2025/11/06

Exposição virtual: "O Cérebro Humano"

 

O cérebro humano é o órgão vital do sistema nervoso e, juntamente com a medula espinal, constitui o sistema nervoso central. O encéfalo é constituído pelo cérebro, tronco cerebral e cerebelo. Este órgão não só controla a maior parte do corpo, como também processa e coordena as informações que lhe chegam através do sistema sensorial, tomando as decisões necessárias.

Protegido pelos ossos do crânio, o cérebro divide-se em 2 hemisférios, e estes em quatro lobos: frontal (funções de pensamento abstrato e raciocínio), temporal (funções de processamento de estímulos auditivos), parietal (funções de receção e processamento de outros estímulos sensoriais) e occipital (funções de processamento dos estímulos visuais).

O cérebro é, na verdade, uma “máquina” complexa, com funções ainda não totalmente conhecidas pela ciência. É o centro de controle das funções vitais do organismo: processa as informações dos sentidos; é responsável pelo raciocínio, memória, linguagem, cálculo, criatividade e outras; é responsável pelo controle motor que permite caminhar, falar, etc; regula as funções vitais como a manutenção da temperatura, a sede, a fome ou a respiração; é ainda o centro das emoções e do nosso comportamento.

Esta exposição integra várias peças do espólio museológico escolar que incluem imagens parietais, modelos anatómicos desmontáveis e quadros didáticos.

 

 

Imagem parietal do corpo humano/Encéfalo

ME/400439/777

Escola Secundária Sebastião e Silva

Quadro parietal da autoria de P. Sougy, representativo do encéfalo humano, utilizado para ilustrar matérias nas aulas de Biologia. No quadro são visíveis as várias estruturas esquemáticas e coloridas, sobre um fundo negro, apresentado o encéfalo em cortes transversais e longitudinais. O cérebro é o principal órgão e centro do sistema nervoso em todos os vertebrados, e em muitos invertebrados.

 

Imagem parietal do corpo humano/Encéfalo

ME/402606/38

Escola Secundária Quinta do Marquês

Imagem parietal utilizada em contexto pedagógico, para apoio visual nas aulas de Biologia. Sob um fundo branco, surgem seis imagens do cérebro humano, sem legendas nem título. O cérebro é o principal órgão e centro do sistema nervoso em todos os vertebrados, e em muitos invertebrados. As representações, de carácter naturalista, apresentam vários cortes transversais e longitudinais do cérebro, bem como tecido celular.

 

Cérebro

ME/400257/2

Escola Secundária Infanta D. Maria

Modelo anatómico do cérebro humano em corte transversal, apresentando a espinal-medula e a sua ligação ao encéfalo pelo bolbo raquidiano. As comunicações entre a medula, cérebro e cerebelo são asseguradas pelo tronco cerebral que estabelece a transmissão de informações através dos pedúnculos (feixes de fibras nervosas). Estes elementos de ligação constituem o encéfalo posterior, sendo visíveis neste modelo didático para ilustração dessas matérias nas aulas de Biologia.


Cérebro

ME/400439/31

Escola Secundária Sebastião e Silva

Modelo anatómico de cérebro humano (corte antero-posterior mediano) em alto-relevo assente numa base de madeira. Trata-se de um modelo ilustrativo da morfologia externa do cérebro, usado para o estudo da morfologia do Homem que, com graus de aprofundamento diferentes, se fazia nas disciplinas de Ciências Naturais. Pertence à coleção «Anatomie Humaine» da Casa Deyrolle. Segundo informação contida nas etiquetas das peças, o conjunto de modelos que formam a coleção foi fornecido pelo Ministério da Educação em 1953.

 

Cérebro

ME/403910/63

Escola Secundária de Arouca

Modelo de cérebro humano utilizado em contexto das práticas pedagógicas de Ciências Naturais para estudo e observação. Este modelo é articulado e pode abrir-se para que se observe a anatomia interna das várias estruturas que o constituem, como o cerebelo e o bolbo raquidiano.

 

Cérebro

ME/403076/21

Escola Secundária de S. Pedro do Sul

Modelo anatómico didático, representando o cérebro humano, utilizado nas aulas de Biologia e Ciências Naturais, permitindo visualizar a sua composição e deste e o seu modo de funcionamento. As peças são amovíveis.


MJS


2025/11/03

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Sebastião da Gama (1924 – 1952)

 

(Fotografia do autor retirada da internet)

 

Sebastião Artur Cardoso da Gama nasceu em Vila Nogueira de Azeitão a 10 de abril de 1924, filho de Sebastião Leal da Gama e de Ana Cardoso da Gama. Realizou a instrução primária na sua terra natal e em 1934 matriculou-se no Liceu Nacional de Setúbal que frequentou até aos 14 anos, quando foi diagnosticado com tuberculose óssea.

A família mudou-se para o Portinho da Arrábida, por indicação médica e passou a estudar sozinho com o apoio de um explicador. Em 1941 concluiu os exames do 6.º ano e, já em Lisboa, terminou o 7.º ano no Liceu Pedro Nunes.

Em 1942 ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde Cursou Filologia Germânica. Concluiu o curso em 1947 com a tese de licenciatura “A Poesia Social no século XIX”. Neste ano foi diagnosticado com tuberculose renal incurável.

Colaborou com a imprensa periódica da época, nomeadamente o Mundo Literário (1946-1948), a Árvore e a Távola Redonda. Em 1945 publicou Serra-Mãe, em 1946, Loas a Nossa Senhora da Arrábida e em 1947, Cabo da Boa Esperança.

Em 1947/48 iniciou a carreira docente na Escola Industrial e Comercial João Vaz, em Setúbal. Entre 1948 e 1950 estagiou na Escola Industrial e Comercial Veiga Beirão em Lisboa. Durante este período escreveu o Diário, publicado postumamente em 1958.

Entre 1950 e 1952 lecionou Português e Francês na Escola Industrial e Comercial de Estremoz, tendo falecido neste ano com a idade de 27 anos.

A grande obra do autor foi o Diário, que reflete os seus anos como professor estagiário, em que conjugou a sua vertente poética com a vertente pedagógica. Alguns dos aspetos a destacar são o respeito pelos saberes dos alunos, com os quais o professor pode e deve aprender; o respeito pela diferença e a lealdade; a noção que a aula é um espaço de relação e de camaradagem.

A questão da disciplina também foi importante: deve ser aceite e não imposta. Os alunos deveriam ter uma autodisciplina, encarando o professor como um companheiro.

Toda a sua obra ficou intimamente ligada à Serra da Arrábida. Em agosto de 1947 enviou cartas a várias personalidades pedindo uma intervenção na defesa deste espaço. Esta situação culminou na criação da Liga para a Proteção da Natureza em 1948.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.

 

MJS