2023/04/27

Educação e Monarquia: D. Filipe I (1527 - 1598)

 

D. Filipe I (1527-1598), “o Prudente”, era o filho do imperador Carlos V e de D. Isabel de Portugal. Em 1543 casou com D. Maria, filha de D. João III, que faleceu ao dar à luz. Foi nomeado rei de Portugal nas Cortes de Tomar em 1581, onde jurou manter os privilégios e liberdades em Portugal. Esteve dois anos a residir no país e posteriormente regressou a Madrid deixando no governo o sobrinho, o cardeal Alberto da Áustria.


(Imagem retirada da Internet)

O governo de Filipe I deixou Portugal numa situação de relativa autonomia. No entanto, o país foi bastante afetado pelas políticas de conflito entre Espanha e Inglaterra. Os nossos portos nas colónias e os nossos navios foram várias vezes atacados.

Filipe I fez uma renovação na administração pública e incentivou os estudos artísticos. Criou a Aula de Risco do Paço da Ribeira em 1594, embora não fosse um ensino totalmente público. Os alunos só podiam ser admitidos quando já tivessem alguma prática, o que implicava o ensino particular, em casa. O primeiro mestre de arquitetura foi Filipe Terzio e posteriormente Nicolau de Frias. Durante o século XVII o ensino da arquitetura esteve entregue a três famílias: os Frias, os Tinocos e os Turrianos.


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2023/04/24

Educação e Monarquia: D. Sebastião (1554 - 1578) e a Crise Dinástica

 

D. Sebastião I, “o Desejado” (1554 – 1578), era filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria e neto de D. João III. Quando o seu avô morreu, e sendo ele ainda menor, a regência ficou entregue à sua avó, D. Catarina. A sua mãe, D. Joana, voltou para Castela de acordo com o contrato nupcial com o príncipe.


(Imagem retirada da Internet)

Durante o período da regência, foi dada continuidade à política de D. João III, com o abandono das praças no Norte de África. D. Catarina foi acusada de ser favorável às influências da corte espanhola. Nas Cortes de Lisboa de 1562 abandona a regência que passa para o Cardeal D. Henrique, tio de D. Sebastião. D. Catarina continua como tutora do monarca que recebeu uma educação cuidada.

Em virtude da sua tenra idade, D. Sebastião era um monarca bastante influenciável. Após a defesa da praça de Mazagão, o rei pretende continuar as campanhas no Norte de África. Ao fazer 14 anos, em 1568, fica responsável pelo governo e reorganiza o exército.

A grande questão que preocupa o país é o facto de D. Sebastião não ter casado, nem ter deixado qualquer sucessor. Antes de se lançar em empreendimentos militares de risco, a Corte alerta-o para este problema. A situação é ignorada pelo monarca que deixa a regência a D. Henrique e parte numa viagem pelo Norte de África em 1572. Aproveitando os conflitos na zona do Magrebe, D. Sebastião apoia uma das fações e tenta recuperar as praças que tinham sido perdidas.

Desta forma, o rei prepara o exército e lança-se à conquista de África. Acaba por ser derrotado em Alcácer Quibir, onde o rei morre, bem como grande parte dos jovens militares. Está lançado o problema da sucessão do trono português.

O cardeal D. Henrique, “o Casto”, sucede a D. Sebastião e sobe ao trono em 1578. A sua preocupação era a resolução do problema dinástica. D. Henrique era filho de D. Manuel e de D. Maria de Castela e foi educado para seguir a carreira eclesiástica. Em 1540 tornou-se arcebispo de Évora, transformando a cidade num importante polo cultural. Em 1574 foi o responsável pela fundação da Universidade de Évora.


(Imagem retirada da Internet)

Durante a sua regência, focou-se na organização administrativa e económica do reino. Após a subida ao trono de D. Sebastião, continuou a apoia-lo na governação. O seu afastamento deveu-se à diferença de opiniões face às campanhas militares africanas, relativamente às quais D. Henrique era completamente contra.

O cardeal acabou por falecer em 1580 sem ter resolvido o problema da sucessão, nomeando uma regência de cinco governadores.

Um dos candidatos ao trono foi D. António, Prior do Crato, que chegou a ser eleito rei em 19 de junho de 1580 pelo povo. Era filho natural do infante D. Luís I e neto de D. Manuel I. Professou na Ordem de Malta e foi-lhe atribuído o priorado do Crato, embora levasse uma vida mundana. Em 1568 foi nomeado governador de Tânger, tendo participado na Batalha de Alcácer Quibir.

O seu adversário era Filipe II de Espanha. D. António esperava o apoio de Inglaterra e França, mas tal não aconteceu e foi derrotado na Batalha de Alcântara. Portugal perde a independência.

No que respeita ao esforço educativo, não existem informações relevantes, uma vez que se tratou de um período conturbado da história nacional. Há uma referência ao nível do ensino das artes, em 1572, com a existência de dois oficiais, um pintor a óleo e um pintor a têmpera, que avaliavam o trabalho dos artistas. O exame era pintar uma imagem que lhes fosse contada. Só depois de aprovado é que o pintor podia exercer.


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