2021/08/12

Biblioteca da Ajuda

(Imagem da lombada de vários livros arrumados em estantes. Retirada da internet)

A Biblioteca da Ajuda é uma das mais antigas bibliotecas de Portugal, dotada de um espólio incalculável. Está situada numa das alas do Palácio da Ajuda desde 10 de junho de 1880 e conta com 5 salas, sendo apenas 3 abertas ao público.

Nestas zonas públicas destacam-se a dimensão das estantes, o mobiliário, os tetos decorados com “trompe-l´oeil”, as vitrinas com várias peças manuscritas e peças da antiga oficina de encadernação da Biblioteca Real, datadas dos séculos XVIII/XIX.

A origem da Biblioteca da Ajuda é Biblioteca Real, antiga designação, ainda do século XV. Durante o século XVI foi instalada no torreão poente do Paço da Ribeira. D. João V enriqueceu amplamente o seu espólio que se perdeu durante o terramoto de 1755. Após este acontecimento foi instalada nas casas anexas ao Paço de madeira na Ajuda. O seu acervo foi enriquecido com a compra de espólios de grandes casas senhoriais.

Devido às invasões francesas, em 1811, a biblioteca foi novamente transferida, desta vez para o Rio de Janeiro, formando-se o núcleo inicial da atual Biblioteca Nacional. Incluía as livrarias do Rei, da Casa do Infantado e os manuscritos da Coroa. Em 1821, o núcleo de manuscritos da Casa Real é remetido para Portugal. Os cerca de 60000 mil volumes que permaneceram no Brasil irão dar origem à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

O núcleo que veio para Portugal irá, mais tarde, incorporar as livrarias da Companhia de Jesus (Casa Professa de São Roque e Colégio Santo Antão), da Congregação do Oratório e do Palácio das Necessidades. Esta Biblioteca Real foi sendo refeita através de várias iniciativas de D. João VI e D. Miguel, dotada de um Depósito Legal e acumulando funções de arquivo e biblioteca e de imprensa régia. Mais tarde procedeu-se à incorporação de alguma documentação proveniente de organismos públicos, nomeadamente do Ministério do Reino. De entre as livrarias integradas, encontram-se as seguintes: Dr. Nicolau Francisco Xavier da Silva; Conde de Redondo; Barbosa Machado; José Freire de Monterroio Mascarenhas; João da Mota e Silva o Cardeal da Mota; José Monteiro da Rocha; Pedro de Melo Breyner; Convento das Necessidades, da Congregação do Oratório de S. Filipe de Nery; Colégio dos Nobres; bispo inquisidor D. José Maria de Melo; D. Pedro V; D, Luís e D. Carlos. Existem, igualmente, catálogos de outras livrarias, o que faz supor que estas tenham sido igualmente integradas. Contam-se nessa situação, as de D. Carlota Joaquina de Bourbom, D. Maria Francisca Benedita, Cândido José Xavier Dias da Silva, Conde de Sampaio, Conde de Vila Flor, Conde de Castro Daire, D. Luís de Sousa, Francisco Maria Angelleli, Manuel Joaquim de Sá Braga, D. José da Silva Pessanha, Colégio de Santo Antão e Casa Professa de S. Roque, dos Jesuítas.

A Casa Real foi responsável pela administração da Biblioteca até à implantação da República. Os bibliotecários tinham nomeação régia e geralmente faziam parte do corpo de secretários do Rei. É o caso de Alexandre Herculano (1839-1877), Magalhães Coutinho (1877-1895) ou Ramalho Ortigão (1895-1911). Após a Proclamação da República o 1.º Diretor a ser nomeado foi Jordão de Freitas (1918-1936).

(Imagem da sala de leitura da Biblioteca da Ajuda. Retirada da internet)

Quanto ao acervo da biblioteca, o seu catálogo tem mais de 19.000 registos bibliográficos, incluindo manuscritos, fotografia, iconografia, cartografia, folhetos, genealogia, obras de medicina ou arquitetura. Inclui obras de relevo como o Cancioneiro da Ajuda, o Livro de Traças de Carpintaria, ou Da fabrica que falece a cidade de Lisboa, de Francisco d’Holanda.

Existem várias coleções das quais podemos destacar:

- a coleção de manuscritos que detém 2.512 códices e cerca de 33.000 documentos avulsos (séc. XIII a XX), incluindo 43 códices iluminados, roteiros e atlas, bíblias, miscelâneas históricas e literárias, além de uma importante coleção de crónicas (séc. XV a XVIII), nobiliários e genealogias. Os 226 códices da Symmicta Lusitanica e 61 códices dos Jesuítas na Ásia são fundamentais para a história do Oriente (séc. XVIII);

- a coleção de manuscritos musicais, considerada como uma das mais valiosas do país, formada por 2.950 códices e 10.200 avulsos, constituindo, a nível internacional, um dos mais importantes núcleos de música de câmara e ópera do séc. XVIII e XIX;

- a coleção de Impressos, composta por 16.000 monografias, 11.000 periódicos, distribuídos por 1.700 títulos, para além de 60.000 volumes de Livro Antigo, do séc. XVI a XVIII. Possui uma importante coleção de 190 incunábulos e uma coleção de Livros Raros com ca. 500 títulos, incluindo exemplares únicos. Também se destaca o seu núcleo de atlas holandeses, franceses e alemães (séc. XVI a XVIII) e uma coleção de folhetos com cerca de 9000 títulos;

- as coleções de Cartografia, Iconografia e Fotografia, são constituídas, cada uma, por cerca de 2.500 espécies, sendo particularmente importante a documentação fotográfica do séc. XIX e princípio do séc. XX.

MJS

 

2021/08/09

Bibliotecas da Direção-Geral do Património Cultural

(Imagem da sala de leitura de uma biblioteca com a referência às Bibliotecas Património Cultural no canto superior esquerdo. Retirada do site da Direção-Geral do Património Cultural)


A
Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) faz a gestão do património cultural português, em várias as áreas: património imóvel, móvel, imaterial; gestão do património edificado, museus e monumentos; obras de conservação; coordenação da Rede Portuguesa de Museus, entre outros.

A sua intervenção faz-se sentir em três pontos fundamentais: 

O conhecimento, o inventário, a salvaguarda, a conservação, a valorização, a divulgação do património cultural arquitetónico, arqueológico, móvel e imaterial, e a execução da política museológica nacional.

A gestão dos mais importantes museus nacionais portugueses e dos monumentos classificados Património Mundial pela UNESCO.

A articulação permanente com outras entidades, públicas e privadas, nacionais e internacionais, nos domínios normativo e da fiscalização, da investigação científica, da ação educativa e formativa e da administração do território.

No que respeita à área de biblioteconomia, a DGPC tem a seu cargo vários serviços de documentação de grande riqueza e diversidade: são 25 bibliotecas e centros de documentação, a maioria dos quais com acesso público, com mais de 300.000 registos bibliográficos. Estes acervos documentais organizam-se em coleções e/ou tipo de espaço patrimonial em que se encontram inseridos. 

Foi, assim, criada em 2014 uma Rede de Bibliotecas que tem como objetivo a criação de um catálogo coletivo de bibliotecas.

As bibliotecas que destacaremos são:

Biblioteca da Ajuda

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra

Biblioteca de Arqueologia

Biblioteca de Conservação e Museus

Biblioteca de Património

Biblioteca da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves

Biblioteca do Convento de Cristo

Biblioteca do Mosteiro da Batalha

Biblioteca do Mosteiro de Alcobaça

Biblioteca do Mosteiro dos Jerónimos

Biblioteca do Museu Monográfico de Conimbriga

Biblioteca do Museu Nacional da Música

Biblioteca do Museu Nacional de Arqueologia

Biblioteca do Museu Nacional de Arte Antiga

Biblioteca do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado

Biblioteca do Museu Nacional de Etnologia

Biblioteca do Museu Nacional do Azulejo

Biblioteca do Museu Nacional do Teatro e da Dança

Biblioteca do Museu Nacional do Traje

Biblioteca do Museu Nacional dos Coches

Biblioteca do Museu Nacional Grão Vasco

Biblioteca do Museu Nacional Machado de Castro

Biblioteca do Museu Nacional Soares dos Reis

Biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda

Biblioteca do SIPA - Forte de Sacavém


MJS