2021/03/08

Património Material de Portugal: Centro Histórico do Porto

 

(Imagem da fachada de alguns prédios no Porto, junto ao rio Douro. Retirada da Internet)

O centro histórico do Porto faz parte do património mundial classificado pela UNESCO desde 1996.

Esta área corresponde ao tecido urbano de origem medieval, num total de cerca de 49 hectares, e inclui zonas na freguesia da Sé, São Nicolau, Vitória e Miragaia. As origens medievais da cidade estão ainda muito presentes na organização e na estética, o que lhe confere uma imutabilidade e identidade única. Aqui se inclui parte da cidade anterior à muralha Fernandina do século XV e áreas adjacentes.

Entre os monumentos mais relevantes podemos enumerar alguns de maior destaque:

    - Alminha da Ponte;

    - Antigo Clube dos Ingleses;

    - Cadeia da Relação

    - Capela dos Alfaiates, Capela de Nossa Senhora da Silva; Capela do Senhor dos Passos; Capela da Nossa Senhora do Ó;

    - Casa do Cabido; Casa do Despacho da Ordem Terceira de São Francisco; Casa dos Infantes; Casa dos Maias;

    - Chafariz da Colher; Chafariz da Rua Escura; Chafariz da Rua de São João; Chafariz da Rua das Taipas;

     - Estação de São Bento;

    - Estátua Equestre de D. Pedro IV;

    - Fontanário do Lago da Sé;

    - Igreja da Misericórdia do Porto; Igreja de Nossa Senhora da Vitória; Igreja da Ordem do Terço; Igreja de Santa Clara; Igreja de São Bento da Vitória; Igreja e Torre dos Clérigos;

    - Mercado Ferreira Borges;

    - Monumento ao Infante D. Henrique;

    - Mosteiro da Serra do Pilar;

    - Palácio da Bolsa;

    - Ponte Luís I e D. Maria;

    - Praça da Ribeira;

    - Sé do Porto;

    - Zona ribeirinha e caves do vinho do Porto.

A cidade é habitada desde a Idade do Bronze e a sua história reflete a formação do país, uma vez que foi o “berço” do Condado Portucalense. O Douro tornou-se, desde sempre, um vetor económico, uma via de comunicação e um elemento agregador.

O primeiro foral foi concedido em 1120 pelo Bispo D. Hugo, a quem D. Teresa tinha doado a vila. Durante o período da primeira dinastia, o Porto desenvolveu-se através da atividade portuária e das relações internacionais. A partir do século XV, a burguesia mercantil tinha uma enorme importância e a cidade tomou as funções de centro económico e administrativo. Foi esta burguesia que apoiou D. João I que acabou por se casar na Sé do Porto com D. Filipa de Lencastre em 1387. A família real passou largas temporadas nesta zona e aqui nasceu o Infante D. Henrique em 1394. Com o início das expedições ao Norte de África e explorações marítimas, a burguesia endinheirada em muito contribuiu para o seu financiamento.

(Imagem da Torre dos Clérigos no Porto. Retirada da internet)

No século XVI a arquitetura pós Concílio de Trento levou à construção de inúmeras igrejas em estilo barroco, responsáveis pela transformação estética da cidade.

Os séculos XVII e XVIII marcam a época dos grandes palacetes de habitação numa tentativa de espelhar a riqueza e opulência da burguesia endinheirada e da nobreza. Ao mesmo tempo são levados a cabo vários trabalhos de utilidade pública como é o caso da reconstrução da Alfândega em 1667 e da Cadeia e Tribunal da Relação em 1765, ou de um novo sistema de circulação.

Durante vários séculos o Porto manteve-se uma cidade próspera e economicamente muito ativa. O incrementar do comércio do vinho do Porto no século XVIII foi um processo decisivo em todo este desenvolvimento, sobretudo através do comércio privilegiado com Inglaterra. Por toda a cidade surgem elementos de inspiração britânica, com os clubes privados e os grandes jardins.

(Imagem aérea da ponte D. Luís I, no Porto. Retirada da internet)

Ao longo do século XIX, a cidade do Porto foi palco de acontecimentos políticos de enorme relevância para o país. O período que se seguiu à revolução liberal foi marcado pelo melhoramento das áreas urbanas, incluindo os transportes e as áreas de lazer. Os jardins e praças públicas “florescem” por toda a cidade. É a altura da construção do Palácio da Bolsa, da Ponte D. Luís e D. Maria.

No início do século XX a tendência arquitetónica seguida é a francesa. São deste período a Estação de São Bento e a Avenida dos Aliados.

 

MJS

1 comentário:

Miguel Moura disse...

Gostei muito da leitura deste artigo sobre "o meu Porto" de adoção, uma vez que foi na Invicta que estive ligado durante cinco anos da minha formação (1989-94). É uma cidade que não se esgota, pela riqueza arquitetónica, pelas características ímpares das suas gentes e do seu legado no norte e na História do país. Embora não tenha visitado o Porto em tempos mais recentes, é uma cidade a que se volta com renovado interesse. Este artigo é um bom "road map" para uma boa visita que se queira fazer ao Centro Histórico do Porto !!!