Biblioteca -Novas tecnologias
Com o advento das tecnologias da informação, o ambiente da
biblioteca passou por mudanças significativas, colocando em questão a ideia de
espaço físico, que de real, cada vez mais assume uma dimensão virtual.
Atualmente é neste ambiente virtual que a informação é tratada, armazenada e
disponibilizada para ser recuperada com a rapidez e mobilidade que só se fez
possível a partir do acesso virtual (cfr. Araújo, 2001).
O avanço tecnológico provocou nas bibliotecas uma nova dimensão
física, fazendo alusão à forma virtual. A biblioteca digital, desta forma, assume
vários desafios no que diz respeito à formação de utilizadores, à qualificação
de profissionais especializados no armazenamento e à disseminação de informação.
O gestor de informação, vulgarmente designado bibliotecário, teve de se adaptar
a novas formas de trabalho. Desta forma, todo o trabalho biblioteconómico foi
afetado pelos avanços tecnológicos, o que se percebe nas diversas áreas do
tratamento e acesso à informação. O que caracteriza uma biblioteca, segundo Carvalho
e Malheiro (2009), são os produtos e serviços em rede e, acima de tudo, a nova
forma de aceder e sistematizar a (meta)informação.
A biblioteca
como um organismo vivo tem a missão de contribuir ativamente na
transformação da sociedade atual, devendo ser capaz de se adaptar às mudanças
que se apresentam, e preparar o seu utilizador, promovendo entre outras coisas
a sua inclusão tecnológica e digital. Assim sendo, é o papel da biblioteca
possibilitar aos seus utilizadores a participação ativa na sociedade da atual:
“We define an information ecology to be a system
of people, practices, values, and technologies in a particular local
environment. In information ecologies, the spotlight is not on technology, but
on human activities that are served by technology.
A library is an information ecology. It is a
place with books, magazines, tapes, films, and librarians who can help you find
and use them. A library may have computers, as well as story time for
two-year-olds and after-school study halls for teens. In a library, access to
information for all clients of the library is a core value. This value shapes
the policies around which the library is organized, including those relating to
technology. A library is a place where people and technology come together in
congenial relations, guided by the values of the library. “ (Nardi e O'Day, 1999)
Como verificamos, Bonnie Nardi e Vicki O'Day Nardi, (Nardi e O'Day, 1999),
apresentam uma perspetiva de informação muito vanguardista, ou seja, a
informação assenta, por assim dizer, num sistema de pessoas, práticas, valores
e tecnologias em ambientes vários - uma biblioteca é uma ecologia da informação
- um lugar com livros, revistas, filmes e, acima de tudo, com bibliotecários
que ajudam o cliente a procurar a informação assertiva.
Nas bibliotecas o acesso à informação para todos os clientes é um valor
ético essencial. Este valor, a seu modo, molda as políticas em torno da qual a
biblioteca é organizada, incluindo as tecnologias - uma biblioteca é um lugar
onde os clientes e a tecnologia se unem em (co)relações agradáveis.
A rapidez na pesquisa
e recuperação da informação foram fatores determinados pelo desenvolvimento
tecnológico e a partir daí o utilizador tem nas suas mãos a informação que
procura numa velocidade inimaginável e muitas vezes sem precisar se locomover.
No entender de Lopes e Silva (2007), a pesquisa e
recuperação da informação foram beneficiadas pelas novas tecnologias, mas isto
não se manifesta apenas nas bibliotecas, pois, ao serem incorporadas pelos
serviços técnicos possibilitam o acesso e disseminação de várias obras de
referência, bibliografias, resumos, índices, textos completos e blogs, entre outros, tornando-se numa mais-valia
para utilizadores e técnico de informação.
Assim sendo,
uma das características principais das bibliotecas digital é o acesso instantâneo
à informação, interligando informação/cliente, de maneira a facilitar o reencontro
entre as necessidades dos leitores e os acervos documentais (Nascimento, et
al., 2005).
Segundo Nascimento “A avaliação de uma
unidade de informação pode ser fundamentada em opiniões, cuja utilidade reside
na importância em se saber como os usuários se sentem em relação ao serviço; no
entanto, essa avaliação será mais útil se possuir um caráter diagnóstico, que
possibilite descobrir como o serviço poderia atender melhor o público a que se
destina. Qualquer procedimento avaliativo com essa característica adota
melhores critérios e procedimentos objetivos, cujos resultados devem ser
quantificados.” (Nascimento, et al. 2005)
Como
verificamos, os clientes que opinam acerca de uma dada unidade de informação
são, por assim dizer, uma espécie de diagnóstico e avaliação das redes de
informação ou mesmo das bibliotecas digitais que, neste instante, pululam no
espaço web. As mudanças ocorridas nas unidades de informação, em decorrência
dos avanços tecnológicos nas últimas décadas, têm levado a consideráveis
transformações das bibliotecas, nomeadamente, nos serviços biblioteconómicos, provocando
consequentemente mudanças no perfil dos utilizadores que passam a incorporar
novas formas de se relacionarem com o mundo.
A
biblioteca digital permite o acesso às informações de forma instantânea,
interligando informação/cliente de maneira a facilitar acessos remotos. Esta nova
forma de organizar, disponibilizar e recuperar a informação tem vindo a contribuir
para uma maior mobilidade cognitiva do utilizador e, acima de tudo, promover o
desenvolvimento de estratégias de pesquisa em rede – a informação, desta forma,
vai mais facilmente ao encontro das espectativas dos utilizadores. Como afirma Somoza
Fernández e Abadal 2007), são inúmeras são as vantagens que trouxeram os
avanços tecnológicos, levando o utilizador real a adquirir uma postura virtual.
BIBLIOGRAFIA:
ARAUJO, Aníbal
Perea (2011). “Catálogo da biblioteca: o objeto orientado ao usuário”. [on-line]. Perspectiva em ciência da informação; Vol. 16, nº 2 (2011),
p. 17-28
CARVALHO, Luciana
Moreira; SILVA, Armando Malheiro da (2009). “Impacto das tecnologias digitais
nas bibliotecas universitárias: reflexões sobre o tema” [on-line]. Informação
& Sociedade: estudos; Vol. 19, nº 3 (set./dez. 2009), p. 125-132
< URL : http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/3898/3132> [Consult. 20 dez. 2013].
LOPES, Marili
Isensee; SILVA, Edna Lúcia da (2007). “A Internet e a busca da informação em
comunidades científicas: um estudo focado nos pesquisadores da UFSC.” [on-line].
Perspectiva em ciência da informação; Vol. 12, n.º 3 (2007) p. 21-40.
< URL:
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-99362007000300003> [Consult. 20 dez. 2013].
NASCIMENTO,
Raimundo Benedito de; TROMPIERI FILHO, Nicolinoi; BARROS, Francisca Giovania
Freire (2005). “Avaliação da qualidade dos serviços prestados nas unidades de
informação universitárias” [on-line]. Transinformação; Vol. 17, n.º 3 (2005),
p. 235-251.
NARDI, Bonnie A.; O'Day, Vicki L. (1999). “Information ecologies using
technology whit heart” [on-line]. First
Monday: peer-reviewed journal on the
Internet; Vol. 4, nº 5, (may 1999)
<
http://firstmonday.org/ojs/index.php/fm/article/view/672/582> [Consult. 20
dez. 2013].
SOMOZA FERNÁNDEZ,
Marta; ABADAL, Ernest (2007). “La formación de usuarios em las bibliotecas
universitarias españolas” [on-line]. El
Profesional de La Información; Vol. 16, n.º .4 (2007), p. 287-293
S.F.