2021/08/23

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra


A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é uma das mais importantes a nível nacional, com um acervo de cerca de 30.000 volumes. Situa-se no quarto piso da ala nascente do palácio, denominada a Casa da Livraria, sendo a sala de maior dimensão em todo o monumento. É uma área em forma de cruz com cerca de 85 metros de comprimento e 9.5 metros de largura, pavimentada com pedra liós de várias cores. Ao centro tem uma abóbada que se apoia em quatro arcos, em cujo centro se encontra esculpido em mármore um rosto humano que representa o sol, uma alegoria ao conhecimento e à sabedoria, influenciada pelo Movimento das Luzes.

Em 1730, este espaço encontrava-se ainda em construção e foi instalado em duas salas no terceiro piso do lado poente. D. João V adquiriu a maior parte do seu acervo. O Rei enviou emissários ao estrangeiro para adquirir tudo o que de melhor e de mais novo aí se imprimisse. Tratava-se de um Biblioteca Real, mas poderia ser utilizada pelos membros da corte e pela comunidade religiosa. Os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho foram os responsáveis pela sua instalação.

Em 1711 iniciou-se a construção das estantes, concluídas em 1776, desenhadas por Manuel Caetano de Sousa (1738-1802), arquiteto da Casa Real. Em 1792 levaram-se a cabo os acabamentos e foi executada a transferência de livros. A biblioteca passou a localizar-se na sequência dos aposentos dos infantes, ao nível do Palácio Real.

Será de notar a Bula concedida pelo Papa Bento XIV em 1754 que proibia o empréstimo de obras desta biblioteca e a autorização de inclusão de obras proibidas pelo Index.

Em 1809, Frei João de Santana catalogou a coleção que segue atualmente a sua organização. Os livros estão dispostos hierarquicamente: a norte os textos sagrados, religião, doutrina e direito canónico; a sul, as obras profanas como as ciências exatas e humanas, artes liberais, história, geografia, direito, etc.; ao centro estão as obras clássicas, periódicos, dicionários e obras de referência. Existem ainda um núcleo de obras raras, como é o caso dos incunábulos, a Crónica de Nuremberga, a Enciclopédia de Diderot et D’Alembert, Livros de Horas, Livros Proibidos pelo Index, partituras musicais, etc.

Atualmente existem três fundos acessíveis para consulta on-line: o Fundo Mangens, o Fundo Moderno e o Fundo Possidónio da Silva.

 

MJS

 

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