2014/12/23

O Laboratório de Química no Museu Virtual da Educação: o espaço


(Fotografia de um laboratório)
ME/402436/2435 

Um laboratório é um espaço equipado com diversos instrumentos para a realização de experiências e pesquisas científicas, de acordo com a área da ciência a que se destina. Deve obedecer a regras básicas de segurança, como é o caso do controlo de condições ambientais.


São vários os laboratórios de química existentes em escolas do ensino secundário que ainda mantêm as suas caraterísticas originais, bem como alguns dos objetos de uso diário. Desta forma, iremos apresentar algumas imagens de antigos laboratórios e de peças ainda existentes, disponibilizadas através do Museu Virtual da Educação.


(Fotografia de um laboratório)
ME/402436/2481 

Para que se compreenda a história do ensino da química, faremos uma brevíssima contextualização histórica. Um dos marcos mais relevantes em Portugal foi a reforma na Universidade de Coimbra, levada a cabo pelo Marquês de Pombal em 1772. No entanto, anteriormente já tinham sido feitos vários estudos, ligados sobretudo à necessidade de defesa do território, ao nível da matemática, da astronomia ou da balística.


(Fotografia de um laboratório)
ME/402436/2504 
 

Após a expulsão da Companhia de Jesus, toda a estrutura da Universidade foi alterada, na tentativa de a aproximar ao desenvolvimento científico europeu. Foi criada a Faculdade de Matemática e de Filosofia Natural que incluía a química, a física e a história natural. Como tal, impunha-se a existência de um Gabinete de Física Experimental, equipado com instrumentos didáticos e um “Laboratório Chímico”.

Nesse sentido, Portugal acolheu vários professores estrangeiros, como é o caso de Domingos Vandelli (1735-1816), químico e naturalista, originário de Pádua. Implementou o ensino da química e da botânica, sendo o responsável pelo Jardim Botânico da Universidade, e mais tarde pelo Jardim Botânico do Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Figura 2

Também várias obras versando sobre esta temática começaram a ser publicadas em Portugal, após a chegada de um sobrinho do famoso químico francês Nicolas Lémer, João Vigier (1662-1723).


(Fotografia de uma bancada de laboratório)
ME/401857/332

Em 1779 foi criada a Academia Real das ciências pela rainha D. Maria I, tendo como membros fundadores o Duque de Lafões, Domingos Vandelli, o Abade Correia da Serra e o Padre Teodoro de Almeida. Através da Academia houve um enorme intercâmbio cultural com a Europa.

Figura 4

A introdução do ensino da química nos currículos do ensino liceal levou ao apetrechamento de várias escolas com laboratórios e material didático para a realização de experiências.


(Fotografia de uma bancada de laboratório)
ME/401857/508 


É o caso das típicas bancadas de laboratório, com tampo plano e retangular, em madeira e com ardósias para proteger uma tina. No tampo, junto à aresta posterior, estão embutidos quatro bicos de gás. Na ilharga direita, encontra-se aparafusado um lavatório em porcelana, com torneira metálica. Na parte posterior da bancada, existe uma abertura para encaixar a cadeira rotativa do professor. Do lado direito da abertura existe um armário com duas portas e à sua direita, um conjunto de quatro gavetas com puxadores metálicos.


(Fotografia de uma "hotte")
ME/401341/74

 

Existem igualmente modelos mais simples com tampo em ardósia, plano e retangular. Ao centro, possui um suporte em madeira com apoio metálico para sete tubos de ensaio. Ao meio, tem uma tina retangular com duas torneiras em latão

Tem um corpo central revestido por painéis de madeira retangulares para despejos e três gavetas, horizontais, junto ao tampo, com malhetes em rabo-de-andorinha. As gavetas têm puxadores retangulares em madeira e espelho metálico para a chave.

 

(Fotografia de uma "hotte")
ME/401857/371 


Para outro tipo de experiências são utilizadas as ”hotte”, ou seja, uma cabine onde se geram gases em concentrações perigosas para a saúde dos utilizadores. Fechada por todos os lados, com uma moldura de vidro e bancada, possui um sistema de ventilação, que permite através da janela, manipular os objetos. Tem um tampo plano e retangular, em pedra e em baixo possui três gavetas e três portas, com puxadores de madeira retangulares.

 

 MJS


 

Bibliografia:

 

Museu Virtual da Educação (2014) [em linha].

http://edumuseu.sg.min-edu.pt/

[Consulta: 19 de agosto de 2014]

 

Museu da Física da Escola Secundária Alexandre Herculano (2014) [em linha].

http://mfisica.nonio.uminho.pt/

[Consulta: 19 de agosto de 2014]

 

Baú da Física e Química. Instrumentos antigos de Física e Química de escolas secundárias em Portugal (2014) [em linha]

http://baudafisica.web.ua.pt/Default.aspx

[Consulta: 19 de agosto de 2014]