A
cidade tem uma forte tradição industrial. O fabrico de panos de lã data da
Idade Média, mas conheceu um notável desenvolvimento a partir do séc. XVIII e,
no seguinte, com a fundação da Real Fábrica de Lanifícios, por iniciativa do
Marquês de Pombal. No século XIX surgiu a Fábrica Robinson, dedicada à
preparação e transformação de cortiça, que é parte integrante da memória de
Portalegre e que possui um valioso espólio de arqueologia industrial. Em 1947
surge a Manufactura de Tapeçarias, que pela originalidade e valor artístico dos
seus trabalhos, depressa se tornou no “ex- líbris“ da cidade.”
Embora
Portugal tenha uma tradição têxtil, as grandes tapeçarias existentes eram
originárias de França e da Flandres. Após o terramoto de 1755, o Marquês de
Pombal tentou dinamizar este setor, embora de forma muito embrionária. Em
Portalegre, só em 1946, se tentou reviver a arte da tapeçaria, impulsionada por
Guy Fino e Manuel Celestino Peixeiro. Com um ponto inventado por Manuel do
Carmo Peixeiro, pai de Manuel Celestino, foi criada a primeira tapeçaria em
1948. Júlio Pomar, Maria Keil, Guilherme Camarinha, Renato Torres e Lima de
Freitas colaboraram com esta Manufatura. A aceitação não foi fácil, mas o
reconhecimento surgiu em 1952 pelas mãos dos técnicos franceses, nomeadamente,
Jean Lurcat. A tapeçaria de Portalegre foi então distinguida como uma das
melhores do mundo.
José
Régio (1901 – 1969), pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira foi escritor,
porta, dramaturgo, romancista, cronista e historiador de literatura, natural de
Vila do Conde. A Casa-Museu sempre esteve na posse da família do escritor,
passando para o seu pai por herança em 1928. Nos inícios dos anos 60, José
Régio herdou a casa e fez algumas intervenções. Com a sua morte em 1969, a
Câmara Municipal adquiriu a casa e abriu-a ao público em 1975, com o objetivo
de dar a conhecer a vida do poeta. Em 2005 criou-se o Centro de Estudos
Regianos.
Este museu,
criado em 1918, situa-se atualmente numa casa nobre do século XVI, junto à Sé.
Contém um valioso espólio de arte sacra, constituído pelas coleções de dois
conventos, o de Santa Clara e o de São Bernardo. Inclui ainda mobiliário,
pintura, ourivesaria, faiança, entre outros.
Este
museu apresenta um espólio ligado às atividades agrícolas e pastoris do
Alentejo, com especial incidência no montado do sobreiro e da azinheira. Instalado
no Convento de São Bento de Avis, recria uma casa tipicamente alentejana, dando
a conhecer a história e os costumes desta região.
O
Museu foi inaugurado em 2013, no concelho de Gavião, nas instalações de uma
antiga escola primária. Permite conhecer a história e a arte do fabrico do sabão
em Portugal, sendo um dos quatro museus do mundo que se dedicam a esta
temática. Devido à abundância de matérias primas, instalou-se a Real Fábrica de
Sabão na zona de Belver, em regime do monopólio régio. Alguns trabalhadores
iniciaram os seus próprios negócios quando terminou este monopólio em 1958.
No
início do século XVI instalaram-se várias oficinas de ferreiro na Rua Nova,
sendo os artífices de origem judaica, expulsos de Espanha. Em funcionamento até
ao século XX, foi com a chegada de Mestre Carolino Tapadeio que o trabalho do
ferro adquiriu outra dimensão. Desde as técnicas tradicionais, produzindo
instrumentos agrícolas, às mais modernas, criando obras de arte, Mestre
Carolino formou vários aprendizes, distinguindo-se nesta área. A Casa foi
fundada para perpetuar a memória do Mestre e de todos aqueles que se dedicaram
à arte do trabalho de ferreiro. Aqui se podem observar ferramentas e assistir a
demonstrações.
MJS
Sem comentários:
Enviar um comentário