2011/03/02
Exposição Virtual
2011/03/01
«MUITOS ANOS DE ESCOLAS.»
Na
passada terça-feira, dia 22 de fevereiro, a Secretaria-Geral do Ministério da
Educação organizou, na recém-intervencionada Escola Secundária D. Filipa de
Lencastre, a apresentação pública do terceiro livro da série “Muitos anos de
escolas”.
Trata-se
de uma obra onde se descrevem e comentam os sucessivos modelos de construção
das escolas primárias portuguesas desde os finais do século XIX até aos anos 80
do século XX, pacientemente recolhidos pelas autoras no âmbito do seu trabalho
no Ministério da Educação.
Estres
três volumes têm, assim, o mérito de revelar ao público o importante espólio
arquivístico de que a Secretaria-Geral do ME dispõe. Um espólio que tem vindo a
ser objeto, nos últimos anos, de um importante esforço de tratamento, incluindo
descrição arquivística, instalação e acondicionamento, numa dinâmica que visa
acima de tudo corresponder ás necessidades dos utilizadores do Centro de
Documentação do ME, na sua maioria investigadores de doutoramento ou
pós-doutoramento.
A
sessão que assinalou o lançamento desta monografia teve como principais
protagonistas a Doutora Maria de Lourdes Rodrigues e a arquiteta Teresa Heitor
que fizeram duas intervenções traduzindo leituras complementares sobre a obra.
A
arquiteta Teresa Heitor fez uma abordagem rigorosa e documentada à história dos
equipamentos educativos ao longo do século XX, relacionando a evolução das
conceções pedagógicas com as opções de projeto e as tipologias arquitetónicas e
contextualizando a experiência portuguesa com a de outros países.
A
Doutora Maria de Lourdes Rodrigues fez uma intervenção em que sobressaiu o
olhar político, de decisor em matéria educativa, para quem o conhecimento
concreto da realidade material das escolas é fundamental para orientar
quaisquer tomadas de decisão relativamente ao funcionamento e gestão da rede
escolar. De forma muito apelativa, Maria de Lourdes Rodrigues realçou os três ou
quatro aspetos que se lhe impuseram como fundamentais na leitura manifestamente
atenta que fez dos três volumes.
Na sequência
das duas oradoras da tarde, o Secretário-Geral, Dr. João S. Batista, que
conduziu a sessão, deu ainda a palavra às autoras do livro, Filomena Beja e
Júlia Serra, para as naturais palavras de agradecimento.
No
átrio da recém-construída sala polivalente da escola, foram expostos, para esta
ocasião, três painéis com reproduções de peças desenhadas da autoria do
arquiteto Jorge Segurado para o então Liceu de D. Filipa de Lencastre e, ainda,
uma fotografia aérea da mesma época, onde se pode ver o edifício do liceu numa
fase em que a expansão da cidade de Lisboa não contemplara ainda a urbanização
da atual Praça de Londres e zonas envolventes. Um exercício de revisitação de
memórias sobra a cidade que as fotografias do espólio do Ministério da Educação
proporcionam…
Peça do mês de fevereiro/2011
Modelo anatómico de espécie vegetal
Modelo de flor do linho, utilizado para
permitir a visualização da sua morfologia em contexto das práticas pedagógicas
das aulas de Ciências Naturais. Trata-se de uma ampliação onde é apresentada a
flor do linho (Linum), com grande pormenor. Assenta num suporte vertical preso
a uma base redonda de madeira e é desmontável.
O modelo pertence à Escola Secundária de
Camões, com o número de inventário ME/401109/56
Este modelo pertence à coleção Brendel,
companhia produtora de modelos de botânica e zoologia, fundada em Breslau,
Alemanha, por Robert Brendel (ca. 1860-1898). Transferida para Berlim em 1896 e
posteriormente, em 1902, para Grunewald por Reinhold Brendel (c. 1861-1927)
esta fábrica produziu modelos, muito aumentados e desmontáveis, em
papier-maché, madeira, algodão, rattan, contas de vidro, penas ou gelatina. Ao
nível científico, os Brendel contaram com alguns colaboradores e especialistas,
como é o caso dos professores Cohn, Eduard Eidam, Alexander Tschirch
(1856–1939), Leopold Kny (1841-1916), Carl Müller (1855-1907) ou Emerich Ratháy
(1845-1900). Aliando beleza e rigor científico, estes modelos não tinham uma
função meramente educativa, sendo verdadeiras obras de arte, muito ao estilo do
conceito de ciência e de arte do século XIX, refletindo o entusiasmo pelo
conhecimento e o apelo da perfeição artística.
MJS
Bibliografia e informação adicional:
http://members.ziggo.nl/here/neo.html
http://www.georgeglazer.com/decarts/instruments/skelhand.html
Para consultar história da Escola Secundária
de Camões:
http://www.escamoes.pt/site/html/historia.htm