Sebastião
Artur Cardoso da Gama nasceu em Vila Nogueira de Azeitão a 10 de abril de 1924,
filho de Sebastião Leal da Gama e de Ana Cardoso da Gama. Realizou a instrução
primária na sua terra natal e em 1934 matriculou-se no Liceu Nacional de
Setúbal que frequentou até aos 14 anos, quando foi diagnosticado com
tuberculose óssea.
A
família mudou-se para o Portinho da Arrábida, por indicação médica e passou a
estudar sozinho com o apoio de um explicador. Em 1941 concluiu os exames do 6.º
ano e, já em Lisboa, terminou o 7.º ano no Liceu Pedro Nunes.
Em
1942 ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde Cursou
Filologia Germânica. Concluiu o curso em 1947 com a tese de licenciatura “A
Poesia Social no século XIX”. Neste ano foi diagnosticado com tuberculose renal
incurável.
Colaborou
com a imprensa periódica da época, nomeadamente o Mundo Literário (1946-1948), a Árvore
e a Távola Redonda. Em 1945 publicou Serra-Mãe, em 1946, Loas a Nossa Senhora da Arrábida e em 1947, Cabo da Boa Esperança.
Em
1947/48 iniciou a carreira docente na Escola Industrial e Comercial João Vaz,
em Setúbal. Entre 1948 e 1950 estagiou na Escola Industrial e Comercial Veiga
Beirão em Lisboa. Durante este período escreveu o Diário, publicado postumamente em 1958.
Entre 1950
e 1952 lecionou Português e Francês na Escola Industrial e Comercial de
Estremoz, tendo falecido neste ano com a idade de 27 anos.
A
grande obra do autor foi o Diário, que
reflete os seus anos como professor estagiário, em que conjugou a sua vertente poética
com a vertente pedagógica. Alguns dos aspetos a destacar são o respeito pelos
saberes dos alunos, com os quais o professor pode e deve aprender; o respeito
pela diferença e a lealdade; a noção que a aula é um espaço de relação e de
camaradagem.
A questão
da disciplina também foi importante: deve ser aceite e não imposta. Os alunos
deveriam ter uma autodisciplina, encarando o professor como um companheiro.
Toda a
sua obra ficou intimamente ligada à Serra da Arrábida. Em agosto de 1947 enviou
cartas a várias personalidades pedindo uma intervenção na defesa deste espaço.
Esta situação culminou na criação da Liga para a Proteção da Natureza em 1948.
Fonte
principal: Dicionário de educadores portugueses / dir. António Nóvoa. - Porto :
ASA, 2003.

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