2023/02/09

Educação e Monarquia: D. Afonso II (1185 - 1223)

D. Afonso II (1185 – 1223), “o Gordo”, foi o quarto filho de D. Sancho II e de D. Dulce. O seu reinado foi dedicado sobretudo à centralização do poder real e ao povoamento e organização do território.

(Imagem retirada da Internet)

A sua política abandonou o conflito bélico para dotar o país de um novo conceito de unidade. Em 1211 convocou Cortes pela primeira vez, em Coimbra, com representantes do clero e da nobreza. Nestas Cortes foi criado o primeiro conjunto de leis gerais do país numa tentativa de mitigar os abusos dos mais privilegiados, garantir o direito da propriedade e regular a justiça.

Entre 1216 e 1221 foram realizadas Inquirições, ou seja, “inquéritos” realizados por funcionários régios no sentido de apurar a situação jurídica das propriedades pertencentes ao clero e à nobreza. Também as Confirmações datam deste período e validavam as doações e privilégios concedidos anteriormente. Esta política gerou grande oposição e desagrado entre as ordens diretamente atingidas, nomeadamente as irmãs do rei que detinham inúmeras propriedades.

Afonso II teve uma relação conflituosa com o Papa, acabando mesmo por ser excomungado. O reconhecimento da independência de Portugal tinha obrigado Afonso Henriques a conceder inúmeros privilégios à Igreja, que se tornaram um peso enorme para a coroa. Assim, o Afonso II procurou retirar algumas destas prerrogativas e aplicar as receitas clericais. Só após a sua morte este conflito foi resolvido.

Não se conhecem medidas educativas específicas de vulto no seu reinado, tendo contribuído com algumas doações para o Mosteiro de Alcobaça, onde está sepultado.


MJS

2023/02/06

Educação e Monarquia: D. Sancho I (1154 - 1211)

D. Sancho I (1154 – 1211), "o Povoador", foi o quinto filho de D. Afonso Henriques e D. Mafalda de Saboia e segundo rei de Portugal. O seu governo teve como principal objetivo a consolidação e povoamento dos vários territórios do país.

Iniciou-se na vida militar aos 12 anos, chefiando uma expedição a Cidade Rodrigo que fracassou. Foi armado cavaleiro aos 15 anos em 1170 e passou, desde essa época a coordenar a estratégia de conquista.

Ainda durante a vida de Afonso Henriques, D. Sancho partilhou o governo com a sua irmã, D. Teresa que se ocupava fundamentalmente das questões administrativas, enquanto o futuro monarca se dedicava às atividades bélicas.


(Imagem retirada da Internet)

A organização política, administrativa e económica do reino caracterizaram o seu reinado, quer através da criação de manufaturas, quer através do fortalecimento do comércio e da concessão de cartas de foral. Os concelhos que se localizavam nas fronteiras receberam vários privilégios especiais. Diversos colonos estrangeiros fixaram-se no reino, bem como ordens religiosas.

Em 1189, Sancho I atacou o Algarve, tomando o castelo de Alvor e Silves. No entanto, em 1190, m novo ataque muçulmano recuperou estas cidades e ainda Alcácer, Palmela e Almada.

D. Sancho envolveu-se em querelas com Castela e viu as relações com a Santa Sé a deterioram-se pela recusa do pagamento anual de dois marcos-ouro. Incompatibilizou-se igualmente com o bispo do Porto e com o bispo de Coimbra.

No que respeita à educação, Sancho I tinha grande apreço pela arte e pela literatura, tendo escrito vários poemas. Durante o seu reinado alguns alunos frequentaram universidades estrangeiras, nomeadamente a Universidade de Bolonha que se destacava pelo ensino de Direito. Em 1192 concedeu uma quantia ao mosteiro de Santa Cruz para que os monges pudessem estudar em França.


MJS