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Bordado 
Colete feminino, de traje tradicional de lavradeira, com bordado
  característico de Viana do Castelo, com fios de lã policromos, lantejoulas e
  cordãozinho de fio metálico. É uma peça bastante justa, que prende na frente com laço. Este pende da
  fita de debrum esverdeada que contorna a gola e os ombros/mangas. O colete
  foi executado em tecido liso de cor azulão e barra inferior de veludo liso,
  preto. Na frente é liso e nas costas profusamente bordado. A decoração de
  cariz floral lembra os bordados dos trajes de Viana do Castelo, executada a
  fios de lã de tons esbatidos verde, azul, amarelo e rosa. Executado com pontos
  lançado, de formiga e de espinha. Trabalho provavelmente coletivo realizado
  no âmbito da disciplina de Oficinas do Curso de Formação Feminina. Está
  inventariado com o número ME/400361/107 e pertence ao espólio museológico da Escola
  Secundária de Monserrate. 
Esta instituição foi criada como
  Escola de Desenho Industrial de Viana do Castelo em 1888. Começou a funcionar
  no Palácio do General Luís do Rego e o seu primeiro professor foi o escultor
  Serafim Sousa Neves. Em 1891 passou a ser designada Escola Elementar
  Industrial Nun’Álvares e em 1914, Escola Industrial e Comercial de Nun’
  Álvares. A partir de 1925 a instituição acolhe diversos mestres e alunos que
  dignificam o ensino aí ministrado: Jacinto José Alves, Miguel Nogueira
  Júnior, Cláudio Basto, Luís Soares Martins, Laura Pires Franco, Ildefonso
  Rosa, Manuel Xavier de Carvalho, Carolino Ramos, Manuel Fontes e alunos como
  José Rosa Araújo, Manuel J. Meira da Costa, Joaquim da Veiga, Amadeu Costa, entre
  outros. O aumento crescente do número de alunos matriculados obrigou à
  mudança de instalações que se concretizou em 1964 com a inauguração do novo
  edifício da Escola Industrial e Comercial de Viana do Castelo. Em 1979 passou
  a designar-se Escola Secundária de Monserrate.  
Esta peça faz parte do vestuário
  regional típico de Viana do Castelo. Geralmente quando se fala em “traje à
  lavradeira” pensa-se no traje vermelho de Santa Marta de Portuzelo. No
  entanto, quer o traje vermelho, quer o azul são utilizados pelas raparigas. Este
  traje fica completo com uma camisa branca bordada de azul, sobre a qual se
  coloca o colete profusamente decorado com bordados policromáticos de gosto
  barroco. Usa-se igualmente uma saia rodada e um avental, meias e chinelas.  MJS 
Bibliografia e informação adicional: Para consultar a história da Escola Secundária de Monserrate | 
MJS
 

 
