D. Afonso V, "o Africano" (1432 - 1481)
era filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão. O seu reinado divide-se em
três períodos distintos: o primeiro vai desde a morte do seu pai, quando D.
Afonso tinha apenas 6 anos, até à Batalha de Alfarrobeira em 1149. A regência
ficou a cargo de D. Leonor, mas grande parte da população preferia D. Pedro,
irmão de D. Duarte. Aquando das Cortes de 1439, o infante D. Pedro foi nomeado
regente e D. Leonor foi exilada para Castela.
A educação de D. Afonso ficou a cargo do seu
tio, um homem viajado e de grande cultura, tendo uma vertente claramente
humanista.
Em 1446 realizaram-se as Cortes de Lisboa e o
monarca, já com a maioridade, assumiu a coroa portuguesa auxiliado por D.
Pedro. Nesta no mandou publicar as Ordenações Afonsinas, uma compilação de leis
que tinha sido iniciada no reinado do seu pai.
D. Afonso, casou com D. Isabel de Lancastre,
filha de D. Pedro, em 1147. A relação entre o monarca e o tio acabaram por se
deteriorar e este é afastado do poder em 1448. Este conflito culminou com a
Batalha de Alfarrobeira em 1449, em que D. Pedro foi morto.
Após a morte de D. Pedro, o rei acabou por ser
manipulado pela nobreza e pelo clero, havendo um recuo no processo de
centralização do poder real.
As campanhas do Norte de África marcaram o
segundo período de reinado: em 1458 conquistou-se Alcácer Ceguer, Tânger e
Arzila e em 1471, Larache.
Na
terceira fase do seu reinado, D. Afonso V orientou-se no sentido da política
peninsular: Henrique IV de Espanha morre e era casado com D. Joana de Portugal,
sobrinha do monarca português. O plano era casar com a sobrinha e unir os dois
reinos, contra a pretensão dos futuros Reis Católicos. Após vários conflitos
armados, o rei português assinou o Tratado de Alcáçovas em 1476, em que
renunciou aos direitos do trono espanhol.
A política de Descobrimentos foi liderada pelo
infante D. Henrique até à sua morte em 1460. Em 1439 iniciou-se a povoação dos
Açores. Em 1441 Nuno Tristão atinge o Cabo Branco, em 1443, a baía de Arguim e
em 1444, a foz do rio Senegal. As ilhas de Cabo Verde são descobertas em 1456 e
chega-se à Serra Leoa em 1460.
D. Afonso IV concedeu o comércio da Guiné a
Fernão Gomes em 1469, tendo este a obrigação de descobrir todos os anos 100
léguas de costa. Em 1471 descobriu-se S. Tomé, Príncipe e Ano Bom. Em 1472,
Álvaro Esteves passa o Equador e em 1474, João Vaz Corte Real chegou à Terra
Nova (ilha do Canadá).
Em 1476, D. Afonso associou D. João, futuro rei
ao governo do reino e veio a falecer em 1481.
Ao nível da educação, durante este período
coexistiram formas de ensino distintas, consoante os grupos sociais,
reproduzindo as desigualdades existentes: os níveis mais elevados contavam com
a presença de um precetor, a burguesia recorreu às escolas públicas e os
artesãos aprendiam os seus ofícios. No entanto, a instrução continuava a ser um
monopólio da Igreja.
Na primeira metade do século XV a afluência ao
Estudo Geral já era bastante elevada. Em 1443. D. Pedro decretou a criação de
um novo Estudo Geral em Coimbra.
MJS
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