D. João III "o Piedoso" (1502 - 1557)
era filho de D. Manuel de D. Maria de Castela. Casou com D. Catarina de Áustria
em 1527. A sua educação esteve a cargo de humanistas, físicos e cosmógrafos.
Ao nível da política interna continuou, à
semelhança dos seus predecessores, a política de centralização do poder real.
Convocou Cortes em 1525, 1535 e 1544 e promoveu a reestruturar a administração
e a justiça.
Quando subiu ao trono, Portugal encontrava-se
no apogeu da expansão, mas enfrentava enormes problemas, nomeadamente
financeiros o que obrigou ao recurso a empréstimos e ao agravamento do défice. Tal
facto deveu-se à extensão e dispersão do império ultramarino português que
tinha enormes custos.
No Norte de África, D. João III decidiu
abandonar as praças de Safim, Azamor, Alcácer Ceguer e Arzila. Avançou com a
exploração e povoamento do Brasil através do sistema de capitanias. Mais tarde
nomeou Tomé de Sousa governador geral desta colónia para que a administração
estivesse mais centralizada.
As explorações no oriente prosseguem e chega-se
à China e ao Japão. No entanto, a situação na Índia estava bastante inquietante
com avanços, recuos e a pressão constante dos turcos.
Ao nível interno vivem-se momentos difíceis com
fome e epidemias.
As relações externas caracterizaram-se por uma
intensa atividade diplomática com Espanha através de alianças e casamentos. No
que respeita ao conflito entre Espanha e França, Portugal teve uma política de
neutralidade. As relações comerciais com Inglaterra, Flandres e países do
Báltico são mantidas. O entendimento com a Santa Sé teve um reforço de
destaque, com a introdução da Inquisição em Portugal.
O final do reinado de D. João III foi marcado
por uma crise dinástica. O príncipe D. João seria o herdeiro do trono, mas
faleceu antes da sua esposa, D. Joana, filha de Carlos V dar à luz. D. João morre
em 1554 e o seu herdeiro é o neto, D. Sebastião que tinha apenas 3 anos.
No plano cultural é notório o apoio à cultura humanista
e aos intelectuais como Gil Vicente, Garcia de Resende, Sá de Miranda,
Bernardim Ribeiro, Luís de Camões, Pedro Nunes ou Garcia de Resende. Dever-se-á
destacar o trabalho de João de Barros, cuja preocupação pelo ensino básico o
levou a criar a Cartilha de Aprendizagem.
A universidade é transferida para Coimbra e são
fundados vários colégios que alargam a rede de ensino em Portugal, através da
ação dos Jesuítas. A missionação também fará parte deste processo,
salientando-se São Francisco Xavier no Oriente e o Padre Manuel da Nóbrega no
Brasil.
Ao
nível das Artes, o ensino nas oficinas de arquitetura começou a ter alguma
metodologia, facilitada pelo uso de tratados impressos. A arquitetura exigiu
uma normalização, mais cedo que outras áreas uma vez que implicava uma maior
responsabilidade social. Podemos referir a presença em Portugal de Andrea
Contucci, artista italiano que difundiu novas técnicas, entre 1485 e 1495.
A
pintura, apesar da tendência para se manter o ensino particular individual, começou
a ser ministrada nas oficinas dos mestres. Estes recebiam um aluno,
transmitindo-lhe todas as técnicas, bem como a leitura e a escrita. Em troca, o
aluno executava algumas obras no atelier. Sabe-se que em Lisboa existia a
oficina de Jorge Afonso que funcionou como uma escola.
MJS
Sem comentários:
Enviar um comentário