2024/08/29

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas do Ciclo Primário: Escola Preparatória de José Luciano de Castro, Anadia

 

- Escola Preparatória de José Luciano de Castro -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Preparatória de José Luciano de Castro, Anadia.


(Podem observar-se duas imagens do acesso aos pavilhões de salas de aula)


(No topo, pode ver-se um pátio interior com algumas zonas cobertas. Em baixo, à esquerda, um pormenor dos pavilhões. À esquerda, a ficha técnica com a identificação da escola, a dimensão da área coberta, a dimensão da superfície de pavimentos, o custo total das instalações, a data de conclusão da obra, a população escolar e a discriminação das dependências)


Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre

 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.



P. M. 


2024/08/26

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Augusto Alves dos Santos (1866 – 1924)

 

(Imagem do autor retirada da internet)


Augusto Joaquim Alves dos Santos nasceu a 14 de outubro de 1866 em Ponte de Lima, filho de Manuel Joaquim Rodrigues dos Santos e de Ana Maria Alves Soares. Ingressou no Seminário de Braga, tendo recebido a ordenação como sacerdote em 1891.

Em 1893 matriculou-se no Curso de Teologia da Universidade de Coimbra que concluiu em 1899. Em 1900 obteve o grau de Doutor em Teologia. Passou de imediato a lecionar na Faculdade (Teologia Dogmática, Ética Cristã Geral e Teologia Moral), acumulando estas funções com as de Inspetor do Ensino. Em 1906 publicou o resultado do seu trabalho na Estatística geral da circunscrição escolar de Coimbra relativa ao ano de 1903-1904.

Em 1908 fundou o Colégio Nacional de Coimbra e em 1910 publicou A nossa escola primária – O que tem sido, o que deve ser. Foi também Diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra até ao final da sua vida.

Em 1911, após a instauração da república tornou-se militante do Partido Republicano Evolucionista e do Partido Republicano Nacionalista. Com a extinção da Faculdade de Teologia, passou a lecionar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Acabou por abandonar o sacerdócio e casou-se com D. Maria Adélia de Oliveira.

Em 1912 fez viagens à Bélgica e à Suíça, na qualidade de professor, para efetuar alguns estudos na área de Psicologia. Como resultado destes estudos, em 1912/1913 fundou o primeiro Laboratório de Psicologia Experimental, em Coimbra. O trabalho desenvolvido neste Laboratório constava de lições, observações, experiências e mensurações.

Esteve ligado à criação das Escolas Normais Superiores de Lisboa e Coimbra, tendo lecionado nesta última as cadeiras de Pedagogia (1915-1919), Psicologia Infantil (1915-1919), Moral e Instrução Cívica Superior (1917-1921). Em 1916 tornou-se Doutor em Letras.

Entre 1918 e 1922 desempenhou vários cargos: Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, Deputado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra e Ministro do Trabalho.

A grande importância deste educador consistiu, entre outros aspetos, no desenvolvimento da pedologia e na construção de uma teoria pedagógica sobre a criança. Para Alves dos Santos, as crianças apresentavam diferenças fisiológicas entre si, baseadas na idade e no sexo, mas também diferenças sociais e hereditárias. Desta forma, estabeleceu seis fases no desenvolvimento infantil: Recém-nascença (do nascimento ao primeiro mês), Infância (do primeiro mês aos 3 anos); Puerícia (3 aos 7 anos); Adolescência (7 aos 12/14 anos nos rapazes e 7 aos 11/13 anos nas raparigas); Puberdade (final da adolescência aos 16 anos nos rapazes e aos 15 anos para as raparigas); e Nubilidade (15/16 aos 20 anos).

No seu propósito de construir uma pedagogia portuguesa, Alves dos Santos distinguiu duas áreas: a Biopedologia, que estudava as leis do crescimento da criança, e a Psicopedologia, que versava o desenvolvimento da mentalidade da criança, baseando-se na hereditariedade e no meio físico e social.

Quanto ao seu pensamento pedagógico, este estudioso defendeu a importância dos fatores hereditários e da educação. Para que a transmissão de conhecimentos tivesse sucesso, a criança só deveria iniciar a escolaridade a partir dos 6 ou 7 anos de idade. A partir dos 7 e até aos 14 anos, a criança estava predisposta à aprendizagem da educação moral. A educação cívica, praticamente inexistente, tornou-se igualmente um dos aspetos que defendeu.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


MJS