2022/02/10

As mulheres na Ciência


As normas sociais, os preconceitos e mesmo a vida familiar condicionaram o acesso e o interesse das mulheres nas áreas científicas. Contudo, a sua participação no desenvolvimento científico está presente desde a Antiguidade Pré-Clássica e Clássica no campo da medicina, da química e da filosofia natural 

A proeminência da Igreja durante a Idade Média condicionou a investigação científica e a produção intelectual. A proliferação dos conventos permitiu à mulher instruir-se e pesquisar, mantendo a tradição da leitura e da escrita através da cópia dos antigos manuscritos. 

No século XI, com o eclodir das primeiras universidades, as mulheres foram excluídas da instrução superior. A primeira mulher a frequentar a universidade de Bolonha foi Laura Bassi, cientista italiana do século XVIII. 

A revolução científica dos séculos XVI e XVII deu alguma abertura à participação das mulheres nos debates científicos e na observação da natureza. Não obstante, antes do século XIX, nenhuma mulher fez parte da Royal Society em Londres ou da Academia Francesa de Ciências. O Iluminismo foi outro período em que se abriu algum espaço para o papel da mulher na sociedade e na ciência, com algum reconhecimento do trabalho feito. 

No decorrer do século XIX, apesar de excluídas da educação, as mulheres começam a frequentar as sociedades eruditas. Precisamente na segunda metade do século XIX aumentam as oportunidades de ter uma educação cuidada, até porque foram fundadas várias escolas para raparigas. 

No final do século XIX dá-se o livre acesso à universidade e o número de mulheres com licenciaturas e doutoramentos na área da ciência cresceu exponencialmente. 

Já no século XX e XXI, entre 1901 e 2019, apenas cinquenta e quatro mulheres receberam o prémio Nobel, de um total de 923 premiados. Para colmatar esta situação a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento sustentável visa implementar medidas de eliminação da desigualdade de género e de acesso à educação, gerando uma sociedade inclusiva. 

Desta forma daremos a conhecer uma ínfima parte do mundo das cientistas e educadoras que marcaram a sociedade e contribuíram para o seu desenvolvimento, a saber: 

1. Hipátia de Alexandria (350 – 415)

2. Hildegarda de Bingen (1098-1179)

3. Wang Zhenyi (1768-1797)

4. Mary Anning (1799-1847)

5. Ada Lovelace (1815-1852)

6. Florence Nightingale (1820-1910)

7. Elizabeth Blackwell (1821-1910)

8. Netti Stevens (1861-1912)

9. Marie Curie (1867-1934)

10. Maria Montessori (1870-1952)

11. Emmy Noether (1882-1935)

12. Karen Horney (1885-1952)

13. Alice Ball (1892-1916)

14. Janaki Ammal (1897-1984)

15. Barbara McClintock (1902-1964)

16. Rachel Carson (1907-1964)

17. Chien-Shiung Wu (1912-1997)

18. Gertrude Elion (1918 – 1999)

19. Rosalind Franklin (1920-1958)

20. Adelaide Cadete (1867-1935)

21. Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911)

22. Seomara da Costa Primo (1920-1958)

23. Odette Ferreira (1925-2018)

24. Maria de Lurdes Pintassilgo (1930-2004)


2022/02/07

Arquivo Leisner

 


O Arquivo Leisner diz respeito ao legado de Georg (1870-1957) e Vera (1885-1972) Leisner, arqueólogos alemães que iniciaram as suas investigações em 1933 na Península Ibérica. Foram fundamentais no estudo do Megalitismo e na História da Arqueologia Pré-Histórica.

Existem inúmeras obras publicadas sobre o seu trabalho que podem ser consultadas na Biblioteca de Arqueologia e o espólio documental que está disponível para consulta on line.

Inclui cerca de 49.500 documentos, 19.000 documentos escritos e 30.500 documentos gráficos e fotográficos, reunidos pelos autores durante a sua investigação na Península Ibérica.

Vera Leisner doou a documentação ao Instituto Arqueológico Alemão de Madrid, com a menção de que este deveria ser mantido em território português. Até 1999, a subdelegação do Instituto Arqueológico Alemão em Lisboa foi a detentora do espólio. Com o seu encerramento foi cedido ao Estado Português, localizando-se na atual Biblioteca de Arqueologia.

O tratamento deste espólio centrou-se, numa primeira fase, no tratamento e digitalização do acervo epistolar, bem como na inventariação, restauro e limpeza do mesmo.

A correspondência, com cerca de 4000 documentos, é a parte menos conhecida do espólio, uma vez que as fotografias e desenhos foram sendo publicados ao longo dos anos.

Optou-se por um tratamento baseado nos seguintes critérios:

1. Idioma;

2. Países emissores/recetores;

3. Instituições emissoras/recetoras, distinguindo-se os documentos pessoais dos de natureza científica. Evidenciam-se sobretudo instituições portuguesas e alemães, a saber a Junta Nacional de Educação, o Instituto de Alta Cultura ou a Fundação Calouste Gulbenkian, bem como os principais museus nacionais.

4. Personalidades. Em Portugal podemos referir Hipólito da Costa Cabaço, Luís de Albuquerque, Octávio da Veiga Ferreira, José Formosinho, José Pires Gonçalves, Manuel Heleno, J. L. Saavedra Machado, Afonso do Paço, Leonel Ribeiro e Abel Viana.

A escala peninsular está refletida no número de arqueólogos espanhóis nomeadamente Martín Almagro Basch, Florentino Alonso-Cuevillas, António Beltrán Martínez, Pedro Bosch-Gimpera, Carlos Cerdán Márquez, Emeterio Cuadrado, Juan Maluquer de Motes, Luís Monteagudo ou António García y Bellido.

Fora da Península Ibérica, interessa destacar a presença de autores de referência mundial como Robert Braidwood, Vere Gordon Childe, Glyn Daniel, Pierre Giot, Stuart Piggott ou Mortimer Wheeler.

Na Alemanha e do Instituto Arqueológico Alemão de Madrid, devemos nomear, entre outros, os seguintes investigadores como parte integrante da rede de contatos do casal Leisner: Hermanfrid Schubart, Helmut Schlunk, Edward Sangmeister, Klaus Parlasca, Philine Kalb e Wilhelm Grünhagen.

5. Sítios Arqueológicos.

 

MJS