2012/07/05

Pedagogia em ação




A expressão παιδαγωγός (paidagogós) dá origem a pedagogo. O παιδαγωγός não era, entre os gregos, um pedagogo ou um académico especializado; era um escravo responsável por conduzir crianças. Etimologicamente, a formação da palavra pedagogo processa-se por aglutinação. παιδαγωγός é uma expressão que surge da aglutinação de παιδός (genitivo de πας, criança), e άγω (conduzir). Assim, o παιδαγωγός é aquele que conduz a criança.


Atualmente, a noção de pedagogo desenha-se com outros traços epistemológicos e sociais. Segundo pensamos, a evolução da consciência coletiva produz um conjunto de saberes holísticos que, a seu modo, induz uma certa hibridez no perfil do pedagogo – a memória da humanidade já não está confinada nas bibliotecas, mas sim em contínua reconstrução. Neste cenário imprevisível, a tarefa do pedagogo deverá reconstruir ações transdisciplinares:

 

“A tecnologia não permite que se sustente mais o mestre-transmissor de conteúdos - isso pode ser feito, a partir de agora, por softwares interativos mais completos, abrangentes e dinâmicos. Mas cabe ao novo professor atuar de uma forma muito mais importante, como uma espécie de arquiteto cognitivo […]” (Ramal, 2002)

 

A noção de pedagogo como arquiteto cognitivo requer um dinamismo atento ao mundo do conhecimento. O pedagogo enquanto projetor, executor e supervisor de obras intelectuais reconstrói comunidades de aprendizagem capazes de comunicar aprender, coletivamente.

 

Segundo Eduardo Franco (Franco, 1999), a história da pedagogia em Portugal, não pode ser feita sem um profundo conhecimento, ao longo dos tempos, do ideário pedagógico que se impôs na formação da mentalidade portuguesa. Sendo que a ação realizada por estadistas e educadores, médicos e professores, arquitetos e pedagogos, entre tantos outros, contribui para formatar um modelo que deve assegurar a consolidação da identidade nacional e a preparação para a nova sociedade industrial em espaços que preservem a saúde das crianças e lhes permitam progredir de forma sistemática nas aprendizagens escolares (cfr. Nóvoa, s.d.).


Escusado será dizer que a comunidade científico-educacional alimenta-se dos professores e legitima-se através de uma reflexão sobre eles. Deste modo, não espanta que também os pedagogos sejam excessivos nas referências aos professores, pois esta é a melhor maneira de valorizarem o seu próprio trabalho.

 

Atendendo ao exposto, descrevemos no quadro seguinte um conjunto significativo de pedagogos portugueses que, a seu modo, influenciaram o ato de aprender e ensinar em Portugal e que, como verificamos, estão disponíveis na biblioteca da Direção de Serviços de Documentação e Arquivo da Secretaria-Geral do Ministério da Educação e Ciência.














Bibliografia:


 

FRANCO, José Eduardo (1999). Brotar Educação – História da Brotéria e da Evolução do seu Pensamento Pedagógico (1902-1996). Lisboa: Roma Editora.

 

NÓVOA, António (s.d). Educação 2021: para uma história do futuro [on-line].

<http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/670/1/21232_1681-5653_181-199.pdf> [Consulta: 15 junho 2012]

 

PEÇA, Américo (2006). Sérgio Niza: a Construção de uma democracia na acção educativa [on-line]: Educação, Temas e Problemas; N.º 1, Ano 1 (2006)

<http://www.ciep.uevora.pt/revista/revista1/entrevista_sergio_niza.pdf > [Consulta: 15 junho 2012]


RAMAL, Andrea Cecília. (2002).  “Pedagogo: a profissão do momento”. [on-line]. Gazeta Mercantil; 6 de março de 2002.

http://www.idprojetoseducacionais.com.br/artigos/PEDAGOGO.pdf > [Consulta: 15 junho 2012]

 

 

PM