2022/03/10

Mulheres na ciência: Ada Lovelace (1815-1852)


Ada Lovelace (1815-1852) nasceu Augusta Ada Byron, em Londres, filha do poeta George Gordon Byron e Anne Isabella Milbanke, notabilizando-se como matemática e escritora. 

No primeiro mês de vida de Ada, a sua mãe mudou-se para casa dos seus avós maternos, em Kirkby Mallory. Em 1816, os seus pais separaram-se legalmente e Byron abandonou Inglaterra. Nunca teve qualquer relacionamento com a filha até à data da sua morte em 1824.

A relação entre mãe e filha era distante e Ada cresceu aos cuidados da sua avó, Judith Hon. Em 1829, Ada contraiu sarampo tendo sequelas graves, como a sua capacidade de andar que ficou seriamente comprometida.

A tutora de Lovelace, Mary Somerville, abriu-lhe oportunidades no meio científico e apresentou-a a Charles Babbage em 1833. Somerville foi tradutora dos trabalhos de Laplace e a primeira mulher a entrar na Royal Society of Astronomy.

Ada travou conhecimento com muitos intelectuais e cientistas, como Andrew Crosse, Sir David Brewster, Charles Wheatstone, Michael Faraday ou Charles Dickens.

Em 1834 passou a frequentar a corte e participou em vários eventos. Em 1835 casou-se com William King e passou a utilizar o título de Lady King. Como Ada era ainda descendente dos Barões de Lovelace, o seu marido adotou o título e tornou-se Condessa de Lovelace. Deste casamento nasceram três filhos: Byron (1836), Anne Isabella (1837) e Ralph Gordon (1839). Foi um casamento tumultuoso, com relações extraconjugais por parte de Ada e com a dependência do jogo.

Em 1842, Charles Babbage deu uma palestra na Universidade de Turim sobre a sua máquina analítica. Esta palestra foi publicada em francês e Babbage pediu a Ada que fizesse a tradução para inglês. Ada juntou as suas notas à tradução e numa delas descreve o algoritmo para a computação da Sequência de Bernoulli – uma sequência finita ou infinita de variáveis aleatórias binárias, assumindo dois valores, 0 ou 1. Este é considerado o primeiro algoritmo criado para ser implementado num computador. Por este motivo, Lovelace é considerada a primeira programadora de software.

Faleceu aos 36 anos e foi enterrada ao lado do seu pai em Nottinghamshire.

A máquina de Babbage nunca chegou a ser construída durante a sua vida. Só em 1985 se realizou esta experiência e a máquina ficou conhecida como o primeiro modelo de computador.

Computador

ME/401869/24

Escola Secundária de Gondomar

Computador marca Zenith Data Systems, do modelo Z-89 com teclado e ecrã incorporado. Originalmente vinha com 16 KB de memória nas versões mais recentes, e podia chegar até aos 48 KB na placa principal CPU (em grupos de chips de 1 KB). O computador Zenith usou discos rígidos setorizados.


MJS

  

2022/03/07

Mulheres na ciência: Mary Anning (1799-1847)

Mary Anning (1799 - 1847) nasceu em Lyme Regis e foi uma famosa paleontóloga, negociadora e coletora de fósseis. Fico mundialmente conhecida pelas descobertas de fósseis efetuadas nos recifes do canal inglês.

Era filha de Richard Anning, um carpinteiro que se dedicava à escavação de fósseis nos recifes como forma de aumentar os seus rendimentos e de Mary Moore. Tal como a maior parte das mulheres, o seu acesso à educação foi escasso, tendo frequentado a escola da sua Igreja onde aprendeu a ler e escrever.

A localidade de Lyme Regis tornou-se uma estância balnear bastante popular nos finais do século XVIII, onde ocorreram vários turistas endinheirados. Os habitantes da região vendiam fósseis a estes visitantes, aos quais eram atribuídas propriedades místicas ou medicinais. O pai de Mary levava-a nas expedições para encontrar fósseis. Faleceu em 1810 deixando a família cheia de dividas e sem qualquer forma de sustento, pelo que a opção foi continuar a vender fósseis.

A primeira grande descoberta de Mary ocorreu em 1811. O seu irmão descobriu um crânio de ictiossauro e alguns meses depois Mary achou o restante esqueleto. Este fóssil foi vendido a um colecionador e acabou no Museu Britânico em 1819.

Anning continuou a sua atividade, mas nunca conseguiu participar na comunidade científica, apesar do seu nome ser bastante conceituado. Descobriu ainda outro esqueleto de plesiossauro, um esqueleto de pterossauro e vários peixes.

As suas observações foram vitais para a descoberta da importância dos coprólitos. A sua análise dos fósseis de belemnites permitiu descobrir que possuíam sacos de tinta, à semelhança dos cefalópodes.

Apesar desta prolífica atividade, o seu único artigo publicado foi um excerto de uma carta na Magazine of Natural History, em 1839.

Mary foi diagnosticada com cancro em 1846 e veio a falecer em março de1847 tendo construído uma carreira com o respeito da comunidade geológica e científica. Em 2010 a Royal Society incluiu o seu nome numa lista das 10 mulheres britânicas que mais influenciaram a história da ciência. As suas descobertas mudaram para sempre o conhecimento sobre a vida pré-histórica.

Atualmente as descobertas de Mary Anning encontram-se no Museu de História Natural de Londres.

Amonite

ME/401018/440

Escola Secundária de Bocage

Amonite utilizada no ensino das matérias de Geologia. Este animal vivia dentro de uma concha enrolada em espiral, de natureza carbonatada, semelhante à dos Nautilus actuais. Os septos dividiam internamente, a concha, em câmaras. Eram animais marinhos, carnívoros e com dimensões muito variáveis, podendo atingir 2 metros de diâmetro. As amonites são excelentes fósseis de idade. Processo de fossilização - moldagem - molde interno. Classificação científica: Reino - Animalia, Filo - Mollusca, Classe - Cephalopoda, Ordem - Ammonitida.


MJS