2020/11/19
Peça do mês de novembro/2020
2020/11/16
Património imaterial de Portugal: Artesanato de Estremoz
As figuras de barro, mais conhecidas como “bonecos” de Estremoz fazem parte de uma arte com mais de três séculos de tradição. Foram identificadas mais de 100 figuras diferentes, relacionadas com a temática do quotidiano rural e urbano.
A primeira menção a estas
figuras data do inicio do século XVIII. Em 1770 há referência a mulheres que
produziam figuras de barro. A sua origem é, possivelmente, de natureza
espiritual, ou seja, o povo gostava de ter em sua casa alguns santinhos e na
impossibilidade de os comprar, começaram a elaborar estas figuras.
Partindo deste pressuposto,
começaram a surgir presépios, onde se inclui a Sagrada Família, os Reis Magos e
as figuras características do povo como o pastor, a mulher das galinhas e
outros.
No início do século XX, o fabrico destas peças quase desapareceu com a morte de Gertrudes Rosa Marques. Através da fundação da Escola de Artes e Ofícios de Estremoz em 1924 por José Maria Sé Lemos, retomou-se a produção com a barrista Ana das Peles. Depois seguiu-se Mariano da Conceição, oleiro da família Alfacinha, que deu novo fôlego a esta arte. Seguiu-se Sabrina Santos, sua irmã e posteriormente Liberdade da Conceição, sua esposa.
Surge assim uma nova geração
de bonequeiros, como é o caso de António Lino de Sousa, José Moreira e Mário
Lagartinho e muitos outros.
A sua produção é relativamente
simples, utilizando três tipos de processos como a bola, a placa e o rolo.
Depois de moldada a figura, fica a secar vários dias, sendo depois cozida a
800º. Seguidamente, a pintura feita com óxidos de terra misturados com cola.
Após a secagem da tinta é aplicado um verniz para proteção da mesma. As cores são
sempre fortes e garridas, conferindo à peça um aspeto alegre.
Em 2017 esta arte foi
considerada Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Para mais informações aceda à
página da Câmara Municipal de Estremoz .
MJS