2020/06/04

Liceu Nacional de Angra do Heroísmo - Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade



O Liceu Nacional de Angra do Heroísmo foi criado, por Decreto de 20 de setembro de 1844, no contexto político da reforma da educação de Costa Cabral. A 6 de agosto de 1846 foi nomeado como Reitor do referido Liceu Nacional o Padre Jerónimo Emiliano de Andrade, com a missão de começar e difundir a educação liceal nesta região.

As primeiras instalações do Liceu Nacional foram o antigo Convento de São Francisco. As aulas iniciaram-se em outubro de 1851, com sérias deficiências por falta de professores e de instalações adequadas.

Em 1900, as instalações do Liceu de Angra foram transferidas para o Palácio Bettencourt, antigo Paço Episcopal, tendo retornado para as suas primitivas instalações no edifício do antigo convento.

Pelo Decreto n.º 15805, de 31 de julho de 1928, o liceu passou para a administração da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, embora alguns aspetos do seu funcionamento ficassem na dependência do Ministério das Instrução Pública.

Pelo Decreto n.º 17 968, de 15 de fevereiro de 1930, o Liceu passou à categoria de Liceu Central, passando a ministrar o curso complementar aos alunos dos Distritos de Angra do Heroísmo e da Horta.

A saída definitiva das velhas instalações conventuais ocorreu a 9 de outubro de 1969, data em que foram inauguradas as novas instalações escolares, construídas de raiz, onde ainda hoje a instituição funciona.


O edifício, sito na Praça Almeida Garrett, à data da inauguração denominada Praça Cavaleiro Ferreira, foi inaugurado naquele dia com a presença do Ministro das Obras Públicas, Engenheiro Rui Alves da Silva Sanches, e do Ministro da Educação Nacional, Doutor José Hermano Saraiva.

O imóvel tem um logradouro de 21.500 m², com uma superfície coberta de 2.800 m², e fora construído entre 1966 e 1969, com um custo 21 mil contos, dos quais 3.600 contos foram para aquisição de equipamentos:



Ao longo dos mais de 150 anos da sua história, a escola teve diversas designações e patronos, fruto da evolução de conceitos pedagógicos e de orientações políticas dominantes. A atual Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade denominou-se[1]:

§  Liceu de Angra do Heroísmo — de 1844 até 1865;
§  Liceu Nacional de Angra do Heroísmo — de 1865 até 1911;
§  Liceu Nacional D. João de Castro — de 1911 até 1928;
§  Liceu Nacional Padre Jerónimo Emiliano de Andrade — de 1928 até 1948;
§  Liceu Nacional de Angra do Heroísmo — de 1948 até 1978;
§  Escola Secundária de Angra do Heroísmo — de 1978 até 1989;
§  Escola Secundária Padre Jerónimo Emiliano de Andrade — de 1989 até 1994;
§  Escola Geral e Básica Padre Jerónimo Emiliano de Andrade de Angra do Heroísmo — de 1994 até 1999;
§  Escola Básica do 3.º Ciclo e Secundária Padre Jerónimo Emiliano de Andrade de Angra do Heroísmo — de 1999 até 2004;
§  Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade — designação fixada pelo Decreto Regulamentar Regional n.º 10/2004/A, de 12 de abril, que concretizou o novo enquadramento.


Com a criação do ensino preparatório em 1968, a escola foi dividida em duas instituições de ensino, a Escola Preparatória Ciprião de Figueiredo[2] e o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, este último, ministrava cursos gerais e complementares do ensino liceal.

As duas instituições referidas, e a Escola do Magistério Primário de Angra do Heroísmo, foram transferidas, em 1969, para o novo edifício do Liceu, aí coabitaram durante mais de uma década.


O novo liceu foi construído pela Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário, tendo sido entregue – no ato da sua inauguração – à Direcção-Geral do ensino Liceal do Ministério da Educação Nacional. O novo edifício era apetrechado com:
§  26 Salas de aula normal;
§  2 Salas de desenho;
§  2 Salas de trabalhos manuais;
§  1 Sala de lavores;
§  1 Laboratório de química;
§  1 Anfiteatro de química;
§  1 Laboratório de física;
§  1 Anfiteatro de física;
§  1 Laboratório de ciências geográfico-naturais;
§  1 Laboratório de ciências geográfico-naturais;
§  1 Sala de canto coral;
§  2 Ginásios.


O Governo Regional, pelo Despacho Normativo n.º 59/78, de 12 de setembro, integrou a Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo no Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, e pela Portaria 691/78, de 30 de novembro, ambos os estabelecimentos foram extintos, dando origem à Escola Secundária de Angra do Heroísmo.

As instalações da extinta Escola Industrial, e todo o seu património, foram afetas à Escola Secundária de Angra do Heroísmo pela Portaria nº. 44/82, de 27 de julho, passando a funcionar como o Anexo da escola secundária.

Segundo o portal da própria Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade (2018), as instalações da extinta Escola Industrial, e todo o seu património, foram afetas à Escola Secundária de Angra do Heroísmo pela Portaria n.º 44/82, de 27 de julho, passando a funcionar como o Anexo da escola secundária.

Em 1998 o Palacete Silveira e Paulo foi entregue à Direção Regional da Cultura, que depois de obras de restauro, para ali se mudou em 2003, ficando o Anexo restrito às instalações escolares, entretanto construídas no reduto do imóvel. Esta situação manteve-se parcialmente até 2008, altura em que aquele estabelecimento escolar foi definitivamente desativado com entrada em funcionamento da nova Escola Básica e Secundária Tomás de Borba. A Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade está agora restrita ao seu edifício principal.

P.M.


BIBLIOGRAFIA:


ÁVILA, Leandro Adelino Andrade Cardoso (2016). O Liceu Nacional de Angra do Heroísmo nas décadas finais da Monarquia (1880-1910): percurso de uma instituição liceal insular [em linha]. Tese de Doutoramento em História Insular e Atlântica (séculos XV-XX). Ponta Delgada: Universidade dos Açores [Consult. 18 de maio de 2020]. Disponível:<http://hdl.handle.net/10400.3/4571>.


CARVALHO, Rómulo de, 1996. História do Ensino em Portugal: desde a Fundação da Nacionalidade até ao fim do Regime de Salazar-Caetano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2.ª edição.


DIAS, Luís Pereira (1998). As outras escolas: o ensino particular das primeiras letras entre 1859 e 1881. Lisboa: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação.


ESCOLA SECUNDÁRIA JERÓNIMO EMILIANO DE EMILIANO (2018). Um pouco de história… [em linha]. Angra do Heroísmo: Governo dos Açores. [Consult. 18 de maio de 2020]. Disponível: <http://esjea.edu.azores.gov.pt/um-pouco-de-historia/>.


NÓVOA, António, 2003 (dir.) – Dicionário de Educadores Portugueses. Porto: Asa.


SILVA, Carlos Manique da (2002) Escolas belas ou espaços sãos? Uma análise histórica sobre a arquitectura escolar portuguesa (1860-1920). Lisboa: IIE.


TENGARRINHA, José Manuel (dir.) (2002). História do Governo Civil de Lisboa. Lisboa: Governo Civil.




[1] Jerónimo Emiliano de Andrade. O.F.M. (Angra, 30 de setembro de 1789 - Angra, 11 de dezembro de 1847)  foi um eclesiástico, professor e pedagogo açoriano, que exerceu as funções de Comissário dos Estudos no Distrito de Angra do Heroísmo e de primeiro reitor do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo. Oriundo de uma família modesta, aparentemente filho de pai incógnito, foi entregue pela mãe, quando contava apenas três meses de idade, à roda dos expostos, de onde foi recolhido e educado pelo padre José de Andrade, beneficiado na igreja de Nossa Senhora da Conceição da cidade de Angra.
[2] Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos (Alcochete, 1555 ? - Lagny-sur-Marne, 1606), 1.º e único Conde da Vila de São Sebastião (por D. António I de Portugal), por vezes designado por Ciprião de Figueiredo Vasconcelos, distinguiu-se como Corregedor dos Açores durante a crise de sucessão de 1580, tendo governado o arquipélago durante o período conturbado que se seguiu à aclamação nas ilhas de D. António Prior do Crato, como rei de Portugal. A ele se deve a fortificação e organização da defesa da ilha Terceira que levou à vitória na Batalha da Salga. 

2020/06/01

Exposição Virtual "Modelos Arquitetónicos no Museu Virtual da Educação"


Os modelos arquitetónicos constituem uma reprodução fiel e à escala de diferentes tipos de construções, seja a planificação de uma habitação, janela, porta, alçado, entre outros.
A madeira tem uma importância ancestral como material de construção, no entanto, as técnicas para a trabalhar são diferentes. Como tal, é importante distinguir a área da carpintaria da área de marcenaria.
A carpintaria trabalha a execução de componentes estruturais, partindo da madeira no seu estado mais puro. Exige conhecimentos específicos sobre os tipos de madeira e as técnicas para a trabalhar e precisão técnica.
A marcenaria é, na verdade, um ramo da carpintaria mais específico. O marceneiro pode dedicar-se a várias áreas desde o fabrico, reparação e conservação de mobiliário até à construção de modelos de portas, janelas, entre outros.
Os modelos apresentados nesta exposição são trabalhos efetuados em contexto escolar, por alunos do curso de marcenaria, como demonstração do domínio das técnicas básicas para o desempenho desta profissão. Demonstram claramente toda a mestria dos alunos e a perfeição dos pequenos detalhes.
Incluímos escadas de dois tipos, corrimão e caracol, um meio de circulação vertical, não mecânico indispensável para a movimentação entre planos de níveis diferentes. O alpendre é outra das estruturas apresentadas, constituindo um prolongamento coberto da estrutura da casa. As janelas, que se destinam a promover a entrada de ar e luz, mas que assumem igualmente um caráter decorativo. As asnas, estruturas complexas que sustentam o telhado são igualmente elementos a destacar nesta exposição.


Escada
ME/ESMC/236
Escola Secundária Machado de Castro


Modelo de estrutura de uma escada com corrimão, em madeira, trabalho de marcenaria realizado pelos alunos no âmbito da disciplina de trabalhos manuais onde eram aplicados os conhecimentos técnicos necessários para elaborar o mesmo objeto em tamanho real. A escada é uma série de degraus por onde se sobe ou desce. É um meio de circulação vertical, não mecânico que permite a movimentação entre planos de níveis diferentes. Neste caso trata-se de uma escada com corrimão, um apoio lateral colocado ao lado da escada.


Alpendre
ME/400166/45
Escola Secundária Domingos Sequeira


Modelo de estrutura de um alpendre, de madeira, trabalho de marcenaria realizado pelos alunos no âmbito das disciplinas oficinais onde eram aplicados os conhecimentos técnicos necessários para elaborar o mesmo objeto em tamanho real. O alpendre é uma cobertura, suspensa ou apoiada em colunas, que se localiza na entrada da casa. É um espaço que aproveita parte do beiral do telhado da casa, embora não faça parte do seu interior, fazendo a divisão entre este e o exterior.


Janela
ME/400166/48
Escola Secundária Domingos Sequeira


Maqueta em madeira de uma janela, incluindo o respetivo aro. Trata-se de uma janela com duas folhas móveis por rotação em torno de um eixo vertical situado ao longo de cada uma das suas couceiras. O espaço interior de cada uma das folhas do caixilho apresenta folhas móveis por rotação de um eixo horizontal. A janela é um elemento da arquitetura que permite a ventilação do ambiente interno, bem como a entrada de luz. Neste caso temos um modelo com portadas, ou seja, pequenas portas anexas à janela que protegem da entrada de luz, mantendo a casa fresca e isolada, ou da chuva e granizo. As portadas são um elemento muito comum no plano arquitetónico em Portugal.


Asna
ME/400270/536
Escola Secundária Jácome Ratton


Maqueta em madeira de uma asna de cobertura. Este tipo de asna caracteriza-se pela obliquidade das "linhas". Trata-se de uma estrutura de madeira, geralmente de formato triangular, que se destina a suportar o telhado de uma construção. Podem ter outros formatos, de acordo com o tipo de construção a que se destinam ou a arquitetura do local.


Escada
ME/ESMC/216
Escola Secundária Machado de Castro


Modelo de estrutura de uma escada em caracol, em madeira, trabalho de marcenaria realizado pelos alunos no âmbito da disciplina de trabalhos manuais onde eram aplicados os conhecimentos técnicos necessários para elaborar o mesmo objeto em tamanho real.
Trata-se de uma escada vulgarmente chamada de “escada em caracol” ou em espiral. É um tipo de escada circular, onde os degraus estão fixos, de um lado, a uma estrutura vertical única, o mastro e de outro lado, a um corrimão circular.

 

Asna e telhado
ME/ESMC/206
Escola Secundária Machado de Castro


Modelo de uma estrutura de telhado em madeira, trabalho de marcenaria realizado pelos alunos no âmbito da disciplina de Trabalhos Manuais onde eram aplicados os conhecimentos técnicos necessários para elaborar o mesmo objeto em tamanho real. Este tipo de asna está associado à estrutura do telhado, a cobertura de uma edificação. Sobre as asnas repousa a subestrutura de suporte à cobertura. Tem um elemento horizontal, duas pernas inclinadas que formam a vertente do telhado e ainda um elemento vertical. O seu grau de complexidade pode variar, dependendo da estrutura a que está associada.