ME/404652/553
Escola
Secundária de Pedro Nunes
Trata-se
de uma fotografia de uma gravura pela qual se pretende explicar a tradução de
uma frase em hieróglifos egípcios. Hieróglifo é um vocábulo grego composto:
hieros = sagrado; gluphein = gravar, donde - escrita sagrada. Os egípcios
começaram por ter uma escrita ideográfica. Pouco faltou para chegarem ao
sistema alfabético. O seu sistema que perdurou até ao advento do Cristianismo
consistia numa mistura complicada de ideogramas, de sílabas e de letras. O
decifrador deste sistema foi Champollion, em 1822. A tradução dos hieróglifos
deste diapositivo é a seguinte: "O honrado na presença do grande deus; o
que comanda o exército, Sepi, que descanse em paz". O diapositivo
apresenta uma legenda na face de trás, que diz "Escrita hieroglífica
egípcia N G 70 Gav. 2 nº 20".
De
uma forma bastante simples, podemos afirmar que a escrita se divide em dois
tipos: a escrita ideográfica, que se baseia em ideogramas que representam
conceitos, e a escrita com grafemas, ou seja, a escrita alfabética em que cada
letra representa um som ou um grupo de sons.
O
nascimento da escrita deveu-se a várias necessidades sentidas pela sociedade:
em primeiro lugar a necessidade de contagem e registo de produtos
comercializados, impostos e funcionários; em segundo lugar, o registo de
genealogias reais e feitos dos governantes para a posteridade, e, por último,
as construções arquitetónicas que necessitavam da criação de sinais numéricos
para realização de cálculos matemáticos.
Pensa-se
atualmente que a primeira utilização da escrita ocorreu com a civilização
Suméria, cerca de 3700 a. C. A partir daqui os especialistas acreditam que a
escrita se desenvolveu de forma independente em quatro áreas civilizacionais: na
Mesopotâmia (cerca de 3700 a. C.), no Egipto (cerca de 3400 a. C.), na China
(cerca de 1500 a. C.) e na América Central (cerca de 1000 a. C.).
O
sistema utilizado na Mesopotâmia advém de um sistema contabilístico que foi
evoluindo para um sistema de escrita cuneiforme. Foi assim designada porque era
feita através de um instrumento em forma de cunha com o qual se faziam os
registos numa tábua de argila. Esta escrita foi adaptada pelo acádico, a língua
falada pelos povos semitas que dominaram a região após o desaparecimento da
civilização suméria.
ME/404652/554
Escola
Secundária de Pedro Nunes
Trata-se
de uma fotografia de duas placas sobrepostas, contendo baixos-relevos,
existentes no Louvre. Narram-nos o ataque a uma fortaleza, assim como os
métodos guerreiros usados pelos assírios no séc. VII a. C. A fortaleza
assediada tem torres cilíndricas e merlões, como os futuros castelos medievais.
Junto à cidade vê-se um carro de assalto, um grupo de sapadores para minar as
muralhas e archeiros protegidos por companheiros que empunhavam escudos
redondos para o efeito. A tática militar assíria foi a mais notável do mundo
oriental, sendo habilíssima em forçar as cidades e em quebrar as defesas. O
diapositivo apresenta na sua face da frente duas legendas manuscritas. A da
esquerda (riscada) diz "34001 bas-relief de Ninive - Louvre attaque d' une
ville avec char d' Assaut 1 4"; a da direita diz "Baixo-relevo de
Ninive. Ataque a uma cidade com carro de assalto (Louvre) Nº G 77 Gav. 2 nº
77". Na face de trás, apresenta uma legenda impressa que diz
"PROJECTIONS MOLTENI COLLECTIONS ET TIRAGES DE POSITIFS POUR PROJECTIONS
G. MASSIOT & Cie, 37-39, RUE DE BELFORT COURBEVOIE SEINE". Material de
apoio às matérias de História.
A
civilização egípcia desenvolveu outro tipo de sistema baseado em hieróglifos,
ou seja, um tipo de escrita ideográfica em que um hieróglifo corresponde a um
objeto ou a uma ideia. A sua evolução fez com que um determinado hieróglifo
correspondesse a um determinado som.
A
civilização chinesa utilizou os logogramas/ sinogramas, que correspondem a um
morfema. O morfema é a unidade mínima dotada de significado que integra uma
palavra, ou seja, o morfema é uma das partes que forma uma palavra.
Na
américa central existem vários tipos de escrita, sendo a mais conhecida a da
civilização Maia. É uma escrita que combina logogramas com um silabário.
A
grande inovação irá suceder com a civilização Grega que desenvolve um alfabeto,
em que cada letra/símbolo correspondia a um som individual, formando uma
palavra com consoantes e vogais. As palavras eram escritas tal como soavam e a
escrita foi difundida por todos os estratos sociais. O aparecimento de novos
suportes, como a cortiça, metais suaves ou o papiro permitiram uma maior
circulação da escrita.
A
partir de então todos os conhecimentos podiam ser fixados e transmitidos
futuramente. A escrita foi evoluindo e o pergaminho tornou-se o material por excelência, só substituído mais tarde pelo papel.
Em
todo este processo é imprescindível referir a imprensa que permitiu a difusão
da escrita a um nível nunca antes visto. Será de notar que a escrita estava
restrita às camadas sociais mais elevadas A alfabetização das camadas populares
foi muito mais lenta.
Assim,
a invenção da escrita alterou os processos mentais da sociedade ao passar de um
discurso oral para um discurso escrito. Permitiu a conservação de registos e o
armazenamento e divulgação de informações por várias gerações.
MJS