Associando-nos a esta celebração sugerimos uma visita à nossa Exposição:
2011/05/20
2011/05/18
Seminários do Património Científico Português, no Museu da Ciência!
No dia 19 de Maio, pelas 17h00, no Museu da Ciência na Rua da Escola Politécnica, 56, em Lisboa, realizou-se um Seminário sobre " O Projecto do Museu Virtual do Ministério da Educação" apresentado pela Dra. Paula Telo, do Ministério da Educação.
Dia Internacional dos Museus
No início do corrente mês de maio tiveram lugar, em Lisboa, dois
eventos importantes para a gestão do património cultural. Assinalando-se hoje,
18 de maio, o Dia Internacional dos Museus, e realizando-se, amanhã, uma
apresentação do projeto do Museu Virtual da Educação, justifica-se trazer a
este espaço uma síntese das tendências atuais ao nível da gestão do património cultural
que as diversas intervenções nesses dois eventos revelaram.
No dia
2 de maio, teve lugar no Cinema S. Jorge, um seminário sobre ‘Políticas de Património
Cultural’, uma organização conjunta do ICOM e do ICOMOS cujos diretores, Luís
Raposo e José Aguiar, moderaram as duas mesas de oradores. O objetivo era
promover um debate sobre as recentes políticas na área do património, ouvindo
um leque bastante vasto de personalidades como, por exemplo, Luís Campos e
Cunha, Luís Calado, Nuno Vassalo e Silva, Raquel Henriques da Silva, Fernando
António Baptista Pereira, ou Walter Rossa. Foi pedido a cada interveniente uma
breve opinião sobre os pontos mais críticos das atuais políticas culturais e a
apresentação de sugestões para o ciclo político que se avizinha.
Entre
as muitas questões levantadas na sessão foram especialmente ressaltadas as
seguintes preocupações:
• A
questão da viabilidade financeira dos projetos culturais e a necessidade de dar
visibilidade aos seus resultados. Para qualquer projeto na área do património
cultural, é cada vez menos admissível ignorar a ponderação da sua
sustentabilidade económica e aferir os seus benefícios e resultados. Os
investimentos na cultura têm de ser justificados em função dos seus produtos e
dos efeitos educativos que estes produzem sobre os públicos a que se destinam.
• A
necessidade de repensar as instituições museológicas, não apenas ao nível da
rede e distribuição dos equipamentos, mas a sua estrutura e modos de
funcionamento. Foram salientadas as vantagens das estruturas museológicas
‘leves’, que não assumam como principal missão a concentração de avolumadas
reservas patrimoniais, mas privilegiem, sobretudo, o seu papel educativo e de
divulgação.
• A
importância do conhecimento dos públicos e da orientação dos projetos culturais
em função dos seus interesses, necessidades e enriquecimento cultural. Os
museus e as suas atividades não devem ser pensados a partir dos espólios que
possuem, mas em função dos seus visitantes. Há que inventar novas narrativas
expositivas que tenham eco junto daqueles a quem se destinam.
• A
ponderação da existência de um número crescente de cidadãos anónimos empenhados
na defesa de um património que sentem como seu. A voz da ‘opinião pública’ tem
cada vez mais peso e impacto, até porque existem, hoje em dia, inúmeros
instrumentos (internet, blogues, petições...) que permitem exprimir opiniões,
contestar opções e pressionar as instituições na tomada das suas decisões.
Dois
dias depois, a 4 de maio, teve lugar no Museu Nacional de Arte Antiga uma sessão
de apresentação do Plano Nacional de Conservação e Restauro.
A
cerimónia foi aberta pelo diretor do IMC, João Brigola, mas foi a António
Candeias, Diretor do Laboratório de Conservação e Restauro José de Figueiredo,
que coube a explicitação detalhada do Plano. O Secretário de Estado da Cultura,
Elísio Summavielle, encerrou a sessão.
Segundo
os oradores, o Plano então apresentado justifica-se pela necessidade de regular
a atividade da Conservação e Restauro e de tornar operacional a aplicação da
Lei do Património (lei 140 /2009). Para atingir tais objetivos, várias ações
concretas foram enunciadas:
• A
criação de um «Conselho Regulador» desta atividade, que reunirá representantes
do IMC, do IGESPAR, da BN, da DGARQ, das Direções Regionais de Cultura e das
associações profissionais;
• A
reestruturação interna dos serviços do Instituto José de Figueiredo, através da
fusão do «Departamento de Conservação e Restauro» com o «Laboratório de
Conservação e Restauro» numa estrutura única, um «Centro de Conservação e
Restauro José de Figueiredo»;
• Um
conjunto diversificado de parcerias e protocolos com a Fundação para a Ciência
e Tecnologia (FCT) na área da Conservação e Restauro;
• A
apresentação de candidaturas aos mecanismos internacionais de financiamento, designadamente
o EEA Grants, no âmbito do qual Portugal apresentou o Projeto SAPPHIRE -
Saphegard Actions for de Preservation of Portuguese Heritage: Inovation, Reabilitation
and Education.
No
quadro das ações concretas, mereceu especial destaque o anúncio de criação da RENACOR
- Rede Nacional de Conservação e Restauro (RENACOR), que reunirá vários departamentos
do IMC, e IGESPAR, Direções Regionais de Cultura, e outras instituições.
Esta
rede terá como funções, entre outras, a promoção de sessões de sensibilização
sobre prevenção e restauro, a organização de cursos de atualização para
profissionais no ativo; a realização de Intervenções ao nível da gestão de
risco e da prevenção; o apoio à atividade desenvolvida no terreno,
designadamente na regulação de concursos e adjudicação de empreitadas ou na
monitorização e acompanhamento de intervenções em curso por meio de inspeções
de equipas técnicas.
Do
conjunto destas duas iniciativas sobressai, como tendência comum, a necessidade
de tornar a gestão do património mais eficaz e, simultaneamente, mais
transparente, dando visibilidade aos produtos e aos resultados das iniciativas
culturais. Naturalmente, os efeitos dos projetos culturais não podem ser
medidos através de uma contabilidade estreita, mas avaliando o retorno que
produzem ao nível do enriquecimento educativo dos públicos a que se destinam. Não
se pode subjugar a cultura às lógicas da gestão financeira, mas deve pensar-se
a cultura como um território de criação de valor, com efeitos indiretos, mas
expressivos, sobre o perfil
económico
do país. Em época de crise, mais que nunca, há que ter presente o poder de atração
de investimentos e de visitantes que o prestígio cultural exerce, e ser capaz
de reconhecer os benefícios que advêm da imagem de Portugal enquanto país
culturalmente interessante.
Dia Internacional dos Museus
No dia internacional dos museus propomos-lhe que visite a nossa exposição
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