2023/04/20

Educação e Monarquia: D. João III (1502 - 1557)

 

D. João III "o Piedoso" (1502 - 1557) era filho de D. Manuel de D. Maria de Castela. Casou com D. Catarina de Áustria em 1527. A sua educação esteve a cargo de humanistas, físicos e cosmógrafos.

Ao nível da política interna continuou, à semelhança dos seus predecessores, a política de centralização do poder real. Convocou Cortes em 1525, 1535 e 1544 e promoveu a reestruturar a administração e a justiça.

Quando subiu ao trono, Portugal encontrava-se no apogeu da expansão, mas enfrentava enormes problemas, nomeadamente financeiros o que obrigou ao recurso a empréstimos e ao agravamento do défice. Tal facto deveu-se à extensão e dispersão do império ultramarino português que tinha enormes custos.


(Imagem de D. João III retirada da Internet)

No Norte de África, D. João III decidiu abandonar as praças de Safim, Azamor, Alcácer Ceguer e Arzila. Avançou com a exploração e povoamento do Brasil através do sistema de capitanias. Mais tarde nomeou Tomé de Sousa governador geral desta colónia para que a administração estivesse mais centralizada.

As explorações no oriente prosseguem e chega-se à China e ao Japão. No entanto, a situação na Índia estava bastante inquietante com avanços, recuos e a pressão constante dos turcos.

Ao nível interno vivem-se momentos difíceis com fome e epidemias.

As relações externas caracterizaram-se por uma intensa atividade diplomática com Espanha através de alianças e casamentos. No que respeita ao conflito entre Espanha e França, Portugal teve uma política de neutralidade. As relações comerciais com Inglaterra, Flandres e países do Báltico são mantidas. O entendimento com a Santa Sé teve um reforço de destaque, com a introdução da Inquisição em Portugal.

O final do reinado de D. João III foi marcado por uma crise dinástica. O príncipe D. João seria o herdeiro do trono, mas faleceu antes da sua esposa, D. Joana, filha de Carlos V dar à luz. D. João morre em 1554 e o seu herdeiro é o neto, D. Sebastião que tinha apenas 3 anos.

No plano cultural é notório o apoio à cultura humanista e aos intelectuais como Gil Vicente, Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, Luís de Camões, Pedro Nunes ou Garcia de Resende. Dever-se-á destacar o trabalho de João de Barros, cuja preocupação pelo ensino básico o levou a criar a Cartilha de Aprendizagem.

A universidade é transferida para Coimbra e são fundados vários colégios que alargam a rede de ensino em Portugal, através da ação dos Jesuítas. A missionação também fará parte deste processo, salientando-se São Francisco Xavier no Oriente e o Padre Manuel da Nóbrega no Brasil.

Ao nível das Artes, o ensino nas oficinas de arquitetura começou a ter alguma metodologia, facilitada pelo uso de tratados impressos. A arquitetura exigiu uma normalização, mais cedo que outras áreas uma vez que implicava uma maior responsabilidade social. Podemos referir a presença em Portugal de Andrea Contucci, artista italiano que difundiu novas técnicas, entre 1485 e 1495.

A pintura, apesar da tendência para se manter o ensino particular individual, começou a ser ministrada nas oficinas dos mestres. Estes recebiam um aluno, transmitindo-lhe todas as técnicas, bem como a leitura e a escrita. Em troca, o aluno executava algumas obras no atelier. Sabe-se que em Lisboa existia a oficina de Jorge Afonso que funcionou como uma escola.


MJS

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