A expressão παιδαγωγός (paidagogós) dá origem a pedagogo. O παιδαγωγός não era, entre os gregos, um pedagogo ou um académico especializado; era um escravo responsável por conduzir crianças. Etimologicamente, a formação da palavra pedagogo processa-se por aglutinação. παιδαγωγός é uma expressão que surge da aglutinação de παιδός (genitivo de παῖς, criança), e άγω (conduzir). Assim, o παιδαγωγός é aquele que conduz a criança.
Atualmente,
a noção de pedagogo desenha-se com outros traços epistemológicos e sociais.
Segundo pensamos, a evolução da consciência coletiva produz um conjunto de
saberes holísticos que, a seu modo, induz uma certa hibridez no perfil do
pedagogo – a memória da humanidade já não está confinada nas bibliotecas, mas
sim em contínua reconstrução. Neste cenário imprevisível, a tarefa do pedagogo deverá
reconstruir ações transdisciplinares:
“A tecnologia não permite que
se sustente mais o mestre-transmissor de conteúdos - isso pode ser feito, a
partir de agora, por softwares interativos mais completos, abrangentes e
dinâmicos. Mas cabe ao novo professor atuar de uma forma muito mais importante,
como uma espécie de arquiteto cognitivo […]” (Ramal, 2002)
A
noção de pedagogo como arquiteto
cognitivo requer um dinamismo atento ao mundo do conhecimento. O pedagogo
enquanto projetor, executor e supervisor de obras intelectuais reconstrói comunidades de
aprendizagem capazes de comunicar aprender, coletivamente.
Segundo Eduardo Franco (Franco, 1999), a história da pedagogia em Portugal, não pode ser feita sem um profundo conhecimento, ao longo dos tempos, do ideário pedagógico que se impôs na formação da mentalidade portuguesa. Sendo que a ação realizada por estadistas e educadores, médicos e professores, arquitetos e pedagogos, entre tantos outros, contribui para formatar um modelo que deve assegurar a consolidação da identidade nacional e a preparação para a nova sociedade industrial em espaços que preservem a saúde das crianças e lhes permitam progredir de forma sistemática nas aprendizagens escolares (cfr. Nóvoa, s.d.).
Escusado será dizer que a
comunidade científico-educacional alimenta-se dos professores e legitima-se através de uma
reflexão sobre eles. Deste modo, não espanta que também os pedagogos sejam
excessivos nas referências aos professores, pois esta é a melhor maneira de
valorizarem o seu próprio trabalho.
Atendendo ao exposto, descrevemos no quadro seguinte um conjunto
significativo de pedagogos portugueses que, a seu modo, influenciaram o ato de
aprender e ensinar em Portugal e que, como verificamos, estão disponíveis na
biblioteca da Direção de Serviços de Documentação e Arquivo da Secretaria-Geral
do Ministério da Educação e Ciência.
Bibliografia:
FRANCO, José
Eduardo (1999). Brotar Educação – História da Brotéria e da Evolução
do seu Pensamento Pedagógico (1902-1996). Lisboa: Roma Editora.
NÓVOA, António (s.d). Educação 2021: para uma história do futuro [on-line].
<http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/670/1/21232_1681-5653_181-199.pdf>
[Consulta: 15 junho 2012]
PEÇA,
Américo (2006). Sérgio Niza: a Construção de uma democracia na acção educativa
[on-line]: Educação, Temas e Problemas; N.º 1, Ano 1 (2006)
<http://www.ciep.uevora.pt/revista/revista1/entrevista_sergio_niza.pdf
> [Consulta: 15 junho 2012]
RAMAL, Andrea Cecília. (2002). “Pedagogo: a profissão do momento”. [on-line].
Gazeta Mercantil; 6 de março de 2002.
http://www.idprojetoseducacionais.com.br/artigos/PEDAGOGO.pdf
> [Consulta: 15 junho 2012]
PM
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