2020/04/08

Escola Industrial de Torres Novas - Escola Secundária de Maria Lamas




ESCOLA INDUSTRIAL DE TORRES NOVAS

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ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA LAMAS




A Escola Industrial de Torres Novas foi criada em 18 de junho de 1954 pelo Decreto n.º 39.700, funcionando desde o ano letivo de 1955-1956 em instalações adaptadas para o efeito. Devido à insuficiência das referidas instalações procedeu-se à construção dos novos edifícios, em terrenos cedidos pele Câmara Municipal, para uma população escolar de 1100 alunos, com os cursos do ciclo preparatório, complementar, eletricista, carpinteiro-marceneiro, serralheiro, montador eletricista, comércio e formação feminina.
Início da obra
10-10-1958
Conclusão
10-04-1961
Custo total das instalações
11.582.000$00
Área do terreno
22.880 m²
Superfície de pavimentos
6.410 m²


O terreno posto à disposição da Junta de Freguesia tinha uma área de 21.000 m², situado na encosta voltada a sul, no topo da avenida junto aos jardins existentes nas margens do Rio Almonda.





O projeto da Escola Industrial de Torres Vedras foi elaborado pelos Serviços Técnicos da Junta das Construções para o Ensino Técnico e secundário. O arquiteto responsável foi José Sobral Blanco, da parte da arquitetura foi o engenheiro Victos Caldas e Quadros e o encarregado da parte de medições e orçamentos foi o senhor Artur Veríssimo da Silva Martinho.

Em 1975, a Escola é denominada Secundária de Torres Vedras, catorze anos após, em 1989, a Escola ganha um patrono e passa a chamar-se – Escola Secundária Maria de Lamas:

“Este estabelecimento de ensino foi criado em 18 de junho de 1954, com o nome de Escola Industrial de Torres Novas e em 1975 passou a Escola Secundária de Torres Novas. Em 1989, adquiriu a designação de Escola Secundária de Maria Lamas, torrejana e grande defensora da democracia e dos direitos da mulher, patrono pela qual a escola se batia desde a Revolução do 25 de Abril” (O Almirante, 2004).

Segundo o semanário regional O Almirante (2004), no dia 31 de outubro de 2002, foram inauguradas as novas instalações da Escola Secundária Maria de Lamas, quer do edifício reconstruído, quer do novo edifício (cf. Jornal Tinta Fresca, 2010). Segundo o Gabinete BFJ Arquitectos (2009), os edifícios reabilitados potenciam os espaços existentes, garantido a satisfação das atuais exigências de conforto, segurança e acessibilidade:



A Câmara Municipal de Torres Novas deliberou, em 2013, a constituição de dois mega-agrupamentos no concelho juntando-se ao Agrupamento de Escolas Gil Paes a Escola Secundária Maria Lamas (nova sede do agrupamento) e o Centro Escolar da Serra d'Aire. Desta forma o agrupamento divide-se por:
  • Escola Secundária Maria Lamas (sede do agrupamento);
  • Centro Escolar da Serra d'Aire;
  • Centro Escolar de Assentis e Chancelaria;
  • Escola Básica Manuel Figueiredo (antiga sede de agrupamento);
  • Centro Escolar de Olaia e Paço;
  • Centro Escolar Visconde de S. Gião;
  • Jardim-de-Infância de Tufeiras – S. Pedro.




O Agrupamento integra ainda duas unidades de ensino estruturado para a educação de alunos com perturbações do espectro do autismo, sendo, também, agrupamento de referência para a Intervenção Precoce na Infância, da área de Alcanena e Torres Novas, e escola de referência para o ensino básico de música. É, ainda, responsável por um curso de Educação e Formação de Adultos 2+3 (EFA), que é ministrado no estabelecimento Prisional de Torres Novas. 

P.M.


BIBLIOGRAFIA:

O ALMIRANTE (2004, 11 de novembros). Cinquenta anos da Escola Maria Lamas [em linha]. Santarém: Seminário Regional [Consult. 9 de março de 2020]. Disponível: https://omirante.pt/semanario/2004-11-25/sociedade/2004-11-24-cinquenta-anos-da-escola-maria-lamas

ALMONDA (2013, 22 de fevereiro). Dois “Mega Agrupamentos” de Escolas param Torres Novas [em linha]. Torres Novas: Progresso e Vida – Empresa Tipográfica e Jornalística, Lda. [Consul. 9 de março de 2020]. Disponível:   http://oalmonda.net/?p=9617

O ALMIRANTE (2004, 11 de novembros). Cinquenta anos da Escola Maria Lamas [em linha]. Santarém: Seminário Regional [Consult. 3 de março de 2020]. Disponível: https://omirante.pt/semanario/2004-11-25/sociedade/2004-11-24-cinquenta-anos-da-escola-maria-lamas

ATLAS OF SCHOOL ARCHITECTURE IN PORTUGAL – EDUCATION, HERITAGE AND CHALLENGES (2019). Escola Industrial de Torres Novas [em linha]. Lisboa: ASAP-EHC. [Consult. 29 de março de 2020]. Disponível: http://asap-ehc.tecnico.ulisboa.pt/database/escola.php?id=195

BFJ ARQUITECTOS (2009). Escola Secundária Maria Lamas: modernização, Torres Novas [em linha]. Lisboa: BFJ Arquitectos – Consultoria e Elaboração de Projectos de Arquitectura, Lda. [Consult. 9 de março de 2020]. Disponível: http://bfj.pt/wp/blog/portfolio/escola-secundaria-maria-lamas/

RÁDIO HERTZ (2016, 22 de setembro). Torres Novas: encontro de ex-alunos da Escola Industrial e Comercial de Torres Novas: inscrições abertas [Em linha]. Tomar: Rádio Hertz, 92FM-98FM [Consult. 3 de junho de 2019]. Disponível:

JORNAL TINTA FRESCA (2010, 27 de dezembro). Requalificação da Escola Secundária Maria Lamas pode custar 14 milhões de euros [em linha]. Alcobaça: Jornal Tinta Fresca: jornal de arte, cultura & cidadania, N.º 122 (dez. 2010). [Consult. 9 de março de 2020]. Disponível <http://bfj.pt/wp/blog/portfolio/escola-secundaria-maria-lamas/>.

BFJ ARQUITECTOS (2009). Escola Secundária Maria Lamas: modernização, Torres Novas [em linha]. Lisboa: BFJ Arquitectos – Consultoria e Elaboração de Projectos de Arquitectura, Lda. [Consult. 9 de março de 2020]. Disponível <http://bfj.pt/wp/blog/portfolio/escola-secundaria-maria-lamas/>.




2020/04/07

Nasceu a Rede Independente de Livrarias


Com o propósito procurar uma solução para um setor que se encontra praticamente parado, cerca de cinquenta livreiros de todo o país decidiram unir esforços e criaram uma rede de cooperação que visa permitir ajudar a salvar as livrarias mais pequenas. Esta associação que irá ser lançada nesta próxima quinta-feira – e cujo site já se pode visitar – pretende mitigar os efeitos de uma situação que já vem de trás mas que muito se acentuou nestes tempos de pandemia e de incerteza. O peso dos encargos (rendas, salários, etc.), que bate agora constantemente à porta de tantos setores e indústrias afetou todo o setor livreiro (grande distribuição), mas em especial as pequenas livrarias independentes, muitas delas com parcos recursos financeiros para fazer frente a uma queda de vendas, tão inesperada quanto abrupta.

Através deste projeto e desta união de esforços, o objetivo passa por delinear estratégias e ações comuns que permitam fazer face a esta situação inédita e lançar as bases de uma rede de livrarias especializadas e de proximidade. A elas também se deve um papel ativo e interventor na difusão de novos autores, do livro e da leitura.

O site da RELI (https://www.reli.pt/) possui uma listagem das livrarias que integram a rede (moradas e contactos) e proporciona, para já, duas iniciativas inéditas para ajudar o comércio dos livros: a “Livraria às Cegas” e a campanha “Fique em Casa mas Não Fique Sem Livros”. Urge, pois – na medida das possibilidades de cada um – procurar ajudar a salvar os livros, amigos fiéis dos longos dias de espera que nos estão reservados, refúgio e evasão para os nossos medos e angústias.

JMG

2020/04/05

Oliveira Martins: Patrono da Escola Comercial OIiveira Martins



A Escola Elementar e Comercial Portuense, criada em 1895, vê alterada a sua designação em 1915 para Escola Comercial Oliveira Martins. Vinte anos após, esta escola comercial adota, o historiador e político, Joaquim Pedro de Oliveira Martins como patrono.

Oliveira Martins era filho de Francisco Cândido Gonçalves Martins, oficial da Junta do Credito Publico, e de sua mulher, D. Maria Henriqueta Morais de Oliveira; neto paterno do desembargador Joaquim Pedro Gomes de Oliveira, que foi por duas vezes ministro do rei D. João VI, e membro do governo supremo do Reino em 1820 até à constituição das cortes, em 26 de janeiro de 1821.

Cursou as aulas do Liceu Nacional de Lisboa, chegando a fazer alguns exames. Seus pais desejavam que seguisse a carreira militar estudando engenharia, mas por infelicidade ficou órfão aos doze anos de idade, porque seu pai faleceu em 1857, vítima da febre-amarela, que nesse ano assaltou a capital, deixando viúva e seis filhos em más circunstâncias. Faltando-lhe recursos, teve de interromper os estudos, dedicando-se à vida comercial para angariar meios de subsistência, exercendo desde então no comércio ou na indústria diversos empregos.

Através duma vida difícil, mas guiado pelo amor de sua mãe, foi completando a sua educação literária, até que em 1870 se empregou nas minas de Santa Eufémia, de Córdova, e partindo nesse ano para Espanha, ali se conservou até 1874, ano em que veio para o Porto, onde fixou residência, conseguindo o lugar de diretor da exploração do caminho de ferro do Porto à Povoa do Varzim e Vila Nova de Famalicão. Em 1878 apresentou-se no concurso aberto pela Academia Real das Ciências de Lisboa, com a memória relativa à Circulação fiduciária, que lhe valeu o prémio da medalha de ouro da mesma academia, e o título de sócio correspondente.

Em 1880 foi eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto, de que se demitiu dois anos depois, em 1882, sendo-lhe então conferido o título de presidente honorário. Nesse mesmo ano a Real Academia, de Espanha lhe conferiu o diploma de sócio correspondente. Oliveira Martins também era sócio do Instituto de Coimbra, e de diversas sociedades científicas nacionais e estrangeiras.

Em 1881 fez parte da comissão distrital do Porto, no inquérito industrial, e redigiu o relatório da mesma comissão. Este relatório foi impresso em separado no Porto; e depois incorporado na edição oficial de Lisboa.

Em 1884 foi nomeado membro da direção do Museu Industrial e Comercial do Porto, e vogal da comissão encarregada de propor ao governo algumas providências tendentes a melhorar a situação das classes operarias, com respeito ao trabalho; aos salários, ás crises industriais, e a outros assuntos de interesse publico. As suas ideias avançadas o afastaram algum tempo dos partidos monárquicos, mas depois, mudando de orientação, passou ás fileiras da monarquia, fundando em 1885 o jornal A Província.


“No ideário político de Oliveira Martins, a evolução de um federalismo republicano e descentralizador (de inspiração proudhoniana) para uma apologia a um socialismo de Estado e do reforço do poder central (base do projeto político cesarista) pode ser atribuída ‘à sua vivência na Andaluzia durante a I República Espanhola e ao modo crítico como considerou esta experiência política’. Oliveira Martins, ao perceber que o sistema federativo e de caráter liberal da Primeira República Espanhola serviu para aumentar e perpetuar o poder dos grandes proprietários de terra e de capitais às custas da exploração das camadas sociais menos abastadas (como observou no caso dos trabalhadores das minas), compreendeu que o fundamental seria a modernização do país no sentido de um Estado Social.” (Botton, 2016, p. 26)


Em 1883 foi deputado pela primeira vez, eleito por Viana do Castelo, e em 1887 o elegeu o círculo do Porto, sendo reeleito ainda em outras legislaturas. No ano de 1887 apresentou ao parlamento o seu projeto de lei sobre fomento rural. Dirigiu a Régie antes do atual monopólio do tabaco. Em 1888, a Associação dos Tipógrafos do Porto ofereceu-lhe uma estatueta simbolizando o trabalho, em tributo de reconhecimento pela proteção dispensada à classe.

Colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, corno: O Arquivo Pitoresco, Ocidente, Dois Mundos, publicado em Paris; Revista Ocidental, Revista Científica, Revista de Portugal, Revista de Educação e Ensino; além dos jornais políticos: A Província, O Tempo, Jornal do Comércio, O Repórter, Protesto, e em outros jornais socialistas; no Cruzeiro, do Rio de Janeiro, e outros jornais do Brasil, para onde escrevia correspondências.


“Em Oliveira Martins, o caráter dramático da história esteia a educação crítica dos indivíduos a partir da realidade, o que bem se exemplifica na carga pedagógica que atribuiu à crise financeira de 1890-91, lida na última Advertência ao Portugal Contemporâneo. Para ele, coroava-se então um momento de reflexão, experimentado em duas outras crises da nação: a do último terço do século XVII (a época de lutas que findam na Restauração de 1640) e a da primeira metade do século XIX (os anos de conflito que vão de 1820 ao governo da Regeneração em 1851)” (Bastos, 2007, p. 7).

No ano de 1903, uma comissão de amigos dedicados de Oliveira Martins mandou erigir no cemitério dos Prazeres um jazigo monumento à sua memória, para onde foram trasladados no dia 21 de novembro desse ano os seus restos mortais, que se conservavam depositados no jazigo de sua família. Conjuntamente foram recolhidos no novo jazigo os restos mortais de sua mãe, D., Maria Henriqueta Morais de Oliveira, sendo os ofícios fúnebres celebrados na capela do cemitério.


 P.M. 



BIBLIOGRAFIA:


BASTOS, Ana Luiza Marques (2007). “O realismo histórico de Oliveira Martins” [em linha]. Revista Intellectus, Ano 6, Vol. 2 (2007). [Consult. 6 de março de 2020]. Disponível:
BOTTON, Rafael Reigada (2016). Decadência de Portugal e o Cesarismo: um estudo sobre a historiografia de J. P. de Oliveira Martins [em linha]. Rio Grande do Sul: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. [Consult. 6 de março de 2020]. Disponível: http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/6649/2/DIS_RAFAEL_REIGADA_BOTTON_COMPLETO.pdf


MATOS, Sérgio Campos (2019). Oliveira Martins [em linha]. Lisboa: Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, Portugal. [Consult. 6 de março 2020]. Disponível: http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xix/oliveira-martins.html#.XNKKSE1Ybcs


SERRÃO, Joel (s.d.]. Joaquim Pedro de Oliveira Martins [em linha].  Lisboa: Iniciativas Editoriais. [Consult. 8 de maio de 2019]. Disponível: