O azulejo é uma peça de cerâmica, de forma geralmente
quadrada (15 x 15 cm), com uma das faces vidrada e brilhante. Trata-se de um
ex-libris da cultura portuguesa, seja monocromático ou policromático, seja liso
ou em relevo. Foi utilizado no revestimento de superfícies interiores ou
exteriores ou apenas como elemento decorativo isolado. Deriva da palavra árabe
“azzellj”, pequena pedra polida.
O azulejo foi usado com maior consistência a partir do reinado
de D. Manuel I. Ganhou características únicas devido à diversidade de povos e
influências do Império Ultramarino Português e seguiu caminhos artísticos
diferenciados.
Durante o século XVI desenvolveu-se a técnica da majólica,
importada de Itália. Outra inovação foi o uso dos “enxaquetados”, que se
dispõem de forma axadrezada, criando uma interessante dinâmica visual. Por sua
vez, o azulejo padrão, apostou na repetição de formas geométricas em grandes
superfícies.
No século XVII a produção de azulejos diminuiu, mas regressam
no período da Restauração influenciados pelas tendências indianas, persas e
chinesas, sobretudo ao nível da cor dominante que é o azul. Tornam-se mias
ornamentados e diversificados. Surge assim o chamado “azulejo de tapete” com representações
fantásticas e religiosas. A nobreza investiu na construção de palácios
revestidos de azulejos com cenas policromáticas.
O barroco trouxe o exuberante para a estética do azulejo que
sofrem alterações na volumetria e nos temas. O Rococó traz de volta a
policromia com o amarelo, o verde o violeta e o azul cobalto. Após o terramoto
de 1755, o azulejo padrão volta a ser produzido em massa devido à necessidade
urgente de reconstrução da capital.
Após as invasões francesas e as guerras liberais, o azulejo
retomou em força com uma identidade cosmopolita e urbana. Existem dois núcleos
de produção principais no país: em Lisboa, a Fábrica Viúva Lamego e no Porto, a
Fábrica de Cerâmica das Devesas.
A introdução da Art
Nouveau na viragem para o século XX diversificou a produção deste material.
Com a ditadura vários nomes se destacaram como Maria Keil, Júlio Resende, Júlio
Pomar, Sá Nogueira, Abel Manta ou Eduardo Nery.
Nesta exposição destacam-se alguns fragmentos de azulejos dos
séculos XVII e XVIII que se encontram na Escola Artística António Arroio e que
continuam a servir de inspiração para novos e atuais trabalhos.
ME/404172/261
Escola Secundária Artística
António Arroio
Azulejo de origem portuguesa
datado do século XVII. Trata-se de um conjunto de dois azulejos, fragmentos de
um painel, onde se encontra representada, parcialmente, uma figura masculina.
Está pintado em tons de azul sobre fundo branco. O revestimento é vidrado.
ME/404172/249
Escola Secundária Artística
António Arroio
Azulejo de origem portuguesa
datado do século XVII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos, mais
concretamente de um friso em azul, sobre fundo branco. O revestimento é
vidrado.
ME/404172/247
Escola Secundária Artística
António Arroio
Azulejo de origem portuguesa,
datado do século XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos
pintado a azul, branco e amarelo. O revestimento é vidrado.
ME/404172/244
Escola Secundária Artística
António Arroio
Azulejo de origem portuguesa,
datado do século XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos
pintado a azul, branco e rosa. O revestimento é vidrado.
ME/404172/242
Escola Secundária Artística
António Arroio
Azulejo de origem portuguesa,
datado do século XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos com
motivos florais pintados a azul e branco, sobre um fundo amarelo. O
revestimento é vidrado.
ME/404172/243
Escola Secundária Artística
António Arroio
Azulejo de origem portuguesa, provavelmente
dos séculos XVII ou XVIII. Trata-se de um fragmento de um painel de azulejos,
mais concretamente de um friso em azul, sobre fundo branco. O revestimento é
vidrado.
MJS
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