2021/02/18

Peça do mês de fevereiro









Locomotiva

Modelo de uma locomotiva utilizado nas aulas de Física para ilustrar as matérias de termodinâmica. Trata-se de um objeto em metal sobre suporte de madeira para demonstração do funcionamento de uma locomotiva a vapor.

Está inventariado com o número ME/ESMC/179 e pertence ao espólio museológico da Escola Machado de Castro.


MJS

2021/02/16

Escola Secundária de Camões: o património em destaque

A Escola Secundária de Camões incentivou sempre a partilha e a valorização do seu património. A história da instituição e a diversidade do seu acervo contribuíram para um trabalho conjunto, de professores e alunos, cujo objetivo é trazer a público, mensalmente, uma peça considerada relevante.

O potencial expositivo do património da Escola Secundária de Camões é enorme, possibilitando múltiplas abordagens. Podem ser realizados estudos a partir de um edifício ou de um espaço, de um objeto ou de um conjunto de objetos (livros, manuscritos, fotografias, mapas, pinturas, esculturas, peças associadas a uma celebração ou a um testemunho, espécimes de história natural, instrumentos científicos, entre outros a ponderar). A este propósito foi elaborado um flyer com informações específicas relativamente a esta temática. 

Neste flyer a escolha recaiu sobre um microscópio ótico de precisão, inclinável, com componente mecânica de latão parcialmente esmaltado a preto (coluna, parte da platina e base). Para mais informações aceda aqui

2021/02/15

Património Material de Portugal: Paisagem de Sintra

 

A Paisagem Cultural de Sintra faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 1995.

A zona de Sintra e da sua serra caracterizam-se por uma paisagem natural de grande beleza e singularidade, bem como por um conjunto de construções artísticas e monumentos de valor incalculável.

Conhecida como Monte da Lua, Sintra está associada a um local de culto desde a época pré-histórica. Durante o período de ocupação romana o local foi dinamizado a todos os níveis, bem como durante as invasões muçulmanas. Era um dos principais centros urbanos a seguir a Lisboa, tendo funcionado como polo abastecedor da “capital” e apoio defensivo.

A Carta de Foral foi concedida à vila em 1154, tendo sido doadas terras aos povoadores de diversas proveniências. Á medida que a Reconquista avançava para sul, Sintra perdeu a sua importância estratégica. D. Dinis concedeu foral à vila de Colares em 1281 e iniciou a ampliação da alcáçova moura que viria a tornar-se posteriormente o Palácio Real.

D. João I procedeu à construção de vários edifícios na zona, como é o caso do Convento da Santíssima Trindade e à ampliação do Palácio, sob a direção do mestre João Garcia de Toledo. A presença da corte durante várias temporadas neste local contribuiu largamente para a intensificação da vida política e económica da vila.

Durante o século XV, a corte instala-se em Sintra, tendo sido o local de nascimento de D. Afonso V. A concessão de benefícios régios e isenções potenciou o desenvolvimento de toda esta zona, tanto mais que D. João II foi aqui aclamado rei.

D. Manuel continuou as obras no Palácio, que se tornou um exemplar de profissão de estilos arquitetónicos e decorativos. Sob a égide deste monarca, foi erigido um mosteiro, em 1511, bem como a renovação do Mosteiro da Penha Longa, em 1517 e do Mosteiro de São Martinho. D. Catarina fundou a Misericórdia de Sintra em 1545. Muitos nobres passaram a gravitar junto da corte reformando quintas e pequenos palácios que engrandeceram a vila.

O gosto humanista, típico do renascimento, tornou Sintra num polo cultural, onde se desenvolveram as letras e as ciências. Várias foram as figuras ilustres que por aqui passaram, desde Gil Vicente, Pedro Nunes, João de Barros, Damião de Góis ou Luís de Camões entre outros.

Com o domínio filipino e a ausência da corte esta pujança cultural desapareceu, apenas animada com as cortes de aldeia, apanágio de alguns membros da nobreza. A situação acentuou-se durante a Restauração, uma vez que a monarquia preferiu Lisboa como centro da governação.

À semelhança de Lisboa, Sintra perdeu grande parte dos seus edifícios com o terramoto de 1755, embora as obras de reconstrução tenham sido rápidas.

Só no final do século XVIII se renovaria a importância de Sintra, visitada por vários intelectuais estrangeiros, como Beckford, Byron ou Southey. Gerard Devisme construiu um palácio em Monserrate, Daniel Gildemeester erigiu a Quinta da Alegria em 1783. O Hotel Lawrence, inaugurado em 1786, tornou-se um dos primeiros da Europa.

O século XIX, a par do movimento romântico, tornou-se o período mais marcante para Sintra. Desta época são o Palácio da Pena, o Palácio de Monserrate, a Quinta da Regaleira ou a Quinta do Relógio.

No início do século XX houve uma profunda intervenção arquitetónica na vila, em que a ligação entre o homem e a natureza foi amplamente privilegiada. O clima da Serra de Sintra tem características muito próprias, com vegetação abundante que se funde com a arquitetura.

Desta forma, ao nível do património paisagístico, destacam-se o Parque Botânico de Monserrate e o Parque Botânico da Pena.

O Parque de Monserrate está situado na zona Norte da Serra de Sintra. Esta área foi arrendada a William Beckford nos finais do século XVIII que criou um parque botânico. Mais tarde, Sir Francis Cook adquiriu a propriedade que foi reconstruída por James Burt. Foram criados ambientes de várias zonas do mundo, incluindo nascentes e cascatas artificiais.

O Parque da Pena foi iniciado por D. Fernando II em 1840, com a presença de espécies europeias, da América do Norte, da Ásia e da Nova Zelândia, onde se conjugam com quiosques, fontes, lagos e miradouros.

O Centro histórico da vila é outro dos locais mais emblemáticos e resulta da reconstrução pombalina. Tendo como ponto de partida o Palácio e um tecido urbano medieval, à medida que nos afastamos vai apresentando ruas mais largas e construções mais amplas.

No quer respeita à arquitetura áulica, temos o Chalet Biester, o Palácio de Monserrate, O Chalet da Condessa d’Edla, o Palácio de Seteais, o Palácio Nacional da Pena, o Paço de Ribafrias, o Palácio Nacional de Sintra, a Quinta da Regaleira, a Quinta da Amizade, a Quinta do Relógio, a Quinta da Penha Verde, a Quinta do Saldanha e a Quinta dos Pisões.

Ao nível da arquitetura militar temos o Palácio dos Mouros. A arquitetura religiosa inclui o Convento da Trindade, a Ermida de Nossa Senhora da Piedade, o Convento de Santa Ana da Ordem do Carmo, a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, o Convento de Santa Cruz dos Capuchos, a Igreja Paroquial de Santa Maria do Arrabalde, a Igreja Paroquial de São Martinho, a Igreja Paroquial de São Pedro de Canaferrim e a Igreja Paroquial de São Miguel do Arrabalde.

No que respeita ao património arqueológico podem referir-se a Necrópole Medieval de Nossa Senhora de Milides, o Monumento Pré-Histórico da Bela Vista, o Sítio Romano da “Vila Velha” de Sintra, Via e provável Necrópole Romanas da Rua da Ferraria, o Sítio Calcolítico da Penha Verde, o Sítio da Idade do Bronze/Ferro do Parque das Merendas, o Sítio Neolítico/ Calcolítico da Rua das Padarias, o Depósito da Idade do Bronze do Monte do Sereno, o Sítio Neolítico de São Pedro de Canaferrim e o Sítio da Idade do Bronze do Castelo dos Mouros.

Estes são apenas os locais classificados pela UNESCO, embora o património sintrense inclua muito mais. Para saber mais poderá consultar o site da Câmara Municipal de Sintra e saber tudo o que esta região tem para oferecer. http://paisagemcultural.sintra.pt/patrimonio

 

MJS