Gramofone
Equipamento utilizado em contexto das práticas pedagógicas ao nível de várias
disciplinas, nomeadamente da Música. Um gramofone é um aparelho composto por
uma base que acomoda um prato circular giratório, acionado através de uma
manivela, com um pino central onde se encaixa o disco. Do lado direito,
encontra-se um braço com uma agulha que permite fazer a leitura do disco. Ao
girar o disco, a agulha entra em contacto com a superfície deste e faz a sua
leitura. O som sai amplificado pela corneta, fundamental para emitir o som de
forma clara e audível ao ser humano. Está inventariado com o número ME/400890/1
e pertence ao espólio museológico da Escola Secundária António Inácio da Cruz,
em Grândola.
A história desta instituição, inaugurada em 1964, encontra-se profundamente ligada à do seu patrono, António Inácio da
Cruz (1876 – 1955). Nascido em Grândola, foi um homem que se dedicou à cultura,
membro da Sociedade de Geografia e autor de vários artigos e patentes. Após a
morte dos pais, Inácio da Cruz deixou todo o seu legado e os seus bens à Santa
Casa da Misericórdia de Grândola. Através de vontade expressa no seu
testamento, pretendia integrar os seus bens numa fundação que permitisse aos
estudantes mais carenciados o acesso à instrução e consequente financiamento
dos estudos. Como tal, a fundação foi criada em 1956 e em 1964 foi inaugurada a
Escola que ficou com a designação do seu patrono. Nesta data lançaram-se as
bases de uma Escola Agroindustrial, que esteve em atividade até Novembro de
1970. Nesta altura foi criada a Escola Técnica de António Inácio da Cruz. Em
Outubro de 1977, a Fundação foi extinta. No ano seguinte, todos os
estabelecimentos de ensino passaram a ter a designação de Escolas Secundárias,
mantendo as nomenclaturas anteriores. Desta forma chegamos à atual Escola Secundária
António Inácio da Cruz.
Este aparelho tem origem no cilindro de
gravação, criado por Edison. Ao inventar o disco plano em 1887, Emile Berliner
desenvolveu uma máquina para a sua reprodução designada por gramofone. Este
disco, com uma pista magnética em espiral, tinha maior durabilidade e
capacidade e foi utilizado para a gravação e reprodução de música. A agulha do
gramofone lia a informação do disco através das vibrações da pista magnética,
reproduzindo-a através do amplificador cónico metálico.
O sucesso e a difusão do gramofone por
todo o mundo foram imediatos. Inicialmente funcionava com um mecanismo
semelhante aos dos relógios, sendo necessário movimentar manualmente uma corda,
mas a partir de 1920 passou a ter um motor elétrico e um novo tipo de
amplificador. Inicia-se assim uma nova fase no processo de gravação e
reprodução de sons.
A sua utilização ao nível das
instituições escolares permitiu igualmente uma outra dinâmica em sala de aula.
A aprendizagem das línguas estrangeiras podia ser feita através da reprodução
sonora facilitando o processo de ensino-aprendizagem. Para além disso, as áreas
ligadas à música, dança, teatro e ginástica, adquirem um novo fôlego com a
introdução deste invento.
MJS