2024/09/12

Instalações para o ensino (1968 a 1972) - Ministério das Obras Públicas - Escolas do Ciclo Primário: Escola Preparatória de Paulo da Gama, Seixal

 

- Escola Preparatória de Paulo da Gama -

O Ministério das Obras Públicas concluiu 42 edifícios, no período decorrente de 1968 a 1972, destinados a estabelecimentos dos cursos preparatório, secundário e médio. A título de divulgação, neste post, daremos a conhecer - a Escola Preparatória de Paulo da Gama, Seixal.


(Na imagem pode observar-se um pátio interior)


(No topo, à esquerda, pode observar-se o acesso externo à zona de salas de aula. À direita está a ficha técnica com a identificação da escola, a dimensão da área coberta, a dimensão da superfície de pavimentos, o custo total das instalações, a data de conclusão da obra, a população escolar e a discriminação das dependências.
Em baixo, uma sala de convívio/bar com várias mesas quadradas)



Ministério das Obras Públicas (1973). Novas Instalações para o ensino construídas entre

 1968 e 1972. Lisboa: Direcção-Geral das Construções Escolares.



P. M. 


2024/09/09

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: António Augusto Martins (1887 – 1929)

 

(Imagem do autor retirada de Dicionário de educadores portugueses)


António Augusto Martins nasceu a 25 de dezembro de 1887 em Murça, filho de Filipe José Alves Martins, professor primário e de Mariana Jesus Camacho. Durante os primeiros anos de instrução foi aluno do seu pai, tendo transitado em para a Escola Normal do Porto, onde concluiu o curso em 1908.

Em 1909 iniciou funções docentes em Avidagos, Mirandela, tendo casado com Isabel Maria Vaz P. Madureira Lobo Martins. Em 1912 tornou-se professor efetivo em Gaia, onde promoveu a criação de uma escola móvel. Posteriormente lecionou na Escola de Santa Marinha. Sugeriu à instituição a mudança de nome para Escola Ferreira de Macedo e tornou-se Diretor da mesma.

A partir de 1913 iniciou a sua colaboração jornalística com A Pátria Nova, periódico republicano dirigido por Alfredo Moreira. Fundou também o Grémio dos Professores Primários Oficiais de Gaia. Foi militante do Partido Socialista durante alguns anos e aderiu à maçonaria, fazendo parte do Grémio Progredior do qual foi Presidente.

Em 1919 a gestão dos serviços do ensino primário passou das Câmaras Municipais para as Juntas Escolares, o que favoreceu uma certa autonomia dos professores. António Augusto Martins foi eleito secretário da Junta Escolar de Gaia, lutando pela autonomia administrativa dos docentes. O autor defendeu as Escolas Normais e os conhecimentos aí veiculados como o centro de uma cultura profissional. Não foi só adepto da formação de professores, mas também da construção de infraestruturas.

Em 1921 passou a colaborar com A Federação Escolar, tornando-se secretário da redação em 1922 e diretor em 1925. Com Justino Teixeira da Mota partilhou a Livraria Escolar Progredior. editora de manuais escolares e de outro tipo de obras.

Os seus editoriais neste periódico versaram temas relacionados com a classe docente, nomeadamente o aumento dos salários, o associativismo ou a redução de prerrogativas das Juntas de Educação.

Em 1927, as suas reivindicações fizeram-se sentir, reclamando com o aumento de vencimentos dos funcionários superiores do Ministério da Instrução, garantido através do pagamento de emolumentos. Como consequência A Federação Escolar foi suspensa e Augusto Martins teve cortes no vencimento. Voltou a tentar publicar mais um editorial contrário ao governo e teve um ano de suspensão com o salário reduzido para metade. Foi o momento em que se afastou do ensino, passando a viver com severas dificuldades financeiras.

Na casa onde residia abriu um internato escolar e começou a produzir manuais escolares para as Edições A.A. Martins, após a sua saída da Livraria Escolar Progredior. Não desistindo da ideia de manter um jornal, publicou A Federação Escolar, entretanto suspensa, e depois A Tribuna Escolar a que se seguiu A Tribuna da Federação. Foi formalmente impedido de dirigir qualquer tipo de publicação.

No final de 1927 foram proibidas as atividades da União do Professorado Primário, apreendidos os seus bens e detidos vários docentes. Augusto Martins foi também perseguido pela polícia, mas conseguiu fugir.

Em 1928 a União foi extinta e o educador foi acusado de ter ligações às organizações soviéticas. Acabou por se entregar às autoridades e a acusação ficou sem efeito.

Em 1929 foi levantada a proibição sobre a publicação A Federação Escolar. Augusto Martins retomou a direção, mas foi preso alguns dias depois. Libertado e preso novamente, a sua saúde e a sua situação financeira encontravam-se bastante debilitadas. Faleceu a 16 de outubro de 1929, tendo deixado um enorme contributo para a construção da consciência de classe dos professores primários.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


 MJS