2020/10/01

Alguns dos melhores museus... em Setúbal


“Setúbal contrasta entre a terra e o mar, a urbe e o natural, a tradição e a modernidade. No concelho e na capital do distrito, concentram-se importantes polos industriais e de serviços. Aqui, faz todo o sentido a imagem de marca: “Setúbal, é um mundo”.

O museu está instalado na antiga fábrica integrada numa área ligada à indústria conserveira e aos seus trabalhadores. A sua origem deve-se à recolha etnográfica feita por alunos do Serviço Cívico Estudantil, em 1975, sob a supervisão de Michel Giacometti (1929 – 1990), importante etnólogo português. Aqui reúne-se espólio relacionado com a indústria e os ofícios urbanos ao nível do comércio, serviços e fábricas de conserva do concelho de Setúbal. Tem ainda uma coleção de alfaias agrícolas e objetos relacionados com ofícios tradicionais.

Localizado no Convento de Jesus de Setúbal, este museu abriu ao público em 1961. A sua coleção integra pintura, arqueologia, numismática, arte sacra, ourivesaria e azulejaria, entre outros.



Nesta casa nasceu Manuel Maria Barbosa du Bocage (1768-1805), um dos grandes poetas portugueses. É um edifício de dois andares onde se encontra uma exposição permanente dedicada à vida e obra do poeta. Aqui pode-se encontrar a recriação de um quarto semelhante aquele onde Bocage viveu no fim da vida. Possui ainda um centro de documentação Bocagiano e o Arquivo Fotográfico de Américo Ribeiro.

Este museu está instalado Casa do Corpo Santo, um palácio do século XVII/XVIII, sede da Confraria dos navegantes. O seu interior está decorado com painéis de azulejo da época barroca, representando o quotidiano da aristocracia. Os tetos estão pintados e datam do século XVII, a par da capela de talha dourada. Possui uma coleção de instrumentos de ciência náutica, pertencentes à coleção de Ireneu Cruz.

O Museu integra a coleção particular de Luís Cangueiro, com mais de 600 peças, desde finais do século XVIII até à primeira metade do século XX. São peças movimentadas exclusivamente por sistemas mecânicos que incluem caixas de música ou grafonolas. Pode igualmente fazer uma visita virtual a este espaço.

Inaugurado em 2014, o Museu encontra-se instalado na antiga Fábrica de Moagem José Mateus Vilhena que deixou de funcionar em 1982. Toda a maquinaria de moagem foi recuperada dando origem ao museu que conservou a memória industrial e todo o percurso de fabrico, desde o cereal até à comercialização do pão.

MJS

2020/09/29

Alguns dos melhores museus ... em Santarém


“A população de Moron, culturalmente identificada com as civilizações mediterrâneas, foi subjugada pelos colonizadores romanos quando estes tomaram o castro, ficando este acontecimento inscrito para sempre na história local. Desconhecendo o significado da(s) palavra(s) indígena(s) Sqlab, os escritores romanos interpretaram-na como um topónimo e latinizaram-na sob a forma deScallabis. Por este nome a cidade viria a ser conhecida durante todo o Mundo Antigo, quer nas fontes escritas, quer epigráficas. (…)
A tomada de Santarém por Sunerico, em 460, dita o fim da dominação romana, abrindo caminho para a inclusão da cidade no reino visigodo, com capital em Toulouse. (…)
Os quatro séculos de ocupação islâmica (sécs. VIII-XII) fizeram renascer o papel estratégico-militar e económico do lugar. Desta nova realidade beneficiaram os monarcas portugueses, desde a conquista definitiva por Afonso Henriques, em 15 de Março de 1147. (…)
Durante o século XIX Santarém veste-se de roupagens românticas. Em 1868 a vila adquire o estatuto de cidade e esta nova categoria implicou a modernização do seu território, traduzida a nível das infraestruturas básicas e dos equipamentos lúdico-culturais.”

Carlos Augusto de Mascarenhas Relvas de Campos (1838 – 1894) foi um importante fotógrafo, desportista e lavrador português, nascido na Golegã. Este artista deixou um enorme património de imagens e também a sua Casa-Estúdio de Fotografia, inaugurada em 1876. O edifício é um projeto arrojado e pioneiro, conjugando a arquitetura do ferro e vidro com a pedra e estuque, da autoria do arquiteto Henrique Carlos Afonso. Aqui podemos observar um espaço de maquilhagem, mobiliário e acessórios fotográficos, bem como telas pintadas e cortinas reguladoras de luz.

Alfredo Roque Gameiro (1864-1935) foi um importante pintor português que se destacou sobretudo na produção de aguarelas. Este museu insere-se no Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro (CAORG) e está aberto ao público desde 2009, na Casa dos Açores desenhada pelo próprio artista, provavelmente em parceria com Raul Lino. A coleção inclui obras de Roque Gameiro e das suas filhas, bem como de outros pintores contemporâneos.

Localiza-se na casa adquirida em 1841 por Passos Manuel e Gervásia de Sousa Falcão e que foi imortalizada por Almeida Garrett nas “Viagens na Minha Terra”. Segundo algumas fontes históricas, aqui se localizava o Paço de D. Afonso Henriques. Disponibiliza uma coleção composta por artes decorativas, incluindo pintura, mobiliário, porcelanas entre outros.

Este museu é um verdadeiro repositório da história de Torres Novas e das regiões circundantes desde a pré-história, constituindo o núcleo arqueológico. Destaca-se igualmente o núcleo de arte sacra. Aqui estão, igualmente, expostas 30 obras de Carlos Reis (1863-1940). Pintor conhecido por representar a paisagem rural e cenas da vida quotidiana, tem algumas obras com retratos da realeza.

Este museu integra-se no complexo arquitetónico da Sé de Santarém, na ala norte do antigo Colégio dos Jesuítas e faz parte da Rota das Catedrais. Aqui pode admirar obras de arte religiosa, pinturas e esculturas do século XIII ao século XIX.

O museu foi fundado em 1955 e engloba exposições permanentes, temporárias e a Casa-Museu de Aljustrel. Em permanência estão as peças mais importantes do Santuário, como a coroa de Nossa Senhora, ofertas de peregrinos e de altos dignitários da Igreja Católica. A Casa Museu de Aljustrel pertenceu à madrinha de Lúcia e foi musealizada para se tornar representativa do modo de vida da população local, dos seus trajes, móveis e profissões.

MJS

2020/09/28

O Estilo APA (American Psychological Association)

(Imagem onde estão representados dois perfis humanos virados um para o outro. O fundo é constituído por estantes com livros. Retirada da internet)

A APA (American Psychological Association) é uma organização científica e profissional que, desde 1892, representa a psicologia nos Estados Unidos da América. A APA assume como missão contribuir para o avanço do desenvolvimento, comunicação e aplicação do conhecimento com vista a beneficiar a sociedade, melhorando vidas. Publica-se a fim de se manter o ciclo da ciência: novas pesquisas, relatos, publicações, que, por sua vez, são lidas, criticadas e, posteriormente, anexadas à massa global de conhecimento – tal praxis reproduz grandes quantidades documentais que crescem exponencialmente, ano após ano.

É imprescindível que os investigadores, neste contexto epistemológico, utilizem padrões unanimemente reconhecidos para facilitar a comunicação científica, nomeadamente, a sua recuperação e disseminação. A correta e uniforme descrição é fundamental na organização e recuperação da informação, possibilitando o acesso a itens específicos: a normalização das publicações ganhou força neste contexto e, na atualidade, é critério essencial para a publicação terem aceitabilidade credível/cientifica.

Atendendo à arbitrariedade que existia, atualmente, de elaborar o capítulo das referências bibliográficas[1] devido à proliferação de normas institucionais e regionais, a APA implementou normas internacionais de referências bibliográficas com o objetivo de facilitar a compreensão das investigações cientificas a nível internacional:

 

“By reading, analyzing, and including scholarly sources in your assignments, you are contributing to and participating in scholarly communication! You grow in your understanding of a field of study by learning from its subject experts.” (Adams e Feisst, 2020:3).


Esta metodologia facilita a rápida intercomunicabilidade entre áreas de estudos de deferentes interesses. As citações, em si mesmo, permitem identificar a publicação onde foram extraídas ideias e enxertos e, acima de tudo, indicar a localização exata da fonte de informação.[2]

(Imagem de uma lâmpada retirada da internet)

Uma lista das referências bibliográficas fornece a informação completa sobre a publicação da fonte. Essa lista é apresentada pela ordem alfabética do último nome dos autores (ou do título das obras sem autores). Há uma ligação direta entre as citações e a lista de referências. As referências bibliográficas são uma listagem de todos os documentos que consultou para a realização do seu trabalho – esta meta informação é, por si só, um documento de interesse cientifico.

As citações em texto e a lista de referências bibliográficas devem ser elaboradas de forma metodológica, sendo que as opções usadas na estrutura de meta dados, ao longo de todo o documento, deve criar uniformidade e clareza na consistência textual:

 

“This is key for showing professionalism and evidence in your paper. You will mainly use scholarly and professional sources as evidence to support your research and give credit to their findings. Citations allow others (and you!) to find the sources used in your paper to learn more about them.” (Adams e Feisst, 2020:3).

As citações permitem, como verificamos, a creditação/fidelidade entre grupos de profissionais, apoiando pesquisas e dando crédito cientifico às ciências sociais. As referências bibliográficas reescrevem detalhes formais da publicação[3] de forma a permitir identificações inequívocas de documentos. Cada referência inclui, per si, informação epistemologia da identificação (i.e., dados bibliográficos selecionados) e, consequente, localização espaciotemporal do documento usado na investigação.

A citação é, grosso modo, a meta forma de referenciar no nosso texto conteúdos usados por outros autores, por tal, deve conter informação pertinente para uma correspondência inequívoca entre a citação / referências bibliográficas /autor citado. Segundo o estilo bibliográfico APA, a citação em texto segue as seguintes regras:

- O sistema de citação usado é autor-data, sendo que os elementos devem ter a seguinte ordem: o apelido do autor, ano de publicação do documento e tratando-se de uma citação direta os números das páginas citadas. A informação é colocada entre parênteses curvos.

- No caso da introdução de citação simultâneas, cada citação é separada por ponto e vírgula e são ordenadas alfabeticamente, sendo que são incluídas todas as citações num único parêntesis curvo.

O reescrever de ideias de autores é, efetivamente, o tipo de citação mais comummente usada pelos investigadores. Por questões éticas, alertamos para o fato de que a transmissão do conhecimento dos autores consultados deve ser sempre descrita numa citação intratextual. Porquê?

As citações e as referências bibliográficas têm como principal vantagem evitar plágios; distinguir conteúdos investigacionais; patentear ideais; facilitar tramites de identificação e localização de informação e identificar best sellers. Desta forma, serão respeitados os princípios éticos de utilização e disseminação de informação – o uso de normativas muito tem contribuído para este procedimento de compartilha internacional.

 

BIBLIOGRAFIA:

 

ADAMS, Sarah ; FEISST, Debbie (2020). APA Style Citation Tutorial [em linha].

Norquest Vollege Library and Alissa Droog University of Alberta Library Edmonton [Consult. 9 de setembro de 2020]. Disponível:https://pressbooks.com

HOPPEN, Natascha Helena Franz (et al.) (2018). Referências de atos normativos brasileiros na comunicação científica internacional: estilos Vancouver e APA . Bibliographic references of Brazilian legal acts in international scholarly communication: Vancouver and APA styles [em linha]: PRISMA.COM (36) 2018, p. 41-58 [Consult. 9 de setembro de 2020]. Disponível: http://ojs.letras.up.pt/index.php/prismacom/article/view/3925

 

LOPES, Carlos (2003). Guia prático: normativa APA/2001 – 1 [em linha]. Lisboa: Instituto de Ciências Psicológicas [Consult. 9 de setembro de 2020]. Disponível: http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/308/1/Manual%20antigo%20_revisto%20em%202010_%20para%20os%20alunos%20Psicologia%20Copgnitiva%202010_2011.pdf

 

PARDA, Marília ; GARRIDO, Margarida Vaz (2013). Conhecer as regras do jogo: uma introdução às normas para escrita científica da American Psychological Association [Consult. 9 de setembro de 2020]. Disponível: http://www.scielo.mec.pt/pdf/psi/v27n2/v27n2a05.pdf

 

VILAS-BOAS, João Paulo (2006). Normas e orientações para a redacção e apresentação de dissertações e relatórios [em linha]. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Desporto Conselho Científico [Consult. 9 de setembro de 2020]. Disponível: https://biblioteca.fade.up.pt/wp-content/uploads/sites/161/2019/05/normas_fadeupEDITADO-3.pdf




[1] As referências bibliográficas são constituídas pelos elementos que identificam uma publicação ou parte dela – livros, artigos, documentos eletrónicos e audiovisuais. As citações são formas de referência abreviada que permitem identificar a publicação de onde retirámos ideias, excertos, etc. e a sua localização exata nesse documento original. Como sabemos, uma das questões complementares das citações é, efetivamente, a forma como ordenar as referências e como estabelecer a correspondência entre o texto e a bibliografia listada. Para este objetivo existem dois estilos - Vancouver (numérico) e Harvard. (nome, data). um pode revelar-se mais útil que o outro, mas são as instituições académicas quem define quais os estilos a adotar.

 

[2] Existem inúmeros estilos de citação e de apresentação de referências bibliográficas. Não existe uma norma única para a apresentação das referências bibliográficas. As normas bibliográficas baseiam-se na normalização internacional – ISO 690:2010 e definem as regras para a normalização das citações e referências bibliográficas de todos os tipos de documentos. A seleção da norma ou estilo a utilizar pode diferir, de acordo com: (a) a área científica (humanidades, engenharias, ciências da saúde, etc.); (b) o tipo de uso (âmbito académico, científico, bibliotecas, etc.) e, ainda, através de critérios internos existentes/definidos em cada instituição/editor científico. Em Portugal existe a NP 405 do IPQ – Instituto Português da Qualidade. No entanto, no meio académico e científico nacional, esta não é a mais utilizada pois o estilo adotado é diferente do que é exigido pelas principais revistas científicas internacionais.

 

[3]I.e., semântica organizada de meta dados segundo padrões normativos.