A Paisagem Cultural de Sintra faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 1995.
A zona de Sintra e da sua
serra caracterizam-se por uma paisagem natural de grande beleza e
singularidade, bem como por um conjunto de construções artísticas e monumentos
de valor incalculável.
Conhecida como Monte da Lua,
Sintra está associada a um local de culto desde a época pré-histórica. Durante
o período de ocupação romana o local foi dinamizado a todos os níveis, bem como
durante as invasões muçulmanas. Era um dos principais centros urbanos a seguir
a Lisboa, tendo funcionado como polo abastecedor da “capital” e apoio
defensivo.
A Carta de Foral foi concedida
à vila em 1154, tendo sido doadas terras aos povoadores de diversas
proveniências. Á medida que a Reconquista avançava para sul, Sintra perdeu a
sua importância estratégica. D. Dinis concedeu foral à vila de Colares em 1281
e iniciou a ampliação da alcáçova moura que viria a tornar-se posteriormente o
Palácio Real.
D. João I procedeu à
construção de vários edifícios na zona, como é o caso do Convento da Santíssima
Trindade e à ampliação do Palácio, sob a direção do mestre João Garcia de
Toledo. A presença da corte durante várias temporadas neste local contribuiu
largamente para a intensificação da vida política e económica da vila.
Durante o século XV, a corte
instala-se em Sintra, tendo sido o local de nascimento de D. Afonso V. A
concessão de benefícios régios e isenções potenciou o desenvolvimento de toda
esta zona, tanto mais que D. João II foi aqui aclamado rei.
D. Manuel continuou as obras
no Palácio, que se tornou um exemplar de profissão de estilos arquitetónicos e
decorativos. Sob a égide deste monarca, foi erigido um mosteiro, em 1511, bem
como a renovação do Mosteiro da Penha Longa, em 1517 e do Mosteiro de São Martinho.
D. Catarina fundou a Misericórdia de Sintra em 1545. Muitos nobres passaram a
gravitar junto da corte reformando quintas e pequenos palácios que
engrandeceram a vila.
O gosto humanista, típico do
renascimento, tornou Sintra num polo cultural, onde se desenvolveram as letras
e as ciências. Várias foram as figuras ilustres que por aqui passaram, desde
Gil Vicente, Pedro Nunes, João de Barros, Damião de Góis ou Luís de Camões
entre outros.
Com o domínio filipino e a
ausência da corte esta pujança cultural desapareceu, apenas animada com as
cortes de aldeia, apanágio de alguns membros da nobreza. A situação acentuou-se
durante a Restauração, uma vez que a monarquia preferiu Lisboa como centro da
governação.
À semelhança de Lisboa, Sintra
perdeu grande parte dos seus edifícios com o terramoto de 1755, embora as obras
de reconstrução tenham sido rápidas.
Só no final do século XVIII se
renovaria a importância de Sintra, visitada por vários intelectuais
estrangeiros, como Beckford, Byron ou Southey. Gerard Devisme construiu um
palácio em Monserrate, Daniel Gildemeester erigiu a Quinta da Alegria em 1783.
O Hotel Lawrence, inaugurado em 1786, tornou-se um dos primeiros da Europa.
O século XIX, a par do
movimento romântico, tornou-se o período mais marcante para Sintra. Desta época
são o Palácio da Pena, o Palácio de Monserrate, a Quinta da Regaleira ou a
Quinta do Relógio.
No início do século XX houve
uma profunda intervenção arquitetónica na vila, em que a ligação entre o homem
e a natureza foi amplamente privilegiada. O clima da Serra de Sintra tem
características muito próprias, com vegetação abundante que se funde com a
arquitetura.
Desta forma, ao nível do
património paisagístico, destacam-se o Parque Botânico de Monserrate e o Parque
Botânico da Pena.
O Parque de Monserrate está
situado na zona Norte da Serra de Sintra. Esta área foi arrendada a William
Beckford nos finais do século XVIII que criou um parque botânico. Mais tarde,
Sir Francis Cook adquiriu a propriedade que foi reconstruída por James Burt.
Foram criados ambientes de várias zonas do mundo, incluindo nascentes e
cascatas artificiais.
O Parque da Pena foi iniciado
por D. Fernando II em 1840, com a presença de espécies europeias, da América do
Norte, da Ásia e da Nova Zelândia, onde se conjugam com quiosques, fontes,
lagos e miradouros.
O Centro histórico da vila é
outro dos locais mais emblemáticos e resulta da reconstrução pombalina. Tendo
como ponto de partida o Palácio e um tecido urbano medieval, à medida que nos
afastamos vai apresentando ruas mais largas e construções mais amplas.
No quer respeita à arquitetura
áulica, temos o Chalet Biester, o Palácio de Monserrate, O Chalet da Condessa
d’Edla, o Palácio de Seteais, o Palácio Nacional da Pena, o Paço de Ribafrias,
o Palácio Nacional de Sintra, a Quinta da Regaleira, a Quinta da Amizade, a
Quinta do Relógio, a Quinta da Penha Verde, a Quinta do Saldanha e a Quinta dos
Pisões.
Ao nível da arquitetura
militar temos o Palácio dos Mouros. A arquitetura religiosa inclui o Convento
da Trindade, a Ermida de Nossa Senhora da Piedade, o Convento de Santa Ana da
Ordem do Carmo, a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, o Convento de Santa
Cruz dos Capuchos, a Igreja Paroquial de Santa Maria do Arrabalde, a Igreja
Paroquial de São Martinho, a Igreja Paroquial de São Pedro de Canaferrim e a
Igreja Paroquial de São Miguel do Arrabalde.
No que respeita ao património
arqueológico podem referir-se a Necrópole Medieval de Nossa Senhora de Milides,
o Monumento Pré-Histórico da Bela Vista, o Sítio Romano da “Vila Velha” de
Sintra, Via e provável Necrópole Romanas da Rua da Ferraria, o Sítio
Calcolítico da Penha Verde, o Sítio da Idade do Bronze/Ferro do Parque das
Merendas, o Sítio Neolítico/ Calcolítico da Rua das Padarias, o Depósito da
Idade do Bronze do Monte do Sereno, o Sítio Neolítico de São Pedro de
Canaferrim e o Sítio da Idade do Bronze do Castelo dos Mouros.
Estes são apenas os locais
classificados pela UNESCO, embora o património sintrense inclua muito mais.
Para saber mais poderá consultar o site da Câmara Municipal de Sintra e saber
tudo o que esta região tem para oferecer. http://paisagemcultural.sintra.pt/patrimonio
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