D. Sebastião
I, “o Desejado” (1554 – 1578), era filho do príncipe D. João e de D. Joana de
Áustria e neto de D. João III. Quando o seu avô morreu, e sendo ele ainda
menor, a regência ficou entregue à sua avó, D. Catarina. A sua mãe, D. Joana,
voltou para Castela de acordo com o contrato nupcial com o príncipe.
Durante
o período da regência, foi dada continuidade à política de D. João III, com o
abandono das praças no Norte de África. D. Catarina foi acusada de ser
favorável às influências da corte espanhola. Nas Cortes de Lisboa de 1562
abandona a regência que passa para o Cardeal D. Henrique, tio de D. Sebastião.
D. Catarina continua como tutora do monarca que recebeu uma educação cuidada.
Em
virtude da sua tenra idade, D. Sebastião era um monarca bastante influenciável.
Após a defesa da praça de Mazagão, o rei pretende continuar as campanhas no
Norte de África. Ao fazer 14 anos, em 1568, fica responsável pelo governo e
reorganiza o exército.
A
grande questão que preocupa o país é o facto de D. Sebastião não ter casado,
nem ter deixado qualquer sucessor. Antes de se lançar em empreendimentos
militares de risco, a Corte alerta-o para este problema. A situação é ignorada
pelo monarca que deixa a regência a D. Henrique e parte numa viagem pelo Norte
de África em 1572. Aproveitando os conflitos na zona do Magrebe, D. Sebastião
apoia uma das fações e tenta recuperar as praças que tinham sido perdidas.
Desta
forma, o rei prepara o exército e lança-se à conquista de África. Acaba por ser
derrotado em Alcácer Quibir, onde o rei morre, bem como grande parte dos jovens
militares. Está lançado o problema da sucessão do trono português.
O
cardeal D. Henrique, “o Casto”, sucede a D. Sebastião e sobe ao trono em 1578.
A sua preocupação era a resolução do problema dinástica. D. Henrique era filho
de D. Manuel e de D. Maria de Castela e foi educado para seguir a carreira
eclesiástica. Em 1540 tornou-se arcebispo de Évora, transformando a cidade num
importante polo cultural. Em 1574 foi o responsável pela fundação da
Universidade de Évora.
Durante
a sua regência, focou-se na organização administrativa e económica do reino.
Após a subida ao trono de D. Sebastião, continuou a apoia-lo na governação. O
seu afastamento deveu-se à diferença de opiniões face às campanhas militares
africanas, relativamente às quais D. Henrique era completamente contra.
O
cardeal acabou por falecer em 1580 sem ter resolvido o problema da sucessão,
nomeando uma regência de cinco governadores.
Um dos
candidatos ao trono foi D. António, Prior do Crato, que chegou a ser eleito rei
em 19 de junho de 1580 pelo povo. Era filho natural do infante D. Luís I e neto
de D. Manuel I. Professou na Ordem de Malta e foi-lhe atribuído o priorado do
Crato, embora levasse uma vida mundana. Em 1568 foi nomeado governador de
Tânger, tendo participado na Batalha de Alcácer Quibir.
O seu
adversário era Filipe II de Espanha. D. António esperava o apoio de Inglaterra
e França, mas tal não aconteceu e foi derrotado na Batalha de Alcântara. Portugal
perde a independência.
No que
respeita ao esforço educativo, não existem informações relevantes, uma vez que
se tratou de um período conturbado da história nacional. Há uma referência ao
nível do ensino das artes, em 1572, com a existência de dois oficiais, um
pintor a óleo e um pintor a têmpera, que avaliavam o trabalho dos artistas. O
exame era pintar uma imagem que lhes fosse contada. Só depois de aprovado é que
o pintor podia exercer.
MJS
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