D. Pedro
V (1837 - 1861), “o Esperançoso”, era o filho primogénito de D. Maria II e de
D. Fernando. Subiu ao trono em 1853 aquando da morte da sua mãe, embora D.
Fernando tenha governado o reino como regente durante dois anos. Durante esse
período o príncipe aproveitou para viajar pela Europa acompanhado pelo seu
irmão D. Luís.
Em
1855, com 18 anos foi aclamado rei. Em abril de 1858 casou com D. Estefânia de
Hohenzollern-Sigmaringen, que viria a morrer em julho de 1859.
No
início do reinado, o governo era mantido pelo Duque de Saldanha, destacando-se
a figura de Fontes Pereira de Melo nas Obras Públicas. D. Pedro viajou pelo
país com o objetivo de o dinamizar, introduzindo os caminhos de ferro,
construindo estradas, implantando o sistema métrico, etc. Desta forma, em 1856
inaugurou o primeiro troço de caminho de ferro entre Lisboa e o Carregado.
Entre
1853 e 1856 o país sofreu uma epidemia de cólera e em 1856/57 de febre amarela.
O monarca tornou-se muito popular uma vez que percorria os hospitais e indagava
os doentes sobre o seu estado. De facto, a saúde pública foi uma das suas
preocupações, tendo fundado hospitais públicos e instituições de caridade,
nomeadamente o Hospital de Dona Estefânia.
D.
Pedro foi um grande defensor da abolição da escravatura e em 1857 teve de lidar
com um problema diplomático com França: foi apreendido um barco francês em
Moçambique, envolvido no tráfico de escravos, proibido no Império Português.
Houve ainda alguns diferendos com Inglaterra pela posse de territórios e ainda
com a Santa Sé.
Foi um
monarca culto e de uma educação superior. Escreveu dois volumes de um Diário que relatava as viagens que fez
na Europa e produziu artigos para duas revistas. O seu interesse pela escrita
fez com que criasse o Curso Superior de
Letras em 1859, bem como o Observatório
da Ajuda.
Em
1859, Fontes Pereira de Melo criou a Direção-Geral da Instrução no Ministério
do Reino. Alterando entre a centralização e a descentralização burocrática e
administrativa, o ensino primário não se alterou grandemente até à República. A
inspeção tornou-se um elemento basilar da política nacional de instrução. A
situação económica dos professores afastava os candidatos e o seu número era
insuficiente para a percentagem de analfabetismo. Optou-se por criar mais
escolas elementares por todo o país para habilitar os alunos para a prática das
artes industriais.
O
monarca faleceu com apenas 26 anos de febre tifoide, o que causou bastante
tristeza em vários quadrantes sociais. O seu irmão D. Luís sucedeu-lhe, uma vez
que não tinha descendência.
MJS
Sem comentários:
Enviar um comentário