2008/07/17

BAME nas Escolas

Inventário Museológico da Escola Secundária Fonseca Benevides
A Escola Secundária Fonseca Benevides, fundada em 1914, esteve vocacionada, desde a sua origem, para o ensino técnico e tecnológico, e no ano de 1963 integrou os cursos das áreas da Mecanotecnia e Electrotecnia época em que a então Escola Industrial Fonseca Benevides granjeou grande prestígio e popularidade entre os alunos e as empresas, devido ao elevado nível dos equipamentos colocados ao serviço da aprendizagem.

Foram estes objectos que, pelo papel que desempenharam no ensino, se tornaram peças com valor museológico e foram inventariados no contexto do projecto de Inventário e Digitalização do Património Museológico da Educação. Tratam-se, em boa parte, de equipamentos comprados ou doados pelas próprias empresas produtoras, exemplo da Marconi, para equipar os laboratórios, mas também de trabalhos de alunos realizados no âmbito dos exames de final de curso, constituindo-se como parte visível dessas práticas de ensino-aprendizagem e da própria evolução das disciplinas de Mecanotecnia e Electrotecnia.



Para além destes equipamentos, foram inventariados e fotografados objectos utilizados nos laboratórios de Física, Química, Biologia e História, num total de 347 objectos e 778 imagens. Após a primeira fase de intervenção, que passou pela selecção, identificação e numeração das peças, irá proceder-se à pesquisa de conteúdos nos respectivos catálogos e na internet de modo a obter informações sobre a função de cada objecto. 

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LegendaOsciloscópio, Déc.1960 (Tektonix)
Condensador de Mica. Equipamento de padrão, 1964 (H.W. Sullivan Ltd.)
Potenciómetro de precisão, Déc.1960 (Pye, Scientific Instruments)
Rádio, Déc.1960 (Trabalho de aluno para a prova final de exame)
............................História da Escola

Criada em 1914 na freguesia de Santos-o-Velho, a Escola Professor Benevides teve como primeira morada o Palácio dos Condes de Murça e ministrava o ensino oficial de modelação, trabalhos cerâmicos e trabalhos de vidro, tendo alargado a oferta educativa, em 1930, com o Curso de Serralharia. Nesse mesmo ano, integrou os alunos e professores da Escola de Arte Aplicada de Lisboa e da Escola de Cerâmica de António Augusto Gonçalves. Ambas integraram a Secção de Artes Aplicadas da Escola Fonseca Benevides, a funcionar na Rua Almirante Barroso. Dado o aumento da frequência desta Secção, em 1934 foi criada a Escola Industrial António Arroio, que aí funcionou até 1970, ano em que se mudou para as actuais instalações.

Seria, no entanto, no ano lectivo de 1956/1957 que a designação muda para Escola Industrial Fonseca Benevides, quando integrou o curso Auxiliar de Laboratório de Química, transferido da Escola Industrial Marquês de Pombal. No final dos anos de 1950 a escola Fonseca Benevides passou a leccionar o Curso de Montador de Radiotécnico e uma década depois oferecia as especializações de Radar, Televisão e Computadores, respondendo à procura crescente de técnicos nestas áreas emergentes.

Com a crescente procura dos cursos das áreas da Mecanotecnia e Electrotecnia, a escola foi ocupar, em 1963, o actual edifício na Rua dos Lusíadas, construído em 1886 com verbas emprestadas pelo Príncipe D. Carlos para a instalação da Escola Marquês de Pombal, transferida em 1962 para o estabelecimento que actualmente ocupa.

No próximo ano lectivo de 2008/2009 a Escola Secundária Fonseca Benevides vai deixar estas instalações e mudar para o Pólo de Educação e Formação (antiga Escola D. João de Castro), adaptadas às novas necessidades das práticas pedagógicas.

2008/07/15

Exposição itinerante "Um olhar sobre o Património Museológico da Educação"

A exposição itinerante “Um olhar sobre o Património Museológico da Educação” percorreu, de 31 de Março a 4 de Julho de 2008, as escolas secundárias que integram o projecto Inventário e Digitalização do Património Museológico da Educação, nas várias regiões do país.

Terminada esta primeira fase, devido ao período de férias, as escolas foram questionadas sobre o que acharam desta iniciativa e qual o seu impacte na comunidade educativa.
Das respostas recebidas, foi considerada globalmente como uma iniciativa muito positiva, que ajudou a dar maior visibilidade ao projecto junto da comunidade educativa e, nalguns casos, local, assim como ao trabalho desenvolvido nas escolas pelas equipas de professores que integram o projecto.
Realçaram o valor do projecto na salvaguarda do património educativo e cultural da história da educação e todas se mostraram receptivas em acolher outras iniciativas que possam contribuir para alcançar os objectivos que regem este projecto.

Para além das iniciativas levadas a cabo pela SG, as próprias escolas contribuem igualmente para a divulgação deste projecto das mais variadas formas.

Assim, publicitamos o exemplo da Escola Secundária Jácome Ratton (Tomar) que aproveitou a exposição itinerante para partilhar o projecto e o trabalho desenvolvido pela equipa de professores da escola com um universo mais alargado, para além da comunidade educativa.
Escolheu a Biblioteca Municipal de Tomar para acolher esta iniciativa da Secretaria-Geral do ME e informou todas as escolas, o Instituto Politécnico de Tomar e a imprensa local que noticiou a iniciativa no jornal “Cidade de Tomar", no dia 20 de Junho de 2008, conforme ilustra a foto abaixo.

Esta exposição voltará no início do próximo ano lectivo a outras escolas e às Direcções Regionais de Educação, e cujo calendário noticiaremos proximamente.


BAME nas Escolas


Inventário Museológico da antiga Escola Secundária Machado de Castro
A antiga escola Machado de Castro, ao longo de ¾ de século de ensino*, reuniu muitos materiais didácticos e trabalhos executados por professores e alunos. Alguns destes objectos são peças com valor museológico e nesse sentido foi pertinente inventariar os objectos usados nas matérias de Física, Química, Ciências Naturais, Matemática, Geografia, Historia, Línguas e Cartografia, assim como os trabalhos executados pelos alunos e professores nas oficinas de Carpintaria, Pintura, Escultura e Lavores, e deste modo integrá-los no projecto Inventário e Digitalização do Património Museológico da Educação. Após selecção, as peças foram identificadas, fotografadas, medidas e numeradas. A identificação e descrição das funcionalidades dos objectos de forma mais completa, obrigou à consulta de catálogos de materiais didácticos e pesquisa na Internet. Toda a informação reunida será inserida na aplicação de inventariação museológica. Neste trabalho, foi inventariado um total de 340 objectos dos quais resultaram 940 imagens.

* História da instituição:


Na sequência de decisão governamental de dotar o ensino liceal com instalações próprias, o Estado adquiriu, em 1907, a José Ferreira da Cunha, a propriedade que este possuía em Santa Isabel, composta por uma quinta e um palácio, anterior ao séc. XIX. A compra destinava-se a construir um “campus” escolar – um liceu (actual liceu Pedro Nunes), duas escolas primárias e uma escola industrial, que já funcionava ali perto em edifício alugado. Em 1911 é inaugurado o Liceu Pedro Nunes, e em 1915 ter-se-á abandonado o plano de construção inicialmente previsto, situação que se reflecte nas instalações destinadas à referida escola industrial.


Na segunda década do século XX, opta-se pela construção de raiz de um novo edifício numa parcela de terreno cedida pelo liceu e sob projecto de Vítor Bastos Júnior. Este novo edifício foi ligado ao palácio original. Por volta de 1920, da conjugação de um edifício pré existente com a construção de um novo, projectado para uma escola industrial, nasce a Escola Industrial Machado de Castro. Após algumas décadas a ministrar o ensino industrial passou, no ano lectivo de 1974/1975, a Escola Secundária Machado de Castro e a funcionar também com os cursos gerais. Manteve-se em funcionamento até ao ano lectivo de 2004/2005, altura em que foi encerrada.