2025/02/20

Muitos Anos de Escolas – Volume I – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941 - Apresentação

 

Da autoria de Filomena Beja, Júlia Serra, Estella Machás e Isabel Saldanha, a obra Muitos Anos de Escolas – Volume I – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941 tem como propósito dar a conhecer a evolução dos espaços de ensino e de aprendizagem em Portugal até à referida data. Tal como as autoras referem na Apresentação (p. 9):



O objetivo do presente artigo e dos que se seguirão, será dar a conhecer, de forma sucinta, o conteúdo da obra, de extrema relevância para a o estudo da história do ensino em Portugal.

Seguir-se-á a lógica interna da subdivisão por capítulos (p. 5):



Fonte: BEJA, Filomena, et al. Muitos Anos de Escolas – Volume I – Edifícios para o Ensino Infantil e Primário até 1941. Lisboa, Ministério da Educação – Direção-Geral da Administração Escolar, 1990.


MJS



2025/02/17

Educadores Portugueses dos séculos XIX e XX: Cristina Torres (1891 – 1975)

 

(Imagem de Cristina Torres retirada da internet)

 

Cristina Torres dos Santos nasceu a 21 de março de 1891 na Figueira da Foz, filha de Ricardo Torres dos Santos, alfaiate e de Delfina da Cruz Marques. Frequentou desde cedo os meios operários e tornou-se militante do Partido Republicano.

Começou a trabalhar muito jovem, como costureira, ao mesmo tempo que frequentava o curso noturno na Escola Industrial da Figueira da Foz. Em 1911 fundou a Fraternidade Feminina que financiou uma escola noturna para raparigas. Em 1912 partiu para Coimbra onde trabalhou como costureira e concluiu o Liceu. Posteriormente ingressou na Universidade, tendo concluído o curso de Histórico-Geográficas em 1920.

Entre 1915 e 1922 lecionou nas escolas móveis em Coimbra e Montemor-o-Velho. Entre 1922 e 1924 foi professora provisória da Escola Comercial da Figueira da Foz tendo lecionado Português, Inglês, Francês e Geografia. Em 1924 tornou-se professora efetiva na Escola Industrial Bernardino Machado.

Em 1927 participou no Congresso Pedagógico Regional das Escolas Técnicas Elementares, no Porto, com a tese “O Ensino de Português e Francês nas Escolas Técnicas Elementares”.

Em 1929 colaborou na fundação de uma Delegacia da Universidade de Coimbra na Figueira da Foz. Em 1931 participou no Congrès International de la Protection de l’Enfance, em Lisboa, com “Les difficultés de l’enseignement chez les enfants pauvres”. Destacou o grave problema de analfabetismo e de abandono escolar que ser vivia no país. As escolas técnicas eram frequentadas maioritariamente por alunos pobres que necessitavam de trabalhar devido ao elevado custo dos livros. A educadora criticou o uso da violência e a extensão dos programas escolares que favoreciam a memorização e não a compreensão.

Para tornar a escola acessível a todos eram necessárias várias medidas: criação de escolas para a primeira infância; corpos docentes preparados para o ensino; combate à violência; livros gratuitos em todos os graus de ensino; proibição do trabalho infantil; pagamento de salários iguais ou superiores aos das fábricas às crianças que frequentassem o ensino industrial.

Em 1932 foi nomeada voluntária de vigilância para Tutoria da Infância da Câmara da Figueira da Foz. Sempre lutou pelos direitos dos mais desfavorecidos, dos operários e das mulheres, tornando-se responsável pelo funcionamento da Escola de Instrução Primária da Universidade Livre. O Estado Novo opôs-se e foi transferida para a Escola Industrial e Comercial de Bartolomeu dos Mártires em Braga. Durante os anos seguintes foi presa e perseguida até ao seu afastamento definitivo do ensino em 1949.

De regresso à Figueira, já aposentada compulsivamente da docência, integrou a Comissão Nacional do 3.º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro em 1973. Acolheu com agrado a Revolução dos Cravos, tendo falecido a 1 de abril de 1975.

 

 

Fonte principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto : ASA, 2003.


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