2025/07/31

Muitos Anos de Escolas – Volume II – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário – Anos 40 – Anos 70 – Capítulo II – Os Edifícios dos Centenários (Parte III)

  

II – Os Edifícios dos Centenários

    2. Os Novos Projetos

 

Os projetos da Direção dos Edifícios Nacionais de Lisboa estiveram a cargo do Arquiteto Eduardo Moreira dos Santos e dividiram-se da seguinte forma:

 

(Imagem dos Projetos Aprovados em 1944 do Arquiteto Eduardo Moreira dos Santos)


(Imagem das peças desenhadas dos edifícios de 1 sala Tipo Estremadura, Tipo Ribatejo e Tipo Alto Alentejo)

(Imagem das peças desenhadas dos edifícios de 2 salas, 2 sexos, Tipo Estremadura, Tipo Ribatejo e Tipo Alto Alentejo)



Fonte: BEJA, Filomena, et al. Muitos Anos de Escolas – Volume II – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário – Anos 40 – Anos 70. Lisboa, Ministério da Educação – Departamento de Gestão de Recursos Educativos, 1996.


MJS


2025/07/28

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: João de Barros (1881 – 1960)

 

(Imagem do autor retirada da internet)


 

João de Barros nasceu a 4 de fevereiro de 1881 na Figueira da Foz, filho de Afonso Ernesto de Barros e de D. Mariana da Costa Guia de Barros, uma família burguesa que recebeu um título nobiliárquico.

Concluiu os seus estudos na cidade natal e em 1896 ingressou na Escola Politécnica de Lisboa. Em 1898 inscreveu-se na Faculdade de Direito de Coimbra e em 1904 recebeu a Carta de Bacharel.

Em 1905 foi colocado como professor de Inglês e Francês no Liceu Central de Coimbra. Em 1906 foi transferido para o Liceu do Carmo em Lisboa e no mesmo ano, para o Liceu Alexandre Herculano no Porto.

Em 1907 obteve uma bolsa de estudos e deslocou-se a vários países da Europa com o objetivo de estudar novos métodos de pedagogia e de tomar contato com a Educação Nova. Como resultado desta viagem, publicou em 1908 a obra A Escola e o Futuro.

Em 1909 participou no 2.º Congresso Pedagógico com a tese “João de Deus, o único educador nacional”, em que defendeu a vantagem da Cartilha Maternal na renovação do ensino. Neste ano proferiu várias conferências em Bruxelas sobre literatura portuguesa.

Em 1910, com a implantação da República, foi nomeado para Diretor-Geral da Instrução Pública do Ministério do Interior. Demitiu-se em 1911 devido a um desentendimento com o Ministro do Interior, tendo por base as alterações feitas à sua proposta de reforma do ensino, embora continuasse a desempenhar funções na Direção-Geral da Instrução Primária. Neste ano publicou a obra A Nacionalização do Ensino.

Em 1912 fez a primeira viagem ao Brasil, iniciando uma aproximação a este país. Em 1913 iniciou-se o movimento “Renascença Portuguesa”, que contou com a sua participação nos periódicos Vida Portuguesa e A Águia. Ainda durante este ano foi eleito sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e deputado pelo Círculo de Lamego, bem como Diretor-Geral da Instrução.

Em 1914 tornou-se secretário-geral interino do Ministério de Instrução Pública e publicou A República e a Escola e A Educação Moral na Escola Primária. Em 1915 ascendeu a Diretor-Geral do Ensino Primário. Em 1916 publicou Educação Republicana e Educação e Democracia.

Em 1919 passou a Diretor-Geral do Ensino Primário e Normal e Secretário-Geral do Ministério de Instrução Pública. Em 1920 e 1922 realizou a segunda viagem ao Brasil, onde proferiu várias conferências. Em 1924 fez uma viagem de estudo à Grécia e foi convidado para Ministro dos Negócios Estrangeiros. Abandonou o cargo em 1925 e passou a ser Diretor-Geral do Ensino Secundário.

Entre 1928 e 1942 retomou o lugar de professor no Liceu Passos Manuel em Lisboa. Em 1945 aderiu ao Movimento da Unidade Democrática, apoiando a candidatura de Norton de Matos (1949), de Quintão Meireles (1951) e de Humberto Delgado (1958).

Durante os seus últimos anos de vida dedicou-se à adaptação de clássicos da literatura para os mais jovens, entre os quais se destacam Os Lusíadas em prosa de Luís de Camões (1930), Viriato Trágico de Brás Garcia de Mascarenhas (1940), a Odisseia e a Ilídia de Homero, bem como a Eneida de Virgílio (1947) e ainda as Viagens de Gulliver de Jonathan Swift (1957).

O seu pensamento pedagógico orientou-se para uma educação global, ou seja, a mente sã em corpo são. A leitura e a escrita, ministradas através das escolas móveis ou fixas, eram responsáveis por promover a dignidade ao cidadão. As sociedades modernas só poderiam evoluir mediante a instrução de todos.

Esta ideia foi por ele associada ao ideal republicano, que seria responsável por formar um homem-novo, orientado por uma instrução que defendia os valores da República. Assim se compreende a introdução de uma moral laica, acima da religião, que veicula a tolerância, a liberdade e a crença no poder do homem.

João de Barros também apelou a uma “cultura de sensibilidade” que se apoiava na educação artística, permitindo ao aluno desenvolver-se harmoniosamente.

 


Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.

 

MJS