2021/08/26

Biblioteca de Arqueologia

A Biblioteca de Arqueologia (BA) situa-se no Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia. Tem origem em 1973 na Biblioteca do Instituto Arqueológico Alemão, tendo sido cedida ao Estado Português aquando da sua extinção em 1999.

Trata-se de um espaço especializado em Arqueologia nas suas diversas vertentes. Incide sobretudo sobre Portugal e a Península Ibérica, embora tenha um acervo importante de arqueologia mundial.

Estão disponíveis cinco bases de dados, de acordo com os acervos existentes: Acervo Bibliográfico Geral, Mapoteca, Arquivo Leisner, Desenho gráfico e Acervo Bibliográfico de Arqueologia Náutica e Subaquática. Para além destes, pode referir-se o fundo resultante da doação do Dr. Francisco Alves e o fundo de Catálogos de Leilão.

O acervo bibliográfico geral tem cerca de 97.000 registos bibliográficos, divididos por cerca de: 1.550 títulos de periódicos (cerca de um terço dos quais ativos e atualizados), 32.000 títulos monográficos e 63.500 títulos de analíticos.

A Mapoteca diz respeito à georreferenciação de sítios, achados e monumentos. Inclui carta militares, cartas corográficas, cartas de Portugal, cartas geológicas, cartas de capacidade de uso do solo, cartas topográficas, cartas administrativas, ortofotomapas, ortofotoplantas, cartas atlas do ambiente e cartas agrícolas, entre outras.

O Arquivo Leisner, disponível on-line, compreende 49.500 documentos (19.000 documentos escritos e 30.5000 documentos gráficos e fotográficos). Foi reunido por Georg (1870-1957) e Vera (1885-1972) Leisner, arqueólogos que fizeram vários estudos arqueológicos em Portugal.

Os Desenhos de Arquitetura Megalítica inclui desenhos de monumentos megalíticos que se encontravam no acervo do DAI de Lisboa (ao qual foram remetidos, em 1995, pelo DAI de Madrid).

Datam das décadas de 1960 e 1970 e foram realizados, maioritariamente, por indicação de Georg Leisner, Vera Leisner e Hermanfrid Schubart, durante os trabalhos de prospeção arqueológica. Existem igualmente vários desenhos “livres” elaborados por desenhadores profissionais, para ilustração de comunicações e publicações, que não se encontram digitalizados. Constituem um núcleo de grande importância para a reconstituição das paisagens megalíticas.

O Acervo de Arqueologia Náutica e Subaquática é composto por monografias e periódicos especializados nesta temática. Aqui se inclui a doação do Dr. Francisco Alves, com cerca de 2.000 volumes sobre este tema.

 

MJS

2021/08/23

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra


A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é uma das mais importantes a nível nacional, com um acervo de cerca de 30.000 volumes. Situa-se no quarto piso da ala nascente do palácio, denominada a Casa da Livraria, sendo a sala de maior dimensão em todo o monumento. É uma área em forma de cruz com cerca de 85 metros de comprimento e 9.5 metros de largura, pavimentada com pedra liós de várias cores. Ao centro tem uma abóbada que se apoia em quatro arcos, em cujo centro se encontra esculpido em mármore um rosto humano que representa o sol, uma alegoria ao conhecimento e à sabedoria, influenciada pelo Movimento das Luzes.

Em 1730, este espaço encontrava-se ainda em construção e foi instalado em duas salas no terceiro piso do lado poente. D. João V adquiriu a maior parte do seu acervo. O Rei enviou emissários ao estrangeiro para adquirir tudo o que de melhor e de mais novo aí se imprimisse. Tratava-se de um Biblioteca Real, mas poderia ser utilizada pelos membros da corte e pela comunidade religiosa. Os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho foram os responsáveis pela sua instalação.

Em 1711 iniciou-se a construção das estantes, concluídas em 1776, desenhadas por Manuel Caetano de Sousa (1738-1802), arquiteto da Casa Real. Em 1792 levaram-se a cabo os acabamentos e foi executada a transferência de livros. A biblioteca passou a localizar-se na sequência dos aposentos dos infantes, ao nível do Palácio Real.

Será de notar a Bula concedida pelo Papa Bento XIV em 1754 que proibia o empréstimo de obras desta biblioteca e a autorização de inclusão de obras proibidas pelo Index.

Em 1809, Frei João de Santana catalogou a coleção que segue atualmente a sua organização. Os livros estão dispostos hierarquicamente: a norte os textos sagrados, religião, doutrina e direito canónico; a sul, as obras profanas como as ciências exatas e humanas, artes liberais, história, geografia, direito, etc.; ao centro estão as obras clássicas, periódicos, dicionários e obras de referência. Existem ainda um núcleo de obras raras, como é o caso dos incunábulos, a Crónica de Nuremberga, a Enciclopédia de Diderot et D’Alembert, Livros de Horas, Livros Proibidos pelo Index, partituras musicais, etc.

Atualmente existem três fundos acessíveis para consulta on-line: o Fundo Mangens, o Fundo Moderno e o Fundo Possidónio da Silva.

 

MJS