D. Sancho
II (1202 – 1248), o Capelo, era o filho mais velho de D. Afonso II e de D. Urraca
de Castela. O seu reinado atravessou uma profunda crise económica devido a más
colheitas, subida de preços, forme, pilhagens e saques. Este período conturbado
levou à intervenção do Papa que colocou no trono o irmão do rei, Afonso, conde
de Bolonha. Atendendo a estas circunstâncias as preocupações com a educação
foram colocadas em segundo plano.
Sancho
II subiu ao trono em 1223 com 13 anos e o governo do reino esteve inicialmente
nas mãos da nobreza mais próxima da coroa que tentou reatar as boas relações
com a Santa Sé e resolver os conflitos com as infantas irmãs do seu pai.
Foram
feitas conquistas territoriais nas áreas do Algarve e Alentejo, sobretudo a
cargo das Ordens Militares, como a de Santiago, que se tornam cada vez mais
poderosas com as doações régias.
Ao
nível da administração interna, Sancho II concedeu inúmeros forais, mas
mostrou-se algo indeciso e descuidado: os nobres tornaram-se poderosos e
causadores de distúrbios, aproveitados pela Igreja para se imiscuir na vida
pública. Os conflitos entre a nobreza e o clero vão ser uma constante durante
este reinado e o rei mostrou-se incapaz para os resolver.
O
casamento de rei com D. Mécia Lopes em 1240, também contribuiu para a
desconfiança da Igreja, uma vez que eram ainda primos afastados. Não resultaram
filhos desta união.
O
clero fazia queixas constantes à Santa Sé, alimentadas pelo Príncipe D. Afonso,
irmão do rei. Estas questões atingiram o ponto de rutura com a excomunhão de D.
Sancho II e com a sua deposição. O regente passou a ser o seu irmão D. Afonso
que chega a Lisboa em 1245/46. Houve vários conflitos entre os dois e os
respetivos apoiantes, mas D. Afonso vence.
Após a
morte de D. Sancho II em 1248, D. Afonso declara-se rei de Portugal.
MJS
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