2022/05/12

Mulheres na ciência: Barbara McClintock (1902 - 1992)

 


Barbara McClintock, nasceu no Connecticut, Estados Unidos em 1902, terceira filha de Thomas Henry McClintock, médico e de Sara Handy McClintock. Foi uma citogeneticista, vencedora do prémio Nobel da Medicina em 1983 pela descoberta de elementos genéticos móveis.

Frequentou a escola desde os três anos de idade, em Brooklyn, Nova Iorque, ficando em casa dos seus tios. Era descrita como uma criança independente e solitária, com uma relação difícil com a mãe.

Em 1908 os McClintock mudaram-se para Brooklyn e Barbara prosseguiu os seus estudos no Erasmus Hall High School, concluídos em 1919. Ingressou na Faculdade de Agricultura da Universidade Cornell, com bastante oposição por parte da mãe. Estudou botânica e concluiu o grau de Bachelor of Science em 1923. Durante a faculdade interessou-se por genética e acabou mesmo por frequentar a pós-graduação nessa área.

Como monitora de botânica, Barbara criou um grupo de estudo na área da citogenética do milho. O seu trabalho focava-se na forma de visualizar e caracterizar os cromossomas desta planta. As estudar a morfologia dos cromossomas do milho, a investigadora conseguiu perceber a ligação de grupos cromossomáticos específicos que eram herdados em conjunto. A informação genética, segundo os seus estudos, não era imóvel e os genes podiam ligar-se ou desligar-se de certos fenótipos. Alguns dos seus trabalhos foram publicados em 1929 na revista Genetics.

Toda a sua investigação abriu portas aos complexos processos que ocorrem no ADN das plantas e animais. No entanto, ignorada pela comunidade científica, McClintock parou de publicar os resultados da sua investigação e de dar palestras, embora continuasse a trabalhar na área. O reconhecimento chegou com a atribuição do Prémio Nobel concedido pela primeira vez a uma única mulher.

Os seus últimos dias foram passados como pesquisadora no Cold Spring Harbor Laboratory em Long Island. Barbara morreu a 2 de setembro de 1992.


Imagem parietal de espécie vegetal/Milho

ME/401470/127

Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. Joaquim de Carvalho

Quadro parietal com a representação da planta do milho para ilustração das matérias de botânica. O quadro apresenta sobre um fundo negro várias imagens do caule, raízes e sementes.

MJS

2022/05/09

Mulheres na ciência: Janaki Ammal (1897 - 1984)

 


Janaki Ammal Edavalath Kakkat, nasceu na Índia em 1897, filha de Dewan Bahadur Edavalath Kakkat Krishnan, juiz assistente e de Devi Kuruvayi, filha ilegítima de John Child Hannyngton, administrador da colónia e da sua amante.

Foi considerada a “mãe” da botânica moderna indiana, tendo trabalhado com citogenética e fitogeografia. Para além disso, tornou-se a primeira mulher do país a ter um grau de doutoramento na área da botânica.

Estudou no Convento do Sagrado Coração em Tellicherry e posteriormente no Queen Mary´s College, em Madras. Licenciou-se em botânica no Presidency College e aproveitou uma bolsa de estudo para prosseguir a sua formação na Universidade de Michigan, em 1924. Em 1926 tinha concluído o mestrado em botânica.

Regressando à India, lecionou no Women´s Christian College, em Madras, durante alguns anos. Conseguiu uma nova bolsa de estudos e concluiu o doutoramento em 1931 também na Universidade de Michigan.

Entre 1932 e 1934 lecionou botânica no Maharaja’s College of Science em Kerala. Foi nesta altura que iniciou os seus trabalhos com a cana de açúcar, juntamente com Charles Alfred Barber, tentando criar variações híbridas dessa planta.

Em 1939 participou no 7.º Congresso Internacional de Genética em Edimburgo. Com o eclodir da Segunda Guerra Mundial, não conseguiu sair do país. Trabalhou no Centro John Innes, em Londres, juntamente com C. D. Darlington, coautor de vários estudos, entre os quais Chromosome Atlas of Cultivated Plants (1945).

Tornou-se pesquisadora convidada da Royal Horticultural Society, entre 1945 e 1951. Durante este período dedicou-se ao estudo das magnólias e do seu processo de hibridização.

Ammal distinguiu-se sobretudo pelo trabalho com a cana-de-açúcar e com a beringela e notabilizou-se pela pesquisa sobre plantas tropicais e o seu valor económico. Em 1951 foi convidada pelo Primeiro Ministro indiano para organizar o Botanical Survey of India, onde trabalhou como diretora do laboratório de botânica. Janaki viajou por todo o país em busca de plantas desconhecidas, recolhendo contos e histórias locais sobre essas plantas e flores.

Aposentou-se em 1970, mas continuou como pesquisadora na Universidade de Madras. Em 1977 recebeu do governo indiano o prémio Padma Shri. Faleceu em fevereiro de 1984.

Imagem Parietal de espécie vegetal/Cana-de-açúcar

ME/402436/19

Escola Secundária de Passos Manuel

Quadro com fundo negro contrastante com os desenhos coloridos, alguns dos quais em corte, bastante ampliados, por vezes tridimensionais, de grande realismo e de grande rigor científico.


MJS