D. Afonso II (1185 – 1223), “o Gordo”, foi o quarto filho de D. Sancho II e de D. Dulce. O seu reinado foi dedicado sobretudo à centralização do poder real e ao povoamento e organização do território.
A sua política abandonou o
conflito bélico para dotar o país de um novo conceito de unidade. Em 1211
convocou Cortes pela primeira vez, em Coimbra, com representantes do clero e da
nobreza. Nestas Cortes foi criado o primeiro conjunto de leis gerais do país
numa tentativa de mitigar os abusos dos mais privilegiados, garantir o direito
da propriedade e regular a justiça.
Entre 1216 e 1221 foram
realizadas Inquirições, ou seja,
“inquéritos” realizados por funcionários régios no sentido de apurar a situação
jurídica das propriedades pertencentes ao clero e à nobreza. Também as Confirmações datam deste período e
validavam as doações e privilégios concedidos anteriormente. Esta política
gerou grande oposição e desagrado entre as ordens diretamente atingidas, nomeadamente
as irmãs do rei que detinham inúmeras propriedades.
Afonso II teve uma relação
conflituosa com o Papa, acabando mesmo por ser excomungado. O reconhecimento da
independência de Portugal tinha obrigado Afonso Henriques a conceder inúmeros
privilégios à Igreja, que se tornaram um peso enorme para a coroa. Assim, o
Afonso II procurou retirar algumas destas prerrogativas e aplicar as receitas
clericais. Só após a sua morte este conflito foi resolvido.
Não se conhecem medidas
educativas específicas de vulto no seu reinado, tendo contribuído com algumas
doações para o Mosteiro de Alcobaça, onde está sepultado.
MJS
1 comentário:
Bom dia,
É sempre uma agradável leitura os factos da nossa História.
Obrigada pela divulgação.
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