Agostinho
Celso de Azevedo Campos nasceu no Porto a 14 de fevereiro de 1870, numa família
da pequena burguesia comercial. Teve um percurso escolar comum e ingressou no
curso de Direito da Universidade de Coimbra que concluiu em 1892.
Não
foi um curso que o estimulasse e Campos optou pelo ensino da língua e cultura
portuguesas em Hamburgo, na Alemanha, entre 1893 e 1894. Durante este período
colaborou com o jornal O Comércio do
Porto na área de política externa. Em 1895 regressou a Portugal.
A par
da docência, o jornalismo permaneceu sempre um dos pontos fulcrais da sua vida,
quer n’ O Comércio do Porto quer no Diário de Notícias. Entre 1901 e 1906
tornou-se redator principal n’ O Diário
Ilustrado.
Exerceu
funções de professor no Liceu Central de Lisboa (Pedro Nunes), entre 1896- 1905
e 1910- 1932. Desempenhou atividades letivas na Casa Pia de Lisboa e no
Instituto Superior do Comércio e foi igualmente professor na Faculdade de
Letras das Universidades de Coimbra e de Lisboa entre 1932 e 1940.
No que
respeita às questões educativas, Agostinho de Campos defendeu o conceito de
“educar de cima para baixo”. Os problemas da nação podiam resolver-se através
de um modelo de funcionamento social e de um sistema de ensino que deveria
partir das classes superiores. As elites dirigentes encontravam-se mal
preparadas devido à ausência de produção pedagógica adequada à realidade e à
falta de valorização dos docentes. Neste âmbito, Campos foi responsável por um
Decreto de 1906 que concedia bolsas de estudo a professores que quisessem
estudar fora de Portugal.
Em
1929 foi nomeado para vogal da Junta de Educação Nacional, ocupando a
presidência da seção de Letras até 1931.
Outra
das questões frequentemente debatidas por Campos diz respeito à educação que
não se faz apenas na escola, mas também na vida. Para este educador era
inconcebível que houvesse investimento nas instituições escolares se existia um
desprezo pelo trabalho e pelo mérito.
Agostinho
Campos acabou por se retirar da política dedicando-se à carreira docente e ao
jornalismo. Para o autor houve uma descrença no poder político como reformador
educativo: as reformas deveriam ser feitas por professores/educadores/pedagogos
e não pela classe política.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.
MJS
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