2023/05/25

Educação e Monarquia: D. João IV (1604 - 1656)

D. João IV (1604 – 1656), “o Restaurador”, era o filho de D. Teodósio II de Bragança e de D. Ana de Velasco e Girón. D. João pertencia à Casa Real de Bragança que tinha grande prestígio em Portugal e que beneficiou da degradação do governo de Filipe III e do aumento de impostos. Casou com D. Luísa de Gusmão em 1633. Foi ele o rei escolhido para terminar com o domínio filipino em Portugal.

O monarca conseguiu o apoio da maior parte da população, o que lhe permitiu fazer face aos confrontos militares com Espanha na Guerra da Restauração. No entanto, houve uma enorme divisão no que respeita à nobreza, que chegou a intentar contra a vida do próprio rei. Houve assim a necessidade de um processo diplomático nas cortes europeias para obter o reconhecimento da independência e justificar que D. João era, na verdade, o legítimo herdeiro da coroa.


(Imagem de D. João IV retirada da Internet)

Em 1641 iniciaram-se os confrontos. A primeira grande vitória portuguesa deu-se na Batalha do Montijo em 1644, seguida de um fracasso espanhol no cerco de Elvas. Espanha encontrava-se envolvida na Guerra dos Trinta Anos, pelo que só a partir de 1659 se pode dedicar à anulação da independência portuguesa. Isto permitiu à coroa portuguesa fortalecer e consolidar a sua posição militar e financeira. Durante o período que se seguiu houve diversos conflitos nas colónias portuguesas, nomeadamente com os Países Baixos que pretendiam manter os territórios conquistados no Brasil.

A principal preocupação deste monarca foi, obviamente a guerra com Espanha e a afirmação do país nas cortes europeias. Apesar disso, ao nível interno foram tomadas medidas importantes: a criação de um Conselho de Guerra (1640); a reforma do Conselho da Fazenda (1642); a criação da Junta dos Três Estados (1643); do Conselho Ultramarino (1643); e da Companhia da Junta de Comércio (1649).

Em 1653 foram convocadas Cortes em Lisboa, onde se aclamou D. Afonso VI como futuro rei de Portugal e onde foi pedido apoio militar e financeiro. O monarca veio a falecer em 1656, tendo confiado a regência à rainha.

Ao nível cultural, poder-se-á afirmar que D. João IV recebeu uma educação cuidada com boa preparação ao nível das Letras Clássicas e da Teologia. A música fazia parte dos seus gostos pessoais, tendo lições com o mestre inglês, Robert Tornar. Foi um compositor de destaque (atribui-se-lhe a autoria da peça Adeste Fidelis) e possuía a maior biblioteca musical da Europa, destruída pelo terramoto.

No que respeita à educação, enfatizou-se a democratização do acesso ao ensino. De acordo com João Amós Coménio, todas as crianças, independentemente do nível social ou género, deviam ser enviadas para as escolas.

Ao nível do ensino das artes foi criada a Aula de Fortificações e Arquitetura Militar na Ribeira das Naus, em 1647. O mestre que incentivou a sua criação foi Luís Serrão Pimentel (1613 – 1678), engenheiro militar. No que respeita à escultura, esta restringiu-se sobretudo ao trabalho em madeira, em relevo, para a elaboração de retábulos. O prestígio das oficinas de pintura de Espanha fez com que muitos artistas aperfeiçoassem a sua arte neste país.

 

MJS

 

2023/05/22

Educação e Monarquia: Filipe III (1605 - 1665)

 

D. Filipe III (1605-1665), “o Grande”, era filho de Filipe II de Portugal e de D. Margarida de Áustria, tendo subido ao trono em 1621.

Durante o seu reinado, os países europeus procuraram acabar com a hegemonia espanhola. Desta forma, os ataques dos holandeses às colónias portuguesas intensificaram-se durante este período, com a conquista da Baía em 1624 e de Pernambuco em 1630.

O governo foi entregue ao Duque de Olivares que esteve no poder durante 25 anos. A política do Duque primou pela tirania causando revoltas na Catalunha e em Portugal. Tentando evitar o descontentamento sentido, a Duquesa de Mântua e Miguel de Vasconcelos ficaram à frente do governo. Apesar disso, em dezembro de 1640, a população revolta-se e a 15 de dezembro D. João é coroado rei de Portugal. Os conflitos entre Portugal e Espanha perduraram até 1668.


(Imagem de Filipe III retirada da Internet)

A segunda metade do reinado de Filipe III contou com um exercício pessoal do poder.

Ao nível cultural, Filipe III foi um patrono das artes, quer da pintura, quer do teatro, favorecendo o trabalho de inúmeros dramaturgos. Apoiou pintores, como Velázquez, Eugénio Cajés, Vicente Carducho, Gonzalez e Nardi e adquiriu inúmeras obras no estrangeiro.

Ao nível arquitetónico, mandou edificar um novo palácio, o Bom Retiro, cuja construção se iniciou em 1630. O projeto, da autoria de Alonso Carbonell, ficou concluído em 1640 e tornou-se um polo agregador de artistas e escritores.


MJS