas em Hamburgo, na Alemanha, entre 1893 e 1894. Durante este período colaborou com o jornal O Comércio do Porto na área de política externa. Em 1895 regressou a Portugal.

A par da docência, o jornalismo permaneceu sempre um dos pontos fulcrais da sua vida, quer n’ O Comércio do Porto quer no Diário de Notícias. Entre 1901 e 1906 tornou-se redator principal n’ O Diário Ilustrado.

Exerceu funções de professor no Liceu Central de Lisboa (Pedro Nunes), entre 1896- 1905 e 1910- 1932. Desempenhou atividades letivas na Casa Pia de Lisboa e no Instituto Superior do Comércio e foi igualmente professor na Faculdade de Letras das Universidades de Coimbra e de Lisboa entre 1932 e 1940.

No que respeita às questões educativas, Agostinho de Campos defendeu o conceito de “educar de cima para baixo”. Os problemas da nação podiam resolver-se através de um modelo de funcionamento social e de um sistema de ensino que deveria partir das classes superiores. As elites dirigentes encontravam-se mal preparadas devido à ausência de produção pedagógica adequada à realidade e à falta de valorização dos docentes. Neste âmbito, Campos foi responsável por um Decreto de 1906 que concedia bolsas de estudo a professores que quisessem estudar fora de Portugal.

Em 1929 foi nomeado para vogal da Junta de Educação Nacional, ocupando a presidência da seção de Letras até 1931.

Outra das questões frequentemente debatidas por Campos diz respeito à educação que não se faz apenas na escola, mas também na vida. Para este educador era inconcebível que houvesse investimento nas instituições escolares se existia um desprezo pelo trabalho e pelo mérito.

Agostinho Campos acabou por se retirar da política dedicando-se à carreira docente e ao jornalismo. Para o autor houve uma descrença no poder político como reformador educativo: as reformas deveriam ser feitas por professores/educadores/pedagogos e não pela classe política.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS


 

Sem comentários: