São vários os laboratórios
de química existentes em escolas do ensino secundário que ainda mantêm as suas
caraterísticas originais, bem como alguns dos objetos de uso diário. Desta
forma, iremos apresentar algumas imagens de antigos laboratórios e de peças
ainda existentes, disponibilizadas através do Museu Virtual da Educação.
Para que se compreenda a história do ensino da química,
faremos uma brevíssima contextualização histórica. Um dos marcos mais
relevantes em Portugal foi a reforma na Universidade de Coimbra, levada a cabo
pelo Marquês de Pombal em 1772. No entanto, anteriormente já tinham sido feitos
vários estudos, ligados sobretudo à necessidade de defesa do território, ao
nível da matemática, da astronomia ou da balística.
Após a expulsão da Companhia de Jesus, toda a estrutura da
Universidade foi alterada, na tentativa de a aproximar ao desenvolvimento
científico europeu. Foi criada a Faculdade de Matemática e de Filosofia Natural
que incluía a química, a física e a história natural. Como tal, impunha-se a
existência de um Gabinete de Física Experimental, equipado com instrumentos
didáticos e um “Laboratório Chímico”.
Nesse sentido, Portugal
acolheu vários professores estrangeiros, como é o caso de Domingos Vandelli
(1735-1816), químico e naturalista, originário de Pádua. Implementou o ensino
da química e da botânica, sendo o responsável pelo Jardim Botânico da
Universidade, e mais tarde pelo Jardim Botânico do Palácio da Ajuda, em Lisboa.
Também várias obras versando
sobre esta temática começaram a ser publicadas em Portugal, após a chegada de
um sobrinho do famoso químico francês Nicolas Lémer, João Vigier (1662-1723).
Em 1779 foi criada a Academia Real das ciências pela rainha
D. Maria I, tendo como membros fundadores o Duque de Lafões, Domingos Vandelli,
o Abade Correia da Serra e o Padre Teodoro de Almeida. Através da Academia
houve um enorme intercâmbio cultural com a Europa.
.
A introdução do ensino da
química nos currículos do ensino liceal levou ao apetrechamento de várias
escolas com laboratórios e material didático para a realização de experiências.
É o caso das típicas
bancadas de laboratório, com tampo plano e retangular, em madeira e com
ardósias para proteger uma tina. No tampo, junto à aresta posterior,
estão embutidos quatro bicos de gás. Na ilharga direita, encontra-se
aparafusado um lavatório em porcelana, com torneira metálica. Na parte
posterior da bancada, existe uma abertura para encaixar a cadeira rotativa do
professor. Do lado direito da abertura existe um armário com duas portas e à
sua direita, um conjunto de quatro gavetas com puxadores metálicos.
Existem igualmente modelos
mais simples com tampo em ardósia, plano e rectangular. Ao centro,
possui um suporte em madeira com apoio metálico para sete tubos de ensaio. Ao
meio,
tem uma tina rectangular com
duas torneiras em latão
Tem um corpo central revestido por painéis de madeira
rectangulares para despejos e três gavetas, horizontais, junto ao tampo, com
malhetes em rabo-de-andorinha. As gavetas têm puxadores rectangulares em
madeira e espelho metálico para a chave.
Para outro tipo de
experiências são utilizadas as ”hotte” , ou seja, uma cabine onde
se geram gases em concentrações perigosas para a saúde dos utiliazadores.
Fechada por todos os lados, com uma moldura de vidro e bancada, possui um
sistema de ventilação, que permite através da janela, manipular os objectos.
Tem um tampo plano e rectangular, em pedra e em baixo possui três gavetas e
três portas, com puxadores de madeira rectangulares.
Bibliografia:
Museu Virtual da
Educação (2014) [em linha].
[Consulta: 19 de agosto de 2014]
Museu da Física da
Escola Secundária Alexandre Herculano (2014) [em linha].
[Consulta: 19 de agosto de 2014]
Baú da Física e
Química. Instrumentos antigos de Física e Química de escolas secundárias em
Portugal (2014) [em linha]
[Consulta: 19 de agosto de 2014]
MJS