2020/11/19

Peça do mês de novembro/2020



Variómetro/ Barómetro de Hefner-Alteneck
O Variómetro de Hefner-Alteneck era utilizado para determinar a variação da pressão atmosférica com a altitude. Consta de uma garrafa de vidro de 1 litro, envolta em feltro para garantir o seu isolamento térmico, com rolha de borracha atravessada por um tubo de vidro estreito e dobrado. O tubo forma uma parte horizontal que leva uma gota de petróleo para servir de índice. A sua posição pode ser lida numa escala graduada posterior.
Friedrich Heinrich Philipp Franz von Hefner-Alteneck (1845-1904)  foi um engenheiro eletrotécnico alemão, que desenvolveu vários instrumentos científicos, nomeadamente a Lâmpada de Hefner. Colaborou com Werner von Siemens e foi eleito membro da Academia Real das Ciências da Suécia em 1896.
A peça está inventariada com o número ME/404652/196 e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária de Pedro Nunes.
MJS

2020/11/16

Património imaterial de Portugal: Artesanato de Estremoz


(Imagem de artesanato de Estremoz que representa 3 figuras masculinas sentadas a uma mesa. Retirada da internet)

As figuras de barro, mais conhecidas como “bonecos” de Estremoz fazem parte de uma arte com mais de três séculos de tradição. Foram identificadas mais de 100 figuras diferentes, relacionadas com a temática do quotidiano rural e urbano.

A primeira menção a estas figuras data do inicio do século XVIII. Em 1770 há referência a mulheres que produziam figuras de barro. A sua origem é, possivelmente, de natureza espiritual, ou seja, o povo gostava de ter em sua casa alguns santinhos e na impossibilidade de os comprar, começaram a elaborar estas figuras.

Partindo deste pressuposto, começaram a surgir presépios, onde se inclui a Sagrada Família, os Reis Magos e as figuras características do povo como o pastor, a mulher das galinhas e outros.

(Imagem de artesanato de Estremoz que representa um presépio. Retirada da internet)


No início do século XX, o fabrico destas peças quase desapareceu com a morte de Gertrudes Rosa Marques. Através da fundação da Escola de Artes e Ofícios de Estremoz em 1924 por José Maria Sé Lemos, retomou-se a produção com a barrista Ana das Peles. Depois seguiu-se Mariano da Conceição, oleiro da família Alfacinha, que deu novo fôlego a esta arte. Seguiu-se Sabrina Santos, sua irmã e posteriormente Liberdade da Conceição, sua esposa.

Surge assim uma nova geração de bonequeiros, como é o caso de António Lino de Sousa, José Moreira e Mário Lagartinho e muitos outros.

(Imagem de artesanato de Estremoz que representa 3 figuras femininas. Retirada da internet)


A sua produção é relativamente simples, utilizando três tipos de processos como a bola, a placa e o rolo. Depois de moldada a figura, fica a secar vários dias, sendo depois cozida a 800º. Seguidamente, a pintura feita com óxidos de terra misturados com cola. Após a secagem da tinta é aplicado um verniz para proteção da mesma. As cores são sempre fortes e garridas, conferindo à peça um aspeto alegre.

Em 2017 esta arte foi considerada Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Para mais informações aceda à página da Câmara Municipal de Estremoz .


MJS