2021/04/08

Património Material de Portugal: Alto Douro Vinhateiro

 


O Alto Douro Vinhateiro faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 2001.

Esta região do Douro inclui 24 600 hectares e distribui-se por 13 concelhos: Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Alijó, Sabrosa, Murça, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, S. João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.

A zona em questão é representativa da paisagem da Região Demarcada do Douro que constitui a mais antiga região vinícola regulamentada do mundo. Com uma paisagem de encostas ingremes, solos pobres e bastante acidentados que se erguem a partir do Rio Douro, reflete a ação contínua do homem que adaptou o local às suas necessidades agrícolas. Existe, portanto, uma relação privilegiada entre o homem e a natureza observando-se um ecossistema único com a construção de socalcos que preserva o solo e permite o cultivo da vinha.


A região de montanha proporciona um microclima, protegendo o solo do Oceano Atlântico, o que permite criar as condições para a produção do famoso Vinho do Porto. A zona, habitada desde a época romana, iniciou a produção deste tipo de vinho durante a segunda metade do século XVII, quando o Vinho do Porto começou a ser exportado para Inglaterra. Apesar de haver produção de vinho há 2000 anos, esta foi a primeira produção devidamente “regulamentada”.

Os lucros obtidos com este comércio eram elevados, acabando por gerar situações de fraude. Em 1756 é criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Douro, com o objetivo de regulamentação da produção vinícola. Foram implantados 201 marcos de granito para demarcar o espaço físico da região. Em 1761 foram colocados mais 134 marcos. Mais tarde, em 1907, João Franco torna a delimitar a zona, que se entende para o Douro Superior.

Atualmente a Região demarcada inclui o Baixo-Corgo que ocupa 51% da área (margem direita do Rio Douro); Cima-Corgo, 36% da região; Douro Superior com cerca de 13%.


Vários são os tipos de vinho produzidos nesta zona, podendo referir-se distinguir-se o vinho branco (Lágrima – vinho seco ou doce) e os vinhos produzidos a partir de castas tintas que seguem um processo de envelhecimento em cascas de madeira (Ruby, Tawny, Vintage ou Crusted) ou em garrafa (Late Bottled Vintage e Vintage.

Em suma, o Douro Vinhateiro combina os recursos naturais com o investimento humano na paisagem, tornando-se um polo dinamizador que combina tecnologia e tradição.


MJS

2021/04/06

Escola Secundária de Camões: o património em destaque # 2

A Escola Secundária de Camões continua a divulgação do seu espólio museológico através da publicação de flyers alusivos à peça do mês. A régua de cálculo foi o exemplar escolhido. 


Trata-se de um instrumento de cálculo constituído por três réguas graduadas justapostas, sendo a do meio móvel. Apresenta uma dupla face com 24 escalas, 12 em cada lado, identificadas por uma letra na extremidade esquerda, Não tem cursor e possui uma estrutura metálica que permite a fixação na parede. 

2021/04/05

Sessão de apresentação Archeevo 6


A Keep Solutions irá realizar um Webinar para o lançamento da mais recente versão do software Archeevo - versão 6 - que terá lugar no dia 15 de abril das 14.30h às 16.30h. 

As novidades a serem apresentadas são: 

– Módulo novo para gestão de ingressos/ incorporações;
– Revisão integral do processo de avaliação e seleção;
– Melhorias no desempenho e funcionalidades do backoffice;
– Melhorias no módulo de autoridades;
– Maior personalização do catálogo;
– Maior facilidade no tratamento de tarefas ao nível do balcão eletrónico;
– Revisão do módulo de administração.

A participação é gratuita, mas implica a inscrição on line

Património Material de Portugal: Centro Histórico de Guimarães



O centro histórico de Guimarães faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 2001.

Guimarães situa-se no Distrito de Braga e é uma das mais importantes cidades históricas do país, associada à fundação da nacionalidade. Aqui foi estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense por D. Henrique e D. Afonso Henriques.

Habitada desde a pré-história, a cidade atual remonta ao século X com a construção de um mosteiro sob as ordens de Mumadona Dias e posteriormente, de um castelo para defesa da povoação. Este foi um polo de atração e de fixação de grupos populacionais.

O mosteiro deu lugar à Real Colegiada e foi alvo de inúmeras doações e privilégios, transformando-se num local de peregrinação. D. Henrique concedeu o primeiro foral, supostamente em 1096, elevando Guimarães a “capital” do Condado Portucalense.

Guimarães constitui um exemplo da evolução e conservação de uma localidade medieval para uma cidade moderna. Nos finais do século XIX ocorrem as maiores transformações urbanísticas, às ordens de D. Maria II.

Existe, assim, um núcleo urbano de formação medieval, mas atualmente, a maior parte das estruturas edificadas são do século XVII. As técnicas utilizadas durante este período para a construção de paredes interiores e exteriores, são a taipa de rodízio e a taipa de fasquio.



Entre os séculos XVI e XVII houve uma diversificação dos materiais de construção e surgem as casas nobres urbanas, adaptando as pré-existentes ao gosto renascentista. A partir do século XVIII as casas tornam-se mais reduzidas, com pátios e escadarias no seu interior. Durante o século XIX implantou-se o gosto pelo revestimento em azulejo, com alvenaria em granito.

Desta forma, a cidade apresenta uma enorme variedade ao nível da arquitetura civil, em que se pode destacar o Paço dos Duques de Bragança, construído no século XV por D. Afonso e reconstruído em 1930.

A Rua de Santa Maria, era uma zona privilegiada da elite, bem como a Praça de Santiago, a Praça da Oliveira e o Padrão do Salado, bem como os Antigos Paços do Concelho. Pode igualmente destacar-se o Largo do Toural, atualmente designado como “centro da cidade”.

O castelo de Guimarães é uma referência incontornável, localizado na freguesia de Oliveira do Castelo. Tem o formato de um escudo facetado e as muralhas reforçadas com quatro torres. A torre de menagem encontra-se no centro da praça de armas, apresenta uma planta quadrangular com poucas aberturas.


A arquitetura religiosa destaca-se bastante no panorama arquitetónico da cidade. É o caso da primitiva Igreja de Nossa Senhora da Oliveira resta pouco tendo dado lugar à Colegiada de Santa Maria de Guimarães. A Capela de São Miguel do Castelo foi construída no século XIII, onde consta que terá sido batizado D. Afonso Henriques. O Convento de Santa Clara alberga agora a Câmara Municipal de Guimarães. O Convento de São Francisco, construído no século XV foi alterado e constitui um belíssimo exemplar do século XVIII, com talha dourada e azulejos.

De acordo com a informação fornecida pelo site da Câmara Municipal de Guimarães, nos últimos 14 anos foram intervencionados cerca de 314 edifícios, através de obras profundas e obras de beneficiação. Os espaços públicos e infraestruturas também foram objeto de reabilitação.

 

MJS